O CONFLITO SEMPRE CARACTERIZOU A CO-HABITAÇÃO TERRESTRE E A DIVINA. DESDE OS TEMPOS IMEMORIAIS, QUANDO O MUNDO ERA ÚNICO, A PRIMAZIA SEMPRE FORA PERSEGUIDA. OLORUN, O PRIMEVO, INTERVEIO, POIS TINHA DESTINADO O AIYÊ (MUNDO FÍSICO) A SER UM LUGAR QUE FOSSE UM SINÔNIMO DO ORUN (DIMENSÃO ESPIRITUAL) E NÃO UM ANTÔNIMO. ANTES DA SEPARAÇÃO, ELES ERAM UNIDOS. DEVIDO A TODOS ESSES CONFLITOS, ELE ESTAVA DETERMINADO A DESTRUIR O MUNDO, AO INVÉS DE DEIXÁ-LO CONTINUAR COMO UM CONSTRANGIMENTO AO SEU PLANO INICIAL, REFLEXO DE SUA IMAGEM. ENVIOU ELENINI, A DONA DOS OBSTÁCULOS, PARA QUE RECOLHESSE E DESTRUÍSSE QUAISQUER RESISTÊNCIA A SUA VONTADE, PORÉM, MESMO COM A EXEMPLIFICAÇÃO DE MUITOS IRUNMOLÉS, QUE FORAM OBLITERADOS DA EXISTÊNCIA, ESSE GERMEM ESCLARECE A NECESSIDADE DE QUE ENTRE OS LEIGOS MORTAIS OS COMBATES, GUERRAS, TRAIÇÕES, TUMULTOS E DESTRUIÇÃO MÚTUA É SUA HERANÇA PARA A VIDA ENTRE TODOS OS HABITANTE DO AIYÊ ATÉ OS DIAS DE HOJE. FOI ASSIM DESDE A GÊNESE E ASSIM PERMANECERÁ ATÉ O FIM DOS TEMPOS. ESSE CONFLITO ANTAGÔNICO ENTRE A NATUREZA DO BEM E DO MAL, NÃO É CULPA INTEGRALMENTE DOS HOMENS, MAS ESPELHO DA DIVINDADE.
AS DIMENSÕES GIRAM, ENFEIXADAS PELA MONUMENTAL COBRA OXUMARÊ, SEMPRE NO SEU RITMO, UNIDAS, E ASSIM AS ERAS VÊM E VÃO, NASCEM E MORREM E RENASCEM, DEIXANDO MEMÓRIAS QUE SE TRANSFORMARÃO EM LENDAS, PREENCHENDO A AVENTURA DO HOMEM ATRAVÉS DO TEMPO. AS LENDAS ALCANÇAM SUA PLENITUDE E DEPOIS SE DESVANECEM TORNANDO-SE MAIORES, INERENTES A TUDO, VIRAM MITOS, E O MITO REPRESENTA UMA ERA PASSADA, UMA ERA VINDOURA, SEM MEIO. O GIRAR DAS DIMENSÕES NÃO TEM INÍCIOS E NEM FINS. NEM A MORTE E NEM A VIDA. MAS SERÁ UM INÍCIO, ASSIM COMO O VENTO SOPRA LEVANDO E VARRENDO TUDO, COMO A ÁGUA QUE SE TRANSMUTA, COMO A TERRA QUE SUSTENTA TUDO. TUDO SE INICIARÁ, DE NOVO E DE NOVO. ASSIM COMO FOI NUM COMEÇO ESQUECIDO, INFINITO. CIRCULAR E SEM POLARIDADES.
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As matizes de verde cobriam a imensidão a sua volta, da vegetação rasteira até as árvores de copas descomunais, escondia o sol do solo, mais pareciam uma muralha natural. Para onde Ogum olhava encontrava vegetação virgem e cerrada. O progresso em relação aos Igbôs era o mínimo até. Pouco depois de juntarem os exércitos para a maior ofensiva contra um povo, o resultado era nulo. A única coisa sabida era que os igbôs usavam a vegetação como lar ou talvez como limite, quase nada mais conheciam sobre os selvagens além do que sabia dos primeiros contatos deles com seu falecido pai, quando os igbôs eram os donos daquelas terras, lendas ou relatos obscuros davam apenas conta que eram adoradores dos Irunmolés, donos do Branco, em especial de Baba Nlá, o Grande Pai do Branco, o Primeiro Irunmolé criado, Oxalá e dos Ancestrais, os Egunguns que eles agora usavam para atacar as aldeias de Ilê-Ifé.
A floresta sempre fora considerada assombrada. Qualquer estranho que não oferecia suas oferendas ao adentrar seu espaço desaparecia misteriosamente naquelas cercanias. Nada entrava ou saia sem que fossem realizados rituais complexos para apaziguar seus entes mágicos. Os sussurros sugerem que entre esses seres mágicos há relatos assustadores do ataque de um anão deformado que monta um javali selvagem e embosca sem dó, caçadores desavisados encantando-os e fazendo-os desaparecerem para sempre e também de numerosos espíritos e bestas maléficas. Parecia coincidência a descrição desse ser bater com a criatura que já enfrentara antes de encontrar Oyá? Temia que não. Mas, se ele sangrara um vez, quando decepara sua perna, com certeza sangraria de novo, ele e quaisquer outros que encontrasse. Não existia espaço para o medo no coração de Ogum, sabia que sua vida de batalhas seria decidida na ponta do aço um dia. Não agora, mais um dia. Aço banhado em sangue era sua sina e seu batismo.
Oyá! Ao pensar em sua esposa sentiu um aperto comprimindo seu peito, como vinha acontecendo já a algum tempo desde que partira de Irê. Não conseguia definir o que era aquela sensação atordoante, apenas que a falta dela ao seu lado doía como a de um membro arrancado. Não era dado a desvarios ou a pensar em sentimentos complexos, apenas sentia e reagia, mas, cada vez mais ficava apreensivo, quando lembrava-se da mulher com quem casara e da situação mal resolvida que existia entre eles. A Amava, reconhecia seus erros, mas não conseguia pedir perdão. Procurou desanuviar esses pensamentos, precisava de direção, pois se não fosse assim, enlouqueceria.
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Orun - Aiyé: Guerra Santa #Wattys2016 (EM REVISÃO)
Fantastik#Trailblazers #Wattys2016 Na África Mítica, uma conspiração ancestral, faz com que uma guerra fratricida sem precedentes irrompa entre os Brancos, os criadores do Universo e os Eborá, seus descendentes mantenedores e continuadores da cria...