O Garoto do Carro (Romance Gay)

Capítulo 17 - A História Contada

Fabrício

É engraçado olhar para Matheus todo confuso e depois a calma que ele passa no olhar, quando digo que está tudo bem.

Como ele achou que algo iria mudar? Jamais!

_ Mas anda, me conta você chegou a transar com aquele menino da festa?

Sim, eu sei que ele vai ficar sem graça, porém, sei que assim, o clima vai ficar leve de vez.

_ Não, não transei com ele. Fabrício, eu já disse, eu sou virgem. E só vou transar com alguém que eu ame. Mas, o nome dele é Otávio e ficamos um tempo, só que, ele realmente queria transar. E eu não. Aí nisso, ele meio que tentou e eu o empurrei e ele caiu no chão e nunca mais nos vimos.

_ Já vi que ele é um babaca. E você? Não me contou né?! Podia ter dado uma surra nesse garoto.

Matheus começa a rir da minha cara, sim; eu nunca fui de brigar, mas não dá pra perdoar alguns idiotas.

_ Relaxa, Fabrício, ele nem mora mais aqui. Ele veio por conta da festa mesmo e ficou aqui o mês todo já que teve aquele feriado. Mas, depois do que rolou, nunca mais nos falamos.

_ Entendo, mas aqui, sua mãe sabe?

Não sei como abordar, prefiro ser direto.

_ Não, ela não sabe. Aliás, nunca conversamos nada sobre isso.

Confirmo apenas, olhando para meu amigo perto de mim, eu só quero cuidar dele, eu só quero que ele seja feliz.

_ Matheus, alguém mais sabe?

_ Então, o garoto que fiquei e você. Não é que me esconda, mas não sou muito próximo das pessoas, então.

_ Entendo, mas aqui, sério, saiba que você pode ser sincero comigo sempre.

_ Eu sei. Mas vamos mudar de assunto. Você já sabe, então, tem algo para comer? Morrendo de fome.

_ Ué, também nem almoçou. Caiu aqui desmaiado, aliás, não quer tomar um banho não? Você tá aí até agora com a roupa da escola.

_ Seria uma boa.

_ Sim, toma um banho e depois eu faço algum lanche pra gente. Meus pais já devem estar pra chegar, nisso, eles te levam na sua casa e conversam com sua mãe.

_ Ah?

_ Sim, você vai participar da formatura, só te avisando, não vou aceitar a recusa.

_ Lá vem você com algum esquema. Sério, Fabrício, não...

_ Vai tomar banho, e não tem essa de falar. Eu sou seu amigo, porra. Então, sem essa, não vou passar por tudo aquilo sem você, não estou fazendo por você, mas por mim.

Dou uma risada daquelas bem de filmes de terror e Matheus acaba rindo e desistindo de argumentar.