Capítulo 24 - Ele é Corajoso

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LEANDRO

A festa está um porre, duas meninas já chegaram perto de mim e eu dei perdidos, meu primo está tri-louco e já foi para o andar de cima onde Jamily foi atrás.

Só quero ir embora, mas, pelo visto preciso esperar o Zeca. Sim, meu primo não tem condições de ir para casa e o Zeca vai me dar carona.

O Zeca está perto de mim, enroscado num sofá junto com uma das meninas que eu não faço ideia do nome.

Meu olhar é atraído para o Matheus, ele está saindo da festa de mãos dadas com outro garoto. Um garoto que eu nunca vi na vida.

Torço para que o Zeca não note o que eu vi, sei que isso seria algo que com certeza usariam contra o Matheus.

Hoje mesmo, meu primo disse na sala quando viu o Matheus e o Fabrício, que os dois eram dois viadinhos.

Matheus passa e o Zeca não nota, pois bem na hora ele se levanta e a menina se vai.

_ Nossa, que festa hein Leandro. Sabia que está no último ano seria muito bom. A Carlinha está um espetáculo e ano passado ela não era assim.

Anoto mentalmente, ok, o nome da menina que estava aqui é Carlinha.

_ E você mano, vai ficar com ninguém não?

_ Não estou me sentindo bem. Acho que comi alguma coisa que me deixou mal.

_ Pow mano! Aí complica. Tá afim de ir embora? Se tiver pode falar, já sei que seu primo não deve ir embora.

_ Ah cara, se não for te incomodar, estou afim de sair sim.

_ De boas. O ruim de ser o único já com 18 do nosso trio é que eu quase nunca posso beber nas festas. Já que acabo sendo o motorista da rodada.

Zeca se levanta de vez e sai da casa de Jamily comigo. Ele é daquele tipo de cara muito gente boa, mas quando meu primo está perto, acaba sendo o pau mandado dele.

O carro dele está estacionado bem em frente assim logo estamos entrando no carro.

Ao entrarmos, olho e vejo novamente Matheus com o garoto, eles estão voltando. O olhar de Zeca pelo retrovisor acaba notando.

Ficamos parado, e eles passam por nós.

_ Pow se não é o menino lá da sala. O filho da empregada. Ele tá de mãos dadas com outro cara e não é o Fabrício.

Fico sem reação, meu primo não está ali, mas e se eu disser algo e o Zeca falar com ele.

_ Será? Não estou conseguindo ver direito. Pode ser alguém parecido apenas.

O Zeca balança a cabeça e continua afirmando que é o Matheus.

_ É ele sim, mas, por mim nada haver. Ele pode ficar com quem ele quiser, só não vindo para o meu lado. Não dá, não consigo ser amigo de alguém assim.

As palavras dele são como tiros em mim. Eu pensando que ele é diferente do meu primo e no fim, é igual.

_ E você, Leandro, teria amizade com alguém assim?

Não respondo nada, abaixo para por o cinto de segurança e ouço quando ele fala.

_ Sorte a do Matheus, ter sido eu e você vendo essa cena. Se fosse seu primo, aí sim, a escola inteira ia ficar sabendo, mas por mim, o Matheus nunca me fez nada.

_ Concordo.

O Zeca sorrir e eu acho fofo. Olho para frente e já não vejo mais o Matheus, mas de algo eu sei, ele é bem corajoso, muito mais do que eu.

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora