Quase beijo - Audrey e Caleb

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Audrey

Minha consciência estava pesada. Só para variar! Nem tanto por espantar a nova namorada de Caleb. Mas, por ter abalado os ânimos da nossa família e estragar o almoço. Deixei meu quarto, indo para o celeiro. Cavalgar era uma coisa que me ajudava a pensar.

Querendo ou não, eu teria que me desculpar com o Caleb. Celei o cavalo de mamãe e comecei a cavalgar devagar pela propriedade, tomei a rota que seguia rumo a velha ferrovia que seguia rente aos muros da propriedade. Desci do cavalo quando ouvi o barulho das águas do riacho e o puxei até as margens.

Ao alcançar o rio, o cavalo curvou-se para beber e eu aproveitei para me refrescar um pouco. Tirei o vestido e me lancei as águas, depois de amarrar o cavalo numa árvore. Mergulhei e quando emergi Caleb estava sentado próximo ao meu cavalo com o meu vestido nas mãos.

- Droga! - Esbocei em voz baixa. - Como eu sairia dali apenas de calcinha? Eu não usava soutien.

- Vamos!.. Você teve coragem de entrar, porque não vai sair. Quer que eu me vire? - Ele ficou de pé segurando o vestido na mão.

- Por quê você tem que ser tão idiota? - Me aproximei aos poucos da margem e passeei até ele arrancando meu vestido das suas mãos. Notei sua respiração entrecortada e talvez ele não me achasse tão criança, afinal. Me vesti rápido sob o olhar de Caleb e o encarei. - Desculpa, ter espantado a sua... visitante. É que você me tirou do sério me chamando de criança daquele jeito. Eu perdi a cabeça!

- Quando é que vai crescer, Audy? - Ele cruzou os braços.

- Quando é que você vai se convencer de que eu cresci? Tenho dezoito anos, Caleb. Eu já bebo, tenho habilitação e só não comecei a faculdade porque comecei a escola atrasada. Você sabe! -torci os cabelos, para deixá-los mais leves e os soltei sobre as costas. - Está bravo comigo?- quase fiz um bico.

- Eu não estou bravo, Audy, estou começando a me decepcionar com você. O que eu achava que era um capricho seu, agora está se tornando algo sério... Muitas vezes eu uso em tom de brincadeira e você me aparece com duas pedras nas mãos, espantando minhas namoradas e me deixando com cara de um puta de um vira-lata... qual é a sua Audy!?

Engoli em seco. De que adiantaria falar dos meus sentimentos? Eu pareceria ainda mais ridícula.

- Só respondi a sua provocação. Eu tenho o pavio curto!- dei de ombros e me sentei no chão. - Eu senti ciúmes! - confessei, mas evitando Dar qualquer denotação romântica- Nós crescemos juntos e você sempre foi como um...irmão?

- Irmão...- Ele soou desdenhoso e se sentou ao meu lado, apoiando os braços nos joelhos. - Sam só queria ser sua amiga, alguém para conversar, você simplesmente se fecha, não deixa que se aproximem de você... Melhor você mudar, Audy, porque deste jeito as pessoas passam a achar de que você é uma criancinha mimada e caprichosa, e eu já te falei, detesto mulher chorona e chata.

Me levantei irritada.

- Não pedi a amizade da sua namorada e que se dane o que pensam de mim. Não vou mudar a minha personalidade pra agradar Sr Ninguém! - O encarei desafiadora- Essa sou eu, Caleb Heights! Se eu te causo tamanha repulsa, é melhor que evite a minha companhia.-me aproximei do cavalo para desfazer as amarras. Eu não o deixaria me ver chorar

Caleb me agarrou pela cintura e me jogou no chão, perdendo o equilíbrio e caindo sobre mim, praticamente ficamos em choque, um olhando para o outro, Caleb entre abriu a boca e seus olhos desceram para os meus lábios.

- Você é... teimosa, arrogante. - Ele chegou próximo a minha boca, sorriu malicioso e se afastou um pouco. - Você quer que eu saia da sua vida?

Minha respiração estava ofegante e eu sentia o seu corpo tão quente. Eu estava enganada ou seu coração estava tão descompassado quanto o meu.

- Por que me provoca, Caleb? - Tive forças pra perguntar.

- Não vou te responder... Porque não me respondeu. - Caleb desviou da minha boca para o meu rosto, me dando um beijo demorado.

Senti meu corpo responder ao de meu primo. Eu estava quente e trêmula.

- Eu... - Não sabia o que dizer e esperava que ele me beijasse. O que teria acontecido se não fossem os gritos de meu irmão.

- AUDREY! - Senti meu coração palpitar de susto.

- Droga!

Caleb rolou para a água do susto que levou escorregando ao me soltar, agora ele também estava molhado.

- DROGA, MATH! NÃO PRECISAVA CHEGAR DESTA FORMA. - Caleb se levantou bufando e correu atrás de Math tentando abraça-lo. - Haaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa... - Gritou ele enquanto corria.

Levantei e acabei de desamarrar o cavalo, saí puxando o animal, pensando naquele quase-beijo.


TODO MEU (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora