Capítulo 30 - Estou Livre?

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LEANDRO

O fim de semana voou, o Zeca me deixou em casa no sábado pela manhã, e do jeito dele me passou uma segurança.

O Paulo só chegou em casa de tarde e não disse uma única palavra para mim. Ouvi do meu quarto o tio André gritando com ele sobre ele chegar tão tarde em casa e ainda de olho roxo.

O resto do domingo passou em silêncio, só vi meu primo quando passei para o banheiro e ele nem me olhou.

Soube que o Zeca tinha conversado com ele por conta de uma mensagem no Facebook que ele me mandou, junto com o número de celular dele, caso eu precisasse de alguma coisa urgente.

Agora aqui estou, passei pelo Matheus e o Fabrício, e quis conversar mais com eles, mas, depois da imagem de sexta, achei melhor apenas dar um oi.

Me sento e o Zeca se senta ao meu lado.

_ E aí, Leandro o Paulo te deixou em paz?

_ Esses dias sim, ele nem me olhou direito. Você realmente conversou com ele?

_ Conversei sim.

Ele me diz com um rosto sério e eu nem invento de perguntar como foi a conversa.

Às aulas são intensas, eu sabia que esse colégio ia ser mais difícil que o meu antigo. Só não esperava o quanto.

_ O Leandro, você vai pra casa a pé? Já que seu primo não veio.

_ Vou ué! Esses dias todos mesmo com meu primo vindo, eu voltei todos a pé. Ele só dizia para vocês que eu ia de carona com o João do 2B.

_ Bem que estranhei, porque ia ser osso pro João. já que volta para o revisional. Mas achei que ele ia e voltava. Já que mora perto de vocês.

_ Então, eu nem conheci o João, meu primo tinha me falado que não ia deixar eu voltar com os amigos dele, então, só ficava quieto.

_ Bom, então hoje você vai voltar de carro, te levo lá e volto pra casa.

_ Ou, não precisa, você vai dar uma volta atoa.

_ Já disse, vou te levar. E nem começa a viadagem.

Fico quieto e sorrio.

_ Oh, foi mal se te ofendi. É que esse é meu jeito.

_ Tudo bem.

Então é isso, estou livre. Meu pesadelo acabou.

Saio com Zeca do corredor e lá na minha frente eu vejo. Eu vejo o Matheus recebendo um selinho do menino da festa.

Quero ir embora, eu preciso sair dali. Algo em mim doí quando vejo a cena. E não consigo explicar o que é.

_ Zeca, vamos passar do outro lado, vamos logo.

O Zeca me olha e não diz nada apenas me acompanha. Assim que entro em seu carro, coloco o sinto e deixo a lágrima sair.

Aquele olhar negro, aquele jeito. Não, definitivamente não pode ser o mesmo, porque se fosse o menino que conheci há 5 anos, ele teria me esperado, porque íamos ser como nos filmes, mas a verdade é que a vida real não é um filme...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora