Nathan Procura por Alexia

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Nathan.

Assim que desci no aeroporto de Nova York, sabia que tinha que ver uma pessoa. Me instalei no hotel, arrumei tudo como eu gostava e me sentei na cama puxando o celular e disquei para Alexia, sabia que ela estaria trabalhando, mas queria ver ela.

- Bom dia, Lex! - Sorri.

- Natty? - Ela reconheceu minha voz de imediato-. Meu Deus, como é bom falar com você! Então meu cowboy, como está a vida no Texas?

- Não estou no Texas. - Disse rindo. - Deixei meu chapéu no campo. Estou em Nova York... Queria te chamar para almoçar.

- Sério?! Claro que sim, estou morrendo de saudades.

- Eu também. - Disse demonstrando o quanto ainda a amava. - Que horas posso te pegar?

- Vem aqui na editora! Eu estou trabalhando e morrendo de fome. A Val e o Ryan com certeza vão ficar eufóricos de saber que você está aqui e vão querer te ver.

- Eu prefiro ir aquele restaurante que uma vez me levou, ele é calmo e você sabe como fico agitado com locais com aglomeração, barulhos.

- É o restaurante do Tim. Onde você está? Eu vou te buscar em meia hora.

- Estou aqui no Hotel Mercurie, 6º andar quarto 611. te espero.

- Eu não demoro.

- Estou te esperando.

Corri para o banheiro ajeitar meus cabelos, escovei os dentes, troquei de camisa e me sentei na cama e a esperei.

Alexia falou sério quando disse que não demorava. Não passou vinte e cinco minutos até que ouvi batidas na porta.

Abri a porta e ela estava ela, linda em um vestido preto básico, cabelos soltos. Sorri feliz em ver Alexia. Ela estava em meus braços, apertando-a, ela fiz o mesmo.

- É tão bom ver você e esses olhos verdes expressivos que faziam eu me derreter.

- Senti sua falta, Lex! Muito mesmo. - Beijei seus cabelos e sem solta-la a enfiei para dentro do quarto e fechei a porta.

- Me conta as novidades. O que tem feito da vida? Como estão o tio Yuri e a tia Joan? E o Jordan? Você está namorando?

- Quantas perguntas... - Dei risada. - Não estou namorando... Você é minha eterna namorada. - Apertei de leve seu queixo. - Mas já estou sabendo que me esqueceu.

- Bobo! - Ela sorriu. - Você lembra do Adam? Nós estamos juntos.

E não venha com eterna namorada. Foi você que terminou comigo. Eu sofri muito na época, ta! - Ela fez um biquinho que eu desejei beijar.

- Eu terminei porque você mora longe... E foi birra de autista. - Brinquei.

- Você terminou porque eu era muito criança! E você não é autista. -ela me deu um soco de leve. - Jordan é! Falando nisso. O que Jordan tem feito da vida?

- Jordan está de férias com o pai biológico. - Torci a boca. - Mamãe fica em frangalhos com essas viagens, mas está sendo bom pra ele. - Sorri. - Eu vim me despedir... Vou com Ralf para me apresentar na marinha... Vou ser cabo em uma fragata... Passei em matemática e vou cursar engenharia pela Marinha... Engenheiro naval.

- Oh, meu Deus, não! - Alexia me abraçou exagerada. - Não acredito que vou perder você pra marinha.

- Era tudo o que eu queria ouvir. - Segurei seu rosto, estava louco para beija-la. - Alexia...

- Nathan, não... - ela recuou. - Eu adoro você, mas não vamos confundir as coisas. Nosso tempo já passou.

- Me desculpa, Alexia... Eu... Não te esqueci e... - Puxei a mochila e a abri tirando uma caixinha de lá de dentro. - Alexia... Case-se comigo? Me espera, por favor?

- Nathan! - Ela sorriu amável e tocou o meu rosto. - Você é o homem mais doce e perfeito do mundo, e a mulher que se casar com você um dia, vai ser uma garota de muita sorte. Mas não serei eu.

- Está apaixonado por ele? - Fechei a caixinha, me senti tão decepcionado.

- Sim! E ele por mim. Você merece uma mulher que tenha olhos e coração só pra você.

Sorri triste e olhei para a caixinha em minha mãos.

- Espero que ele te mereça, Alexia! - A encarei soltando um longo suspiro. - Eu devia ter vindo antes... Demorei demais, me desculpe.

-  Você vai achar alguém pra Dar esse anel, em breve. Tenho certeza! E agora, porque não vamos dar uma volta pela cidade.

- Estou com fome... - Abri um sorriso enorme. - Ainda tenho fome de caipira!

-Tenho certeza disso.

Ela tomou minha mão e saiu me puxando, no caminho para o restaurante paramos em uma sorveteria para comprar sorvete e era engraçado como Alexia sempre roubava um pouco da minha casquinha para si. Ela enlaçou a mão na minha e caminhamos pelas ruas de Nova York como um casal de namorados.

Almoçamos juntos e depois fomos comer pipoca no Central Park. Sentei com Alexia diante de uma árvore e ela chegou a cochilar com a cabeça recostada ao meu peito.

Acordou um pouco alvoroçada e me encarou sorrindo.

- Ainda não acredito que você vai se tornar um soldado.

- Muito menos eu. - Sorri afastando seus cabelos e o prendendo atrás de sua orelha. - Eu não acredito que não goste mais de mim. - Fiz um bico.

- Ei para! Eu adoro você.

- Mas não é do jeito que eu gostaria... Vou superar, prometo.

- Você é maravilhoso demais pra merecer migalhas de amor.

- Eu não acho que me ofereceria isso... - A abracei forte e meu beijo acabou pegando no canto da boca.

- Eu acho! Mas, a minha amizade é verdadeira. Você é um homem incrível.

- Obrigado! - Eu a abracei forte encostando na arvore novamente. - Eu pensei... De quando voltar... me casar com você, comprar uma casa próximo ao Cabo Canaveral, lá é calor o tempo todo, o céu é azul... Nós iriamos sentar na areia da praia, ficar vendo as gaivotas voando no céu, os mergulhões saindo do mar com seus peixes na boca... Te amar... porque o que fizemos na adolescência foi... Horrível. - Comecei a rir.

- Não foi horrível, Nathan! Nós éramos virgens.

Gargalhei me sentindo envergonhado.

- Acho que nunca te dei prazer... Olha! Me desculpa em estar falando disso. - Beijei seus cabelos novamente, puxei o ar pelas narinas para sentir seu perfume.

- Nós éramos quase crianças e estávamos nos descobrindo.

- Eu queria poder te amar novamente e mostrar o quanto aprendi. - Mantive o sorriso no rosto. - Agora... Você consegue um livro seu antes do lançamento para eu levar comigo no navio?

- Claro que consigo! E vamos parar de saliências, ta bem?

- Saliências? - Franzi o cenho como se não soubesse o que ela queria dizer com aquilo.

- Para Nathan! - Ela me deu um tapa. - Isso é parte do nosso passado.

- Não quer repetir? - Dei risada. - Tudo bem, parei, estou apenas brincando... Mas que ainda tenho um tesão por você... pode ter certeza que tenho. e se esse mané não der conta de você, pode me enviar uma carta, que venho correndo pra me casar com você.

- Vou me lembrar disso.

Já estávamos na hora de voltar, logo Ralf iria me procurar para acertar a nossa viagem. Segui com Alexia até a editora, matei a saudades de todos e com muito custo, Alexia conseguiu um exemplar de seu livro, fez dedicatória e me levou de volta ao hotel.

A nossa despedida foi com um beijo caloroso e sem ela perceber, coloquei o anel em sua bolsa, eu queria que ela soubesse que teria um amor para o resto da vida.



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