•• 32 ••

722 57 3
                                    

- Explicar o que? - Jeon pergunta, obviamente sem entender nada.

Isso não podia ter acontecido. O que mais pode acontecer hoje? Primeiro minha "surpresa" com o Taehyung, e agora isso. O que mais falta?

Suspiro baixo, dando o menor para Taehyung e seguindo até a sala. Nos sentamos, e não demorei a perceber que Jihyo ficará meio estranha, ela está sentindo o cheiro de Jeon.

Passei as mãos no rosto, pensando em como falar aquilo, afinal isso faria o Jeon descobrir o que realmente somos; não duvido que o Tae já pretendia contar para ele. Mas não agora, estou me lamentando por ele e me sinto horrível por ter que acontecer dessa forma.

- Eu conhe...

- Conheci o Jeon na aldeia, olha... sei que não podemos, mas nada aconteceu. - Tae me cortou. Merda, ele não pode sempre querer levar a culpa por mim.

De qualquer maneira, somos de reinos diferentes, e por mais que tenhamos uma aliança, sou eu quem comanda as regras do meu reino e dos moradores dele. Taehyung é um deles.

Jungkook parecia indignado com as palavras do mais velho, e teria razão se soubesse de tudo sobre nós, mas ele não sabe; é preciso mentir. Porém acho que o Tae não pretende fazer.

- Me diga qual o problema em falarmos com humanos? - o mais novo ao lado de Tae arregalou os olhos, certamente confuso.

- Como assim humanos? O que vocês são? - engoli em seco, teria que falar. Ele não vai conseguir terminar.

- Pode... parecer mentira, ou brincadeira, mas nós somos vampiros. - falei de uma ves. No mesmo instante ele se levantou, havia deixado meus olhos em suas cores naturais.

- Não estão falando sério, estão? - franzi o cenho.

- Acha que fiz algum feitiço pra meus olhos mudarem de cor?

O vi revirar os olhos, se sentando novamente. Esguio meu olhar até o Park mais velho, que observava tudo sem expressar nada. O silêncio tomou conta dali; conseguia escutar a respiração de cada um nesta sala.

O Dong, até ele, se encontrava calado, mas logo vi que o mesmo dormia no colo de Tae - que não demorou a se levantar e subir as escadas. Deve ter ido levar o mais novo para seu quarto.

Virei meu rosto, olhando diretamente para Jimin, e num segundo o grito do Jeon foi ecoado pela sala. Assustada, virei rapidamente em direção ao mesmo e pude ver Jihyo quase o atacando; seu pai não fez nada para impedir; era o que queria. Se ela está assim, é porquê não costumava ver humanos para que pudesse atacá-los.

Corri até eles, jogando a menor para longe. Meus dentes a mostra, assim como os dela. Nos encaramos por alguns segundos, estava pronta para atacar caso ela tentasse também.

- Jihyo, pare com isso! Se controle! - Jimin fala, num tom alto e a mesma olha para ele. Continuei em frente a Jungkook, sem tirar os olhos dela. - Pai, faça ela parar!

- Por que faria isso? - indaga friamente. - Eles querem a nossa morte, então devemos querer a deles. Deixe que sua irmã se divirta um pouco.

- O que?! Não devemos nada! Como um Drácula, um rei, você devia tentar mais estratégias além de matar! Pode conhecê-los antes de tentar qualquer coisa. - o respondo, me aproximando do mesmo, assim que Jihyo consegue voltar ao seu normal. - Você poderia voltar a ficar contra o meu reino ,me afastar do Jimin, mas eu lutaria dia após dia para manter a paz e ter meu noivo de volta. Assim como faria o mesmo para proteger meu reino!

- Proteger seu reino? Sendo assim, por quê não está no seu trono agora? - nego com cabeça, rindo soprado.

- Sabe muito bem que fizemos isso pelo nosso filho.

- "Fizemos"? Pelo que meu filho disse, você indicou isso, você queria manter o Dong-yul afastado.

- Tem certeza do que diz?

- Acho que eu deveria lhe fazer essa pergunta. Você acha mesmo que o Jimin não lhe esconde nada?

- Pai, não invente coisas, não me relacione aos seus planos. Nem a mim, nem a minha mulher e meu filho. Nunca disse isso, nunca cheguei a dizer que não concordava com a ideia da Violet. Estamos fazendo o melhor para nosso filho, o que você nunca fez.

Fiquei impactada com as palavras do mais velho, me deixando voltar ao normal. Ele nunca fala as coisas dessa forma, mesmo que não fosse sério ou até mesmo sendo, ele não aumentava seu tom de voz assim e nunca pensei que faria isso justo com seu pai.

Mas ele mereceu isso.

Ele parou de falar após isso, talvez não houvesse mais argumentos para prosseguir com esse diálogo informal. Sua irmã estava quase chorando, era percebível que não foi diferente com ela, meu coração estava apertado, queria confortá-la. E ainda mais o Jimin por ter finalmente liberado tudo isso.

𝐋𝐈𝐍𝐊𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐖𝐀𝐑.Onde histórias criam vida. Descubra agora