AS SIMULTANEIDADES SÃO MERAS OCASIÕES ONDE A VIDA NOS ENGANA COM ARMADILHAS, POR MAIS QUE TENTEMOS NOS OMITIR, ELA AGE COMO UM RÉPTIL, ESGUEIRANDO-SE RENTE AO CHÃO OU ACIMA DAS COPAS DA ÁRVORES ESPERANDO O MOMENTO CERTO DE SERVIR-SE DE NÓS.
COMO SABER O CERTO E O ERRADO FRENTE AO LIVRE ARBÍTRIO A QUE SOMOS ACOSTUMADOS? TODOS TEMOS NOSSA HORA MAIS ESCURA, EM MAIOR OU MENOR TOM, MAS NUNCA NOS ESQUIVAREMOS DELA.
SOMENTE A MORTE, ESSA DESCONHECIDA TEM PODER ALÉM DE NÓS PARA A CEIFA DE NOSSAS AÇÕES.
A CARNE É ESQUECIDA, O QUE NOS ANIMA SEGUE DIANTE DE NOSSAS ESCOLHAS, AFERROADAS COMO QUEIMADURAS.
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No Aiyê
Por mais que esperemos por uma situação, mesmo a sabendo inevitável e fatal, quando ela se apresenta diante de nós, sentimos medo mesmo assim, imobilizamos. Ao fugirmos de nossas responsabilidades, o medo se transforma, pois nos enganamos com a pretensão da impunidade.
Tudo se encontra entre os viventes mais dia, menos dia.
Xangô via diante de si o ser pavoroso que um dia ele traíra e que chamava de tio. A forma gigante de seu constructo de terra e pedras o preenchia como se fossem únicos, seus olhos refletiam um ódio que beirava o faminto ou o sedento, estavam escuros, tomados pelo seu descontrole. Olhou para Oyá e via o horror do que estava na frente deles e de toda cidade de Irá refletida na face crispada e nos olhos arregalados de surpresa e temor.
- Por que? P...or que? PORQUE? – O desespero de Ogum feria os dois, pois ambos sabiam o que o movia, ele olhava de um para o outro fixamente. Eram responsáveis pelo sofrimento do Onirê, sabiam disso, mas não recuariam diante do que sentiam um pelo outro. Sempre existe um lado que sofre e ambos sentiam por ele.
Ogum caminhava impaciente para os lados, com o olhar selvagem, enquanto gritava descontrolado para eles. Nesse instante, o chão parou de tremer e Oyá com um gesto discreto forjou uma rajada de vento que empurrou os cidadãos assustados para longe do conflito, guiando-os para fora do limite de destruição que poderia acontecer a qualquer momento. Olhou para Xangô e viu o medo que se refletia em si mesma, mas sorriu para ele e acenou discretamente com a cabeça, seu amado acolhia seu gesto, pois sabia que ela estaria junto de si.
Ogum estava alheio a tudo, só enxergava os dois a sua frente em pedaços, em saciar sua justiça com o sangue dos dois traidores era pouco, levaria os pedaços de ambos e os exporia em hastes ao redor de seu reino, para lembrar a todos o que acontece quando se trai um Rei.
Lembrou-se de Irê e da destruição que causara passou instantes em seus pensamentos desbotados e ficou triste, perdido, ao perceber seu estado os parasitas incrustados em suas costas injetaram seu veneno e tudo desapareceu instantaneamente, só ficando o ardor em seu coração e o vazio que só a morte deles preencheria.
Oyá levanta suas mãos em um gesto de paz e fala escolhendo suas palavras:
_ O que está acontecendo com você Ogum? O que fez?
Ogum focaliza sua voz com dificuldade e brada:
_ Fala disso? – Fazendo um gesto em direção ao sua armadura. – Isso não importa! E você minha esposa? Como se sente me traindo com meu próprio sobrinho?
_ Admito que o trai como esposo, porém, nosso casamento era desde o começo uma mentira forjada em cima de minha submissão ao roubo de meu segredo. Durante minha estadia em Irê eu juro que tentei ser o que se esperava, mas, mesmo você, meu marido, duvidou de mim, eu me sentia isolada!
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Orun - Aiyé: Guerra Santa #Wattys2016 (EM REVISÃO)
Fantasia#Trailblazers #Wattys2016 Na África Mítica, uma conspiração ancestral, faz com que uma guerra fratricida sem precedentes irrompa entre os Brancos, os criadores do Universo e os Eborá, seus descendentes mantenedores e continuadores da cria...