Capítulo 6 - Meu Melhor Amigo

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Fabrício

Não dormir nada essa noite. Ainda não consigo acreditar que o último ano vai começar. Muitas coisas na cabeça. O bom é saber que o Matheus irá está lá comigo. Fiquei feliz demais quando soube que ele iria continuar na escola.

Claro, eu já tinha oferecido ajuda e meus pais já estavam a postos para ajudar meu amigo. Não, eu não iria deixá-lo de fora no último ano.

Ainda lembro de como nos conhecemos, um trabalho. Um trabalho que a professora nos colocou juntos. Eu não podia imaginar que aquele garoto calado ia ser o meu melhor amigo.

Claro, assim que o conheci já achei ele bacana. A sinceridade e o orgulho que ele sentia de sua mãe, fizeram eu me aproximar mais dele.

Em um colégio onde a carteira dos pais sempre foi supervalorizado, e os alunos sempre foram em sua maioria ricos mimados, Matheus chegou. Humilde, simples e sincero.

A primeira vez que fui na sua casa, eu me surpreendi pois não sabia quem ele era, mas, naquele dia eu soube que ele é tudo que eu sempre quis em um amigo. Hora nenhuma tentou esconder ou omitir algo, e quando estava saindo, sua mãe chegou. Ele foi tão sincero com tudo.

Tia Aurora me ganhou naquele dia também. Desde aquele dia, nunca mais nos desgrudamos. Quando meus pais o conheceram logo se sentiram encantado por ele.

Dona Alice e seu Jorge, sempre me disseram e me ensinaram a tratar todos iguais e ser humilde com as pessoas. Quando conheceram Matheus, não imaginavam que ele vivia em um "mundo" longe de toda a riqueza do colégio.

Com o tempo, eles conheceram a mãe do Matheus e também se tornaram amigos.

Matheus vem aqui direto e eu vou na sua casa direto, é até engraçado, pois nossas mães brincam que somos irmãos de mães diferentes.

Me levanto e me arrumo devagar. Moro perto da escola o que facilita a minha vida, já que normalmente odeio acordar cedo.

Aos poucos me arrumo e chego da janela, descendo o morro que leva para a escola, vejo o Matheus e começo a me arrumar para descer. Sim, eu moro na cobertura de um prédio.

Meus pais são advogados e construíram tudo o que possuem. O que me deixa mais orgulhoso de ser filho deles.

Chego a sala e eles estão preparando para descer.

_ Mãe vou indo, o Matheus está chegando.

_ Quem diria, seu último ano hein. Olha quero que aproveite ele e que também estude.

_ Eu sei mãe, eu sei.

_ Bom o último ano tem a famosa viagem de formatura e a festa. Você vai querer participar?

Meu pai sempre pontual. Ele gosta de planejar tudo. Sim, o último ano tem a viagem para o litoral e a formatura. Mas, ainda não sei se quero participar. Sei que o Matheus não vai participar. Ele já tinha me dito que não teria como, já que essas comemorações ficavam em torno de 5000 a 8000 reais.

_ Ah pai, não devo ir não.

Meus pais me conhecem bem e trocam olhares e minha mãe fala.

_ Filho, é por conta do seu melhor amigo/irmão, não é?

Sorrio quando minha mãe usa o barra em uma frase. E sim, ela me conhece muito bem.

_ É sim, mãe. A senhora sabe que somos mega próximos e não teria graça ir nessas coisas sem ele.

Minha mãe sorrir e meu pai me olha com um olhar que ele só me lança quando sente orgulho de mim.

_ Filho, primeiro você quer participar? Se sim, me fala. - Diz dona Alice.

Acabo confessando para meus pais que quero sim. Mas, que sem meu amigo, não teria a mesma graça.

_ Bom, então faremos um jeito. Você sabe que nunca nos importamos de ajudar seu amigo. Ele não foi com você em todas as viagens a museu, zoológico que você quis ir.

_ Concordo com sua mãe e digo mais, essa sua atitude nesses anos todos com ele, sempre admirei, mesmo não dizendo nada. Você sabe que sua mãe e eu, viemos de famílias humildes e sempre te ensinamos a não se achar jamais. Fico feliz que você seja como é.
Vamos conversa com a dona Aurora, mas acho que tudo dará certo. Se ela concordar, vamos patrocinar a formatura do seu amigo. Aliás, ele conseguiu todos os livros?

Ouvi tudo aquilo me faz sentir bem. Eu nunca fiz nada pensando que meus pais sentiriam orgulho, sempre fiz, pois sinto que faz bem ajudar as pessoas. Matheus é o meu melhor amigo. E isso é o que importa.

_ Ele tem sim, mas qualquer coisa já avisei que ele pode me falar. Aliás, ele adora aqueles livros que o senhor dar de presente para ele, muitos acabam sendo cobrados na escola durante o ano.

Meu pai sorrir e algo me diz que ele pesquisa ante de dar os presentes de aniversário para o Matheus.

Me despeço dos dois e desço. Matheus já está chegando quando apareço na porta do prédio. Ele vem calmo, será que meu amigo vai me contar seu segredo esse ano? Algo que eu já sei há tanto tempo, mas nunca disse nem com ele...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora