𝐋𝐈𝐍𝐊𝐄𝐃 𝐓𝐎 𝐖𝐀𝐑.

•• 31 ••

Um mês e meio se passou; tão rápido quanto o vento que passa por meu corpo. O Dong havia voltado a falar comigo normalmente, como se nada tivesse acontecido, assim como o Taehyung e Jimin. Iríamos de dois em dois dias na aldeia, algumas vezes para comprar o que precisávamos.

Jeon e Taehyung se tornaram amigos fáceis; tais quais agora não se desgrudam nem por um segundo. Gosto disso, posso ver meu amigo feliz e ficar ainda melhor por saber que fiz amizade com um humano. Vivemos como pessoas normais, e está tudo indo muitíssimo bem até agora.

No momento me encontro no meio da floresta. O por quê? Acho que nem eu mesma sei responder. Bom, talvez...

Jimin havia viajado para seu reino faz três dias, e levou o Dong para que sua irmã e seu pai o conhecesse. Isso está me deixando inquieta, não consigo ficar afastado dos dois por tanto tempo. Óbvio que o Taehyung e Jungkook me fazem companhia; uma ótima por sinal, mas não é a mesma coisa sem minhas preciosidades aqui.

Em passos meios apressados voltei para casa, afinal é inverno e obviamente está um gelo aqui fora. Sem contar a neve que me incomoda; não sentimos frio constantemente, já que é o nosso clima agradável, mas quando sentimos é algo incomparável.

Abri a porta, abraçando meus braços e passando as mãos pelos mesmos após retirar o casaco. Poderia não sair de casa até acabar o inverno, apenas desfrutando do friozinho debaixo de minhas cobertas. Seria ótimo.

— Tae-ah! Eu voltei. — falo, um pouco alto para que ele me escutasse.

Sem receber resposta, fiz um pequeno bico e decidir ir ao segundo andar.

— Tae? Aonde você está?

O chamei novamente, parando em frente a porta de seu quarto. Tive uma surpresa ao abrir a mesma. E... merda.

— Vi... eu posso explicar. — balanço a cabeça em negação, me distanciando.

O que acabei de ver? Não foi algo tão chocante, ou tenebroso; nada que me assustasse tão fácil. Mas algo que conseguiu me magoar profundamente.

Eu pensei tanto nessa possibilidade, no que poderia estar rolando entre eles, mas nunca pensei que Taehyung iria me esconder isso. Ou talvez ainda pior. Não julgo nada, tenho respeito a isso, mas somos amigos há anos e ele não me disse simplesmente nada.

— Violet, nós iríamos lhe contar logo. — Jeon finalmente se pronuncia,bme fazendo negar novamente.

— Taehyung como pode? Sério? Como pode me esconder isso de mim por anos? Somos amigos, não somos? — engoli em seco, segurando meu choro. — Acho que você não confia em mim. Pensou que ia lhe julgar por isso? Eu nunca, nunca em toda minha vida faria algo do tipo, ainda mais sendo com você.

— Violet, eu não sabia como lhe contar isso. Me desculpe, de verdade, eu só não tinha argumentos para explicar. — se levanta, vindo até mim. — Sei que não me julgaria, mas eu tive medo, e se meus pais descobrissem sem querer da sua boca, seria ainda pior.

— Como assim da minha boca?

— Sabe muito bem que sempre solta coisas sem querer, inclusive de nossas conversas. Nossos segredos. — dei um leve suspiro, abaixando a cabeça. Por mais que odeie admitir, ele está certo.

— Me desculpe... eu devia ter passado essa confiança a você. Devia ter conversado sobre isso e...

— Ya, pare com isso. Não fique se culpando ou pensando nisso. É um direito seu, fui idiota e eu quem devo desculpas. — sorri quadrado, me fazendo sorrir também em meio as lágrimas que tomaram meu rosto. Logo então pude sentir seus braços me envolverem, o que me confortou muito.

— Hum... eu ainda estou aqui. — Jeon fala, nos fazendo rir.

Taehyung o puxou para perto de nós, assim o colocando em meio ao nosso abraço quentinho e aconchegante.

— Eu amo vocês! — Tae fala, deixando um selar no topo de minha cabeça e um nos lábios de Jeon.

— Nah! Eu também quero um beijo assim! — resmungo, tazendo beiço.

— Manhosa, você vai esperar o seu noivo voltar.

— Sem graça. — reviro os olhos, me encolhendo no meio dos dois.

[ ... ]

Tudo bem, agora a minha imensa vontade de querer carinho e beijos só aumentou. Isso somente por causa desses dois. Disseram que íamos jogar e estão trocando carícias enquanto eu pago uma de candelabro. Parabéns para a palhaça que acreditou nisso.

Um pouco mais longe, escutei barulhos de cavalos, o que me deixou curiosa me fazendo levantar de imediato. Corri até a porta, sendo seguida pelo olhar dos dois, Tae sabia o porquê mas JungKook não; por conta de nossa audição, claro. Em menos de dois minutos, abri a porta toda sorridente e pulei nos braços do maior, o apertando e enchendo seu rosto de beijos.

— Céus, tenha calma, amor! — resmunga. Neguei com a cabeça, e selei nossos lábios dando início a um beijo demorado e cheio de saudades.

— Omma, omma! — escutei o menor e rapidamente soltei Jimin, seguindo meu olhar para ele, que está... sério?

— Eu ia avisar. — o mais velho fala, elevando seus ombros.

Dong estava no colo de Jihyo, a minha querida cunhada. Não acredito que ele veio com o pai e com ela. Se algo der errado, o Jeon pode acabar descobrindo tudo de maneira indesejada para todos nós. Até porquê, o pai dele não gostaria de saber que tem um humano aqui.

O menor desceu de seu colo, e veio correndo até mim com seus bracinhos estirados para cima, deixando que o carregasse. Selei demoradamente sua bochecha, o apertando o quanto podia em meus braços.

— Foram só três dias, parece que foi uma eternidade para você.

— Três dias para vocês dois, são sim uma eternidade. — lhe mostro a língua, logo então me indireitando.

Me curvei para seu pai, dando um fraco sorriso enquanto olhava para Jihyo. Por mais que não goste dela, terei que suportar, e espero que não seja por muito tempo.

— Mas, então, o que traz o senhor aqui? — pergunto, andando para que deixasse Jimin fechar a porta.

— O casamento de vocês. Já passou da hora de acontecer. Vocês tem um filho, um herdeiro,  precisam adiantar esse processo. Já deveriam estar casados a muito tempo, antes de se...

— Pai, já chega, entendemos. — a mais nova fala, pondo a mão no braço do mesmo.

Sei qual seria o término de sua frase... "antes de seu pai morrer", mas o meu pai não tem nada relacionado a isto. Eu não me casei depois de sua morte por estar deprimida, não tinha condições de me casar daquela forma.

Porém agora, estou ciente de tudo que pode acontecer se não me casar. Iremos marcar nosso casamento e planejar tudo o quanto antes.

— Espero que tenham paciência. Nosso casamento não irá demorar para acontecer.

— Opa, eu escutei casamento? — Jeon indaga, aparecendo atrás deles - que estavam de costas para as escadas.

— Jung... merda. — Tae para de falar, ao perceber a presença do mais velho, que por sinal ficou bastante surpreso.

— Podemos explicar. — eu, TaeHyung, e Jimin falamos em uníssono.