8° - I Love...

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- E-eu... Eu não tenho culpa, está bem?! Você pelo menos teve a chance de conhecê-la, diferente de mim!

- Tsc... garota boba. - balança a cabeça. - Não dê uma de sentimental agora. Leve-a pra cela! - fala, e o homem que antes havia ressurgido, me coloca numa cela em frente ao cérbero.

Não posso fazer nada. Irei aceitar que minha morte está próxima, mesmo que por algo que eu não queria que tivesse acontecido. Não foi culpa minha... não foi.

Me encolhi, ficando encostada na parede. Minutos depois ela entra na cela, parando em minha frente e me encarando por um tempo.

- Por que não me mata de uma vez?!

- Antes, quero ver você sofrer! - diz, sorrindo perversa.

Após isso, ela me levanta, segurando em meu pescoço, e me joga na parede em seguida. Fiquei largada no chão após o impacto, soltando grunhidos baixo até que ela começa a dar chutes em minha barriga, e em meu rosto.

- Sabe... que não... vai conseguir me matar assim. - falo, cuspindo sangue.

Ela não responde e continua a me espancar; não irei mais interferir, afinal há dúvidas de que não morrerei assim. Vampiros não morrem assim, ainda mais pela mesma espécie.

Apesar dela não parecer ser uma de nós. Sua aparência é diferente.

Se ela quer mesmo me matar, terá que me morder, pois assim irá causa uma infecção entre meu sangue e o dela. Ou pode me dar ao cérbero, que seria uma morte mais rápida e menos dolorosa.

Depois de tanto me espancar, ela finalmente parou e saiu da cela. Fiquei escorada a parede, com a visão turva, sentia todo meu corpo latejar. Ela sabe que o Cérbero me deixou fraca, só se aproveitou bem disso.

- Vejamos... como irei te matar? - passa o dedo indicador em seu queixo. - Vai ser melhor te morder, irá sofrer mais.

Volta pra cela, dessa vez com o aquele homem, então se ajoelha em minha frente, logo segurando em meu queixo. Virou meu rosto com certa brutalidade, e eu fechei os olhos por impulso assim que senti suas presas em meu pescoço.

Algo gelado passou a se espalhar por minhas veias, não sinto nada além de um pequeno incômodo. Por enquanto.

De repente, um estrondo foi feito na caverna, me fazendo abrir os olhos - por mais que com dificuldade. Ela se vira rapidamente, sorrindo. Consegui enxergá-los; Jimin, Taehyung, alguns guardas e... meu pai.

- Que bom que vieram. - se levanta, e vai na direção deles.

- O que fez com a minha filha, sua desgraçada ?! - ele a empurra, e a mesma ri.

- Apenas dei o que ela merece.

Enquanto os dois "conversavam", Jimin e Taehyung vêem até mim, e ela já sabendo que não poderão fazer nada, apenas os deixou.

- O que ela fez com você? - Tae pergunta, acariciando meu rosto. Ele já estava chorando.

- Me mordeu... - solto um riso fraco. - Por favor, não chorem... - peço, vendo que Jimin também havia começado a chorar.

- Não devia ter pedido para ela nos liberar! Podíamos ter impedido isso! - Jimin, pronuncia, negando com a cabeça.

- Não, vocês não podiam. De qualquer forma, isso iria acontecer..a-aah... - sinto uma dor pontiaguda. Está começando a fazer efeito.

- Precisamos te levar ao castelo. Agora mesmo!

Um silêncio tomou conta do lugar após um tempo, então nos viramos e vimos, que Merissa estava morta, junto ao homem e o cérbero.

Logo meu pai corre em minha direção, se ajoelhando em minha frente, começando a chorar.

- Porque veio atrás dela?! Tinha que ser tão teimosa? - fala, quase gritando.

- Pelo menos agora ela está morta. - sorrio ladino, dando algumas tosses fracas.

- Você é igualzinha a sua mãe. - acaricia meu rosto. - Sempre otimista, corajosa, e muito, mais muito teimosa! - sem hesitar, começo a chorar, sentindo meu rosto arder a cada lágrima que descia.

- Obrigada a vocês... - olho, para meu pai. - Obrigada, por sempre cuidar de mim, mesmo eu desobedecendo ao senhor todas as vezes.

- Não fale como se isso não fosse mais acontecer.

- Espero que consiga encontrar alguém que te faça muito feliz. Obrigada por me ajudar a fugir para as festas. - começo a falar, se referindo ao Taehyung, e o mesmo solta um risinho. - Por me fazer rir, mesmo em momentos que era pra ser algo sério.

Dou um breve sorriso, por fim suspirando e olhando para Jimin.

- Yah... olhe, para mim. - ele levanta a cabeça, passando as mãos no rosto. - Eu amo... aa-..argh...

Antes que terminasse de falar, começo a sentir pontadas em meu coração, e involuntariamente ponho a mão no local, apertando como se pudesse sustentar a dor até terminar de falar, porém minhas pálpebras pesaram fazendo me fechar os olhos; a única que escutei após isso, foram as vozes chamando por meu nome desesperadamente.

Jimin On •

Escutava a mais nova com total atenção, esperando que terminasse de falar; porém não aconteceu. Nem ao menos, sabíamos se ela está morta ou se foi apenas desmaio.

E quero que seja a segunda opção.

Começo a chamar por seu nome, juntamente aos outros. Até que decidi carregá-la. Seguimos para o castelo o mais rápido possível. Chegando lá, levamos ela até o curandeiro, Joseph.

Após longas horas de espera, ele finalmente saiu do quarto. Para nós dar notícias boas, assim espero.

- Então, ela está bem? - senhor Higgs pergunta, se pondo de pé.

- Na medida do possível, sim.

- O estado dela é grave? - me intrometo.

- Agora, não mais. Consegui retirar o sangue de Merissa, que pelo que pude perceber, era bastante venenoso. - nos entreolhamos. - Se chegasse ao coração dela, poderia ter morrido. Mas por sorte, vocês chegaram à tempo. - dou um sorriso, aliviado.

- Ela ficará bem, sim? - agora foi a vez do Taehyung.

- Sim, precisará de repouso absoluto, vai se recuperar aos poucos.

- Obrigado, Joseph. - o mais velho, pede, e o curandeiro se retira.

- Posso vê-la? - pergunto, receoso, e ele apenas afirma com a cabeça.

Entro no quarto. Lá está ela. Dormindo como um anjo.

Me sento na poltrona ao lado de sua cama, segurando em sua mão, tal qual está meio fria e pálida, acariciando.

- Cheguei a pensar que tinha morrido, que iria te perder antes mesmo de ter você pra mim. - falo baixo, e passo o polegar em sua bochecha. - Não disse antes, e se estiver me escutando, saiba que eu te amo, Violet Higgs.

𝐋𝐈𝐍𝐊𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐖𝐀𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora