Caleb não dá o braço a torcer

3.1K 380 10
                                    

Dei de ombros e voltei o tomando pela mão e praticamente o arrastando.

- Você precisava nascer tão bonito?

- E você tão linda! - Ele me abraçou rindo, beijando meu pescoço.

- O que vamos comer hoje? Pensei da gente passar num japonês, ou tailandês. Estou com vontade de comida oriental. Talvez um chinês, ou indiano?

- Então... - Caleb apertou o botão do elevador e me olhou. - Eu tenho plantão dentro de quarenta minutos e vou dobrar... Pensei de você comer comigo no refeitório do hospital, vou te internar e vou te fazer de minha paciente. - Ele riu.

- Ta bom! - eu ri. - Vou aproveitar pra dormir em casa hoje. Meu pai já ligou e perguntou quando nós dois casamos? Porque ele diz que eu me mudei pro seu apartamento.

- Tio John só porque casou em menos de uma semana, acha que devemos fazer o mesmo. - Caleb torceu a boca desviando o olhar. - Você não está com pressa, não é?

- Não! Mas, ele está certo, Caleb! Nós parecemos um casal de recém casados. Eu nunca mais dormi em casa, é justo que ele reclame.

- Então vá para casa, se é o que quer! - Caleb disse um pouco irritado, a porta do elevador se abriu e entramos, ele cruzou os braços, se recostou no fundo cruzando as pernas, olhou para cima e não para mim.

- Amor, você vai estar na residência! Por que essa birra?

- Nada! - Ele sacudiu a cabeça e não desgrudou os braços, torcendo a lingua na boca, dava para ver ela se movimentar de um lado para o outro.

- Eu volto amanhã quando você estiver em casa. - O abracei, aninhando a cabeça em seu peito, mas ele não descruzou os braços, dei de ombros e me mantive grudada nele. - Você é birrento, sabia?

- E você é uma chata quando quer ser e igual ao seu pai que insiste em meter o dedo onde não se deve. - a porta do elevador abriu na garagem, ele praticamente me empurrou para sairmos de lá de dentro.

- Eu fiz ou disse algo errado? - Ele estava começando a me irritar. - Você não vai estar no apartamento, eu vou dormir nos meus pais. Só isso!

- Então vai dormir nos seus pais, cassete! - Caleb me olhou do outro lado do carro pronto para abrir a porta. - Me deixa no hospital e vai com meu carro, chata! - Caleb fez um bico e entrou.

Resolvi não responder e assumi a direção, mas antes de dar partida o encarei.

- Vai ficar de mal de mim.

- Vou, tenho esse direito. - Ele me olhou rapidamente, apoiou o cotovelo na porta do carro e se calou, desviando o olhar para fora da janela.

- E eu posso saber por quê?

- Estou ficando atrasado... - ele não me olhou.

- Ta bom! - dei partida e tomei a direção do hospital, Caleb se mantinha calado ao meu lado e aquele silêncio estava me incomodando, então resolvi ligar o som. Caleb me olhou serio e voltou a olhar para o caminho. Me ignorando completamente, me lembrando dos tempos de criança quando eu dizia que não faria o que pedia.

- Eu não entendo porque está tão bravo

Ele não disse nada, apenas fez um bico.

- Bem que papai disse, que você quando quer é um pé no saco.

Ele me olhou sério, mais do que já estava.

- O que mais seu pai disse sobre mim?

- Ai caramba, Caleb! Meu pai só comentou uma vez que você era uma criança birrenta e que era um chato quando alguém te contrariava. Acho que ele não mentiu quanto a isso.

- Com certeza, não. - ele sorriu de lado e voltou a atenção para o transito. - Só estarei em meu apartamento depois das 14h... então não me espere para almoçar... 

Parei o carro em frente ao hospital, Caleb saltou antes de eu puxar o freio de mão, e antes de fechar a porta me olhou se inclinando. - Almoçe com seu pai. - Fechou a porta e seguiu pisando duro para dentro do hospital.


TODO MEU (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora