Capítulo 2 - O Quarto

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Paulo

Sério, não acredito que meu primo irá se mudar de vez para cá. Ele é um saco, acima disso ele é VIADO. Como ninguém da família notou isso? Eu sei disso desde que somos pequenos. Sempre odiei quando eu tinha que fazer sala para ele.

Com o tempo, passei a ficar mais na casa dos meus amigos quando ele ficava aqui. Nunca vi um garoto mais fresco que ele. Nossa, nunca tive paciência. O Leandro não praticava esporte, nunca gostou de lutas e nunca podia falar das putas que eu comia. Porque ele saia de perto.

Agora depois de todos esses anos tendo que aturar ele aqui durante uns dias das férias, meu pai me conta que ele vem morar. Como seu André faz isso comigo? Logo com o filho dele.

_ Filho, você vai comigo buscar seu primo? Ele vai chegar daqui a pouco e vamos trazer as coisas dele para o quarto.

Quarto? Só levanto a cabeça do celular quando ouço essa palavra. Não é possível que ele ainda vai dormir aqui.

_ O maezimha do meu coração, ele não vai ficar no meu quarto não né?

Usa meu charme e minha cara de anjinho para falar com ela. Sempre funciona, mãe é um amor, sempre me protegeu do chato do meu pai.

_ Ele podia ficar, mas sei que meu filhinho não quer outro marmanjo dividindo o quarto com ele, então arrumamos o antigo quarto que ele ficava nas férias, e deixamos para ele.

Ufa, amém! Pelo menos não ia precisar dividir meu quarto com aquela florzinha.

_ Oh mãe, eu vou com você sim. Mas depois vou sair. Fiquei de encontrar com a Jamily e a galera.

_ Mas amanhã às aulas voltam.

Me levanto e dou um beijo em seu rosto, e peço de novo.

_ Tudo bem, mas as 22 hr em casa. Amanhã você vai ver todos na escola.

Sorrio, funcionou. Ela sai do quarto e eu vou me arrumar. A verdade é que não vou ver ninguém da turma. Vou encontrar com a Amanda que está doida pra transar comigo. Claro, que eu aceitei. Ainda mais que a Jamily ainda não se sente "pronta", eu que não vou passar necessidade.

Mando mensagem pro Zeca, ele vai me acobertar. Ele me deve. Foi o único que chegou ao último ano ao meu lado. Tudo porque a minha mãe foi na escola reclamar por minhas quatro finais. E o diretor acabou aceitando que eu fizesse um trabalho em dupla. Tudo, para não perder a estrela das medalhas e a carteira cheia de dinheiro que minha mãe paga.

Zeca responde que me acoberta e eu sorrio. À noite promete. Me olho e vejo que estou bem, muita malhação, boa dieta e exercício me deixaram com o corpo que eu desejava e ainda cobiçado pelas meninas.

Desço e a empregada está limpando a cozinha. Aquela mulher está na minha família desde que eu era pequeno, um nojo. Sempre seguia as ordens do meu pai, o que me fez ter muitos problemas.

Passo e a ignoro, minha mãe já está no carro e lá seguimos para a rodoviária...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora