Capítulo 13

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Londres; Highgate High School; Quarta-feira; 5:02 da tarde;

A loira saia ofegante da educação física. Amaldiçoava a inspetora mentalmente por não ter permitido que cabulasse aula - que era uma coisa que sempre dava certo.

Não bastasse o fato de ter corrido em volta da quadra várias vezes, seu pulmão ainda era débil, em função do cigarro.

Brittany saia do ginásio ao som de alguns assobios maliciosos dos rapazes da quadra de futebol. Também, ela sabia que já era de se esperar: seus cabelos dourados, encaracolados nas pontas, sempre eram brilhantes; tinha as coxas, os seios e os glúteos fartos, que agora estavam quase à mostra graças ao mini-short.

Passou seus olhos pelos meninos que a cortejavam, desejando ver um em especial. O único que realmente atraía sua atenção.

Ele não estava lá...

- Brit! - ouviu a voz estridente da amiga, que corria afobada em sua direção, amassando a grama com os tênis pretos. - Brit!

A garota parou a centímetros da loira. Seu olhar estava como se tivesse acabado de aprontar algo maldoso... Ou visto algo maldoso.

- O que é, Kim? - colocou as mãos na cintura com a impaciência.

- Você. Não vai. Acreditar. - seus olhos faiscaram enquanto ofegava.

Brittany teve uma sensação ruim sobre a notícia da amiga, mas fez sinal pra que ela prosseguisse.

- O Tom. - inspirou. - E a novata idêntica a Iv. - soltou o ar. - Estão de casinho.

Uma bomba pareceu estourar no estômago de Brittany, expelindo veneno para todos os lados. Seus olhos se estreitaram, enquanto alguns pensamentos passavam por sua cabeça.

- O que exatamente você viu? - perguntou à amiga.

- Eles pareciam se abraçar com digamos... Muita vontade, atrás do ginásio.

A loira deixou um sorriso sinistro escapar. Kimberly arrepiou-se com a expressão da menina.

- Não vou permitir que isso continue.

Londres; Audi A8; Quarta-feira; 5:07 da tarde;

- Desculpa. - Maria Luiza disse, sentada no banco de couro do carona.

Estavam seguindo em direção a sua casa, como faziam todos os dias depois da educação física.

Thomás olhava pra frente, com as bochechas um pouco mais rosadas. Sentia-se quente por dentro. 'Aquecido como...' Ele mesmo pensava em uma comparação. Pensou em um pequeno pássaro sob as asas da mãe. Talvez não fosse a analogia mais adequada, mas passava a mesma sensação de calor.

- Eu sujei sua blusa. - a menina olhou para um pequeno borrão preto na camisa branca do rapaz. Era uma boa idéia começar a comprar lápis de olho à prova d'água...

- Não precisa se desculpar, Malu. - a dureza de sua voz parecia ter amolecido depois do abraço. - Eu não me importo em lavar.

- Mas eu me importo que você lave. - disse definitiva. - Você a sujou pra me consolar, então a responsabilidade é minha.

- Eu não fui obrigado a fazer isso. - seu semblante era sério. - Fiz porque quis.

A garota expirou lentamente, virando seu olhar pra ele. Foi descendo seu foco do rosto extremamente bonito do rapaz pra seu pescoço um pouco grosso; depois para seus ombros largos, peito, até chegar à barriga. Imaginou Thomás sem camisa, e, apesar de seu rosto esquentar, não se sentiu envergonhada: sentiu-se tentada, mordendo levemente o lábio inferior.

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