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Assim que paramos em frente a minha casa, abri a porta com cautela, rodeando meu olhar pela sala para saber se estariam ali. O Dong ainda tem possibilidades de se descontrolar, e obviamente eu odiaria se isso acontecesse.

Dei passagem para que o maior entrasse, fechando a porta atrás de mim e em seguida o puxando mais alguns centímetros até chegar aos três - Jimin e Taehyung brincando com Dong.

Não demorou para que notassem nossa presença, então os olhares foram parados em nós dois; isso me deixou meio incomodada. Não é nada normal um vampiro trazer um humano a sua residência, há não ser - é claro - quando irá fazê-lo de presa; e eu nunca fiz isso. Mas quanto a eles dois, não faço ideia.

Percebi o olhar de Jimin mais abaixo, e então lembrei que estava segurando a mão de Jeon, no mesmo instante soltei e dei um sorriso envergonhado.

— Quem é ele? — pergunta.

— Muito prazer, Jeon Jungkook. — se apresenta, sem me dar brecha. Notei que o Tae não parava de olhar ele, estava me dando medo.

— Não digo o mesmo. — Jimin fala novamente, se levantando.

O olhei indignada por sua resposta, não precisava ser tão rude com ele. Seu ciúmes era tão notável quanto a minha raiva no momento. O mesmo segurou em meu braço, e me puxou para um canto mais afastado deles.

— O que pensa que está fazendo? — puxo meu braço, os cruzando em seguida.

— O que?

— Não fale como se não soubesse de nada. — reviro os olhos, bufando. — Ele é um humano, não pode trazer ele aqui assim, Violet!

— Tanto posso que fiz! Aish, pare de ser chato. Ele é legal, não irá fazer nada e o Dong não me pareceu ficar ansioso, ou já teria arrancado o pescoço dele.

Tentava minimizar minhas palavras, as deixando sair num tom mais baixo possível. Respiro fundo, esperando uma resposta do mais velho, e ao perceber que não iria receber apenas saí dali, voltando para sala.

Sorri ao ver a cena; o que, admito, me deixou bastante surpresa também. Dong estava no colo de Jeon, brincando com as bochechas do mesmo enquanto TaeHyung os olhava com uma carinha boba. Jimin parou ao meu lado, e andei mais um pouco. Logo me sentei com eles.

— Parece que ele gostou mesmo de você. — falo, deitando minha cabeça no ombro do maior.

— Você acha? — afirmo com a cabeça, rindo baixinho. — Seu filho é mais fofo do que consegui imaginar.

— Meu afilhado conseguiu tirar toda a fofura da mãe e passar para ele. — Tae pronuncia, me arrancando mais um riso. — Tanto que acho que ele puxou um pouco da minha também.

— Convencido... — Jimin fala, quase num sussurro.

— Convencido não, estou sendo realista. — revida, rindo junto a mim e ao menor que soltava risinhos mesmo sem entender a conversa.

— Quantos anos ele tem?

Foi aí que paramos, talvez até tenhamos ficado sem reação, olhando um para o outro. Não poderia demorar a responder a idade dele, mas o Dong tem apenas meses, porém pela idade de vampiro tende a crescer mais rápido.

— Um ano e meio. — respondo, sorrindo fracamente.

— Mesmo? Ele é bem grandinho, parece que está evoluindo rápido, hein mocinho? — diz, olhando para o menor que agora pulava em seu colo.

Em tudo isso, eu e TaeHyung não conseguimos para de fitar o Jimin. O ciúmes dele está a tão amostra que a nossa vontade de começar a rir era ainda maior. Ele não para de encarar Jeon, cerrando seus punhos; não irei impedir pois sei que ele não fará nada, sabe que irá assustar Dong e acabaremos numa discussão.

Pelo menos os risos do mais novo o deixava calmo. Aposto que também pensou nisso. Se fizesse algo e o menor visse poderia não gostar e o ignorar, como está fazendo comigo. Talvez isso passe logo, ou não. E pensar que na minha mente era ele quem estava fazendo tudo, mas na realidade eu era o monstro.

Só queria saber o significado desse pesadelo. Não foi normal, eu poderia ter somente saído andando pela casa, pelos locais que se passava no meu pesadelo, e não fazer o que fiz.

Passamos quase uma hora conversando, devidamente tendo que dar maior atenção ao Dong, que começa a ameaçar choro todas as vezes que conversamos apenas entre nós quatro. Jimin se desculpou pela maneira que recebeu o Jeon, o que achei justo - ou ficaria mais irritada.

Aliás, consegui notar a troca de olhares entre Jeon e Tae; na minha suposição eles estavam flertando Mas, não, acho que não. Taehyung teria me contado se fosse homossexual ou gostasse de ambos, até porquê eu não o julgaria, de forma alguma.

— Obrigado por hoje. Precisava me distrair e conversa com alguém. — o maior fala, parando em frente a porta. Sorri, negando com a cabeça.

— Eu quem agradeço, conseguiu me tirar de um momento bem depressivo mais cedo. — rimos juntos. — Pode vir aqui quando quiser. Nem pense em fugir da gente, ou irei atrás de você.

— Sim, senhora! — bate continência, me fazendo rir novamente. Dou um beijo em sua bochecha, bagunçando seus fios pretos em seguida.

— Vá logo, está ficando tarde. — ele sorri, assentindo e dando as costas para mim, logo começando a caminhar em direção a aldeia.

Voltei para dentro, trancando a porta e não demorando a subir as escadas. Parei em frente ao quarto do menor, observando Jimin tentar fazê-lo dormir, era uma situação engraçada.

Suspirei, me virando para se retirar até escutar o mais novo me chamar.

— Omma-nie! — fala, no mesmo tom manhoso de sempre. Voltei para o quarto.

— O que foi, meu amor? — me sento do outro lado cama beirada passando meus dígitos por seus fios.

— O appa naum consegue domi.

— Uh? Mas como pode isso? — olhei para o maior, fingindo indignação.

— Podemos botar ele pra domi? — afirmo brevemente com a cabeça, me deitando ao seu lado, vendo mais velho se deitar no outro.

O menor, que se encontrava no meio, fechou os olhos e se encolheu ali. Me virei, ficando de frente para o mesmo, pondo suavemente minha mão por cima de sua barriga.

— Vamos cantar pra ele, hum? — pergunto, e ele afirma, sorrindo de forma fofa.

Fechei meus olhos, cantarolando, até escutar a vozinha do Dong junto a minha. É a música que minha mãe cantava para mim, ainda na barriga, foi o que meu pai disse, ele continuou a cantar também, mas com tempo foi parando; eu nunca me esqueci. Mesmo depois de tanto tempo.

𝐋𝐈𝐍𝐊𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐖𝐀𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora