Capítulo 12 - A Respiração

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LEANDRO

Já esperava ficar mais sozinho nesse primeiro dia. Sentar e olhar os grupos se reencontrando, típico do intervalo. Não tem como não pensar na Tha. Que saudades que sinto dela. Daquele jeito doido de ser.

Tenho a impressão que alguém está me olhando e quando levanto a cabeça, percebo que é o aluno que me encarava na sala e também no auditório. Aquele olhar negro me passa uma sensação que só senti uma vez na vida. Será que o garoto que vi aquele dia é ele? Não, não pode ser. Principalmente que, mesmo se fosse, qual a chance de ser ele? E ainda ele ser gay? Zero ou menos um.

O sinal toca e eu me levanto, só quero voltar para a sala, só quero que esse primeiro dia termine. Quero chegar na casa da minha tia, sentar no quarto e ligar para a Tha. Ela vai saber me explicar mais sobre esse garoto. A Tha sempre teve as respostas.

Acabo cruzando com o garoto que ficou me encarando, ele me olha e seu rosto muda. Eu vejo que ele fica parado, e não entendo o porque.

Ao me virar, o encaro, não entendo a dele, mas quando olho para ele de perto, não estou mais naquele colégio, não tem ninguém a nossa volta. Eu sinto uma onda de eletricidade ali.

Quem é ele? Quem é aquele garoto que está me fazendo sentir isso pelo meu corpo? Eu nunca tinha sentido nada disso, eu nunca tinha vivido algo assim.

_ Oi; você é o aluno novo, não é? Meu nome é Fabrício e esse que está aqui do meu lado é o Matheus.

O garoto que esta ao lado fala e eu fico quieto ainda. O mesmo, digo do Matheus.

A sensação de voltar para a realidade e perceber que estou no corredor acontece.

_ Oi, sou eu sim. Meu nome é Leandro.

_ Bom, se precisar de qualquer coisa para se adaptar, o Matheus aqui pode ajudar.

O garoto ao lado de Fabrício olha para ele e eu acho graça. Pois, ele não fala nada e mesmo assim passa tanto em seus gestos.

Agradeço a eles e ao chegarmos na sala vou para a minha carteira. Aquele garoto, Matheus, ele me passa a sensação que eu mesmo não consigo entender.

Nunca me senti assim, nem mesmo pelo Eduardo. E olha, que por ele eu gostei. Mas, o que estou sentindo. Eu senti a respiração dele quando estive perto.

O professor de inglês começa a falar e eu não consigo me concentrar, só preciso sair dali e ligar para a Tha...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora