Capítulo 5 - O Primeiro, Último Dia

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MATHEUS

Levantar e encontrar com a minha mãe se arrumando para sair. Imagem rotineira da minha vida.

_ Mãe, bom dia, bença.

_ Oi meu filho, já ia te acordar, olha o café já está pronto, comprei pão quentinho para você. Mas antes, toma um banho. Já passei sua roupa. Primeiro dia, você precisa ir bem.

Dona Aurora é muito preocupada, ela sempre cuida de mim, mesmo eu com meus já 17 anos. Ela ainda pensa que sou uma criança e eu adoro isso, confesso.

_ Tudo bem maezinha. Mas não precisa ter passado o uniforme.

Ela revira os olhos e se despede apressada. Sei que ela precisa deixar tudo arrumado na casa dos patrões. Já que a empregada da noite sai assim que ela chega.

Me arrumo, o que não demora tanto. Meu uniforme já está passado em cima da cama da minha mãe. Já saiu do banho e vou colocá-lo. Tomo meu café e saiu.

O caminho até a minha escola, não demora muito. Uma das sorte de morar em uma cidade pequena.

Perto da escola, Fabrício está me esperando. Fabrício estava diferente. Ele está mais forte. O tempo que fez de academia ajudou.

_ E aí Matheus, pronto para o nosso primeiro, último dia de colégio?

_ Claro, porque seria diferente. Ainda não acredito que cheguei lá. Sério, esse ano eu achei que não voltaria.

_ Por conta do material?

Confirmo com a cabeça, o bom de sempre ter o Fabrício desde que entrei no São Marcos, é que não precisava ficar com receio de comentar sobre qualquer coisa.

_ Poxa Matheus, você poderia ter me avisado. Eu não te falei que meus pais se ofereceram para comprar seus livros junto com os meus e depois sua mãe ia pagando para eles.

De fato, quando entregaram na sala a lista e o aviso que os livros seriam novos, eu comentei com o Fabrício que não sabia se minha mãe iria conseguir bancar, no outro dia, Fabrício me falou que comentou com os seus pais e eles tinham oferecido ajuda.

_ Ah Fabrício, você sempre me ajudou muito. Você e sua família. Então, mãe relutou um pouco. Mas, iríamos aceitar, porém, ela conseguiu um aumento quando começou a trabalhar aos domingos.

Fabrício me olhou e concordou.

_ Matheus, minha família e eu, não fazemos nada demais. Você é meu melhor amigo. Meus pais te adoram. Porque não ajudar. Além disso, você é um dos melhores alunos aqui e sempre me salva em história. Não ia achar justo você sair da escola por conta da falta de dinheiro para os livros.

Sorrio para ele, Fabrício e sua família desde que entrei na escola e que nos aproximamos, veem me ajudando. Começou com algumas blusas de uniforme que ele tinha a mais , depois a livros extras que eram pedidos. Até a viagens escolares.

Muitas vezes, não daria para eu ir e ele dava um jeito com a mãe dele. A verdade é que os pais de Fabrício, eram pessoas incríveis. Sempre dispostos a ajudar. Fabrício é rico, mas tão humilde que ninguém diz.

Nesses anos todos de amizade, ele me ajudou demais. De fato, eu ajudava ele em história, mas, não que ele precisasse tanto.

Estamos em frente ao colégio. Nós olhamos.

_ Pronto? Matheus. O último ano. Último ano me aguentando.

_ Pronto! Vamos lá.

Entramos...

O Garoto do Carro (Romance Gay)Onde histórias criam vida. Descubra agora