Capítulo 38

2.5K 151 14
                                    

Passou-se um bom período, quase um mês. E eu e Maraisa estávamos tão bem, de uma forma que nunca pensei que chegaríamos. Ela praticamente se mudou pro meu apartamento em Goiânia. As roupas dela já estavam junto das minhas, e no final dos nossos compromissos todos nossos encontros eram lá.
Eu estava realizando shows no Sul e Maraisa junto com a Maiara no Nordeste. Provavelmente eu não iria pra casa nessa noite, só na manhã do dia seguinte. Então Maraisa pegou o vôo para Goiânia e resolveu dormir no apartamento até que eu chegasse no outro dia. Maiara foi pra casa, ela já tinha aceitado nosso namoro, mas ela se mantia distante, e falava pouco sobre isso. Mas convivia perfeitamente com a gente, assim como todos, exceto mamãe. Mas, ela não podia fazer muito coisa.
Maraisa chegou em casa e me ligou antes que eu entrasse no palco, ela estava tomando vinho e ouvindo música. Todos as suas roupas de dormir estavam sujas então ela foi pegar um dos meus pijamas que ficavam em uma gaveta no guarda-roupa. A gaveta estava emperrada. Maraisa colocou tanta força pra puxar, que balançou todo o móvel e alguns caixas caíram sobre ela.

Irritada com tudo aquilo, ficou curiosa em ver tantos cadernos e papéis pelo chão. Ao recolhê-los, Maraisa começou a ler alguns, eram anotações minhas, várias delas eram composições que eu fazia, várias músicas. E no meio disso, um dos cadernos com a capa "Sexos Casuais" a chamou atenção. Sentada no pé da cama, ela começou a ler tudo que eu escrevia dos meus sexos vividos desde quando perdi minha virgindade. Em torno de 50 páginas ele tinha. E 38 eram com a Cibely. Maraisa não gostou nada daquilo que estava lendo e ficou super furiosa.
Cheguei na manhã do dia seguinte e a encontrei deitada na cama, com todas as folhas no chão. Algumas estavam até rasgadas. Eu não estava acreditando naquilo que estava vendo. Dessa vez não a acordei com beijinhos e carinho. A chamei pelo nome até ela despertar. E logo questionei o porque dos meus papéis estarem todos jogados assim e amassados e alguns rasgados. Maraisa mal acordou direito e me jogou na cara, muita coisa que estava escrito. Eu queria saber o que meu passado tinha a ver com o nosso futuro, ou tudo que vivi antes dela a deixava tão furiosa.

A discussão foi terrível. Maraisa gritava comigo me acusando de várias coisas. Eu não ia aceitar nunca o fato dela ter rasgados minhas anotações. Se ela nem existia nessa época. Fez questão de jogar na minha cara, que eu estava brincando com os sentimentos dela, que eu amava Cibely. Que eu escrevia que Cibely me completava, que era o melhor sexo, os melhores sorrisos e momentos. Que eu escrevia que podia está com alguém, mas ela era meu porto seguro. Que quando o Juliano estava no hospital, eu e Cibely dormimos agarradas, não fizemos sexo, mas pra mim tinha sido a melhor noite, que ela cuidou de mim como ninguém. Fez questão de questionar tudo isso. Eu disse a ela que isso tudo foi antes de conhecê-la, que agora era diferente, que eu não podia negar meu passado, mas que meu futuro seria diferente com ela. Maraisa me irritou profundamente, e gritava dizendo várias coisas. Pedi que saísse da minha casa, e que só me procurasse quando ela tivesse maturidade para entender que passado e passado. Mas, que eu estava muito chateada e triste por duvidar do meu amor por ela.

MARILIA E MARAISA - New RulesOnde histórias criam vida. Descubra agora