Fazendo as pazes

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Deixei o hospital por volta das 15h, meu plantão já tinha acabado, mas o paciente precisava da minha ajuda. Andei até o apartamento, estava exausto e queria uma cama.

Assim que abri a porta do apartamento, Audrey estava sentada na minha mesa de estudo, notebook sobre a mesa, e meus livros espremidos num canto, ela sabia que não gostava quando bagunçava meus livros.

fiquei parado segurando a massaneta, olhando para aquela coisinha gostosa, cabelos presos no alto da cabeça todo bagunçado e lindo, óculos de grau no rosto que ela usava só pra leitura, camisetina regata branca sem sutiã e short minusculo que só sabia que estava usando porque dava pra ver um pedaço dele.

Audrey parou de digitar e me olhou sobre os óculos, fez um bico desdenhosa, eu não tinha ligado para ela durante a noite, nem de manhã e muito menos agora pouco para informar que estava indo para o apartamento.

- Eu tenho vontade de dar uns tapas nessa sua bunda malcriada! - Disse desdenhoso, largando a porta e a fechando.

- Olá, sr Birrento! - ela respondeu rindo e ajeitando os óculos no rosto.

- Olá, Sra. Bagunceira! - me aproximei.

- Eu já ia arrumar! - ela soou inocente e levantou me abraçando, depois se afastou ligeiro.- Desculpe, eu esqueci que estamos de mal.

- Eu queria brincar de médico... E você simplesmente me trocou por seus pais. - Coloquei as mãos na cintura. - Você acabou com a minha fantasia.

- Foi você quem dispensou a minha companhia. Eu ia almoçar com você e só depois ia pra casa.

- O cabecinha de vento... Eu queria que você dormisse no hospital. - A encarei nervoso, ela realmente não tinha entendido nada.

- E por que não me disse? - ela enlacou o meu pescoço. - Preferiu ficar fazendo manha. - Ela beijou meu pescoço. - Quer uma massagem pra relaxar? Você parece exausto, Amor!

- Eu quero um banho e cama, dormi só 4 horas ,2hx 2h, continue estudando.

- Deixa eu de fazer uma massagem, vai! Aposto que você dorme num instantinho. Eu gosto de cuidar de você.

- Depois do banho... Tá... - apontei pra mesa. - Volte para seu estudo.

- Ta bom! - Ela beijou meu rosto. - Vou esquentar um copo se leite pra você.

- Me trás na banheira? - Segurei seu queixo e a beijei.

- Levo sim, meu doce namorado carente.

- Chata... - Mostrei a lingua, ri apertando sua bunda. - Estarei nu. só pra te informar.

- Eu não esperava que você entrasse vestido na banheira. - ela desdenhou

- É! Tem razão. - Sorri me sentindo um idiota. - Mas quando a gente bebe demais, colocam a gente debaixo do chuveiro com roupa e tudo.

- Você não está bêbado! - Ela riu ainda mais. Vamos logo, vá se deitar que vou preparar o seu leite. Prometo não demorar

- Banho... E sim! Estou bêbado de sonho...

- Verdade! Banho... Eu não demoro com o seu lēite. - ela saiu rindo, me deixando sozinho

Entrei no banheiro arrancando a roupa, largando tudo pelo caminho, nem esperei a banheira encher, entrei enquanto enchia, molhei uma toalhinha, recostei e levei a folhinha molhada no meu rosto, apaguei de tão cansado.

Acordei com Audrey tirando o paninho dos meus olhos, ela estava sentada na beirada da banheira com o copo de Leitte na mão.

- Diz que passou 2horas de cochilo! - Estava bêbado de sono.

- Passou alguns minutos! - ela já tinha tirado os óculos e os cabelos estavam soltos- Ainda quer sei leite? Eu pus um pouco de canela.

- Tire essa roupa e vem aqui me banhar? - Abri os braços para ela.

- Você precisa dormir. - ela umedeceu a toalhinha e esfregou suave no meu pescoço, depois tirou a roupa e entrou comigo na banheira, usando a toalhinha como esponja enquanto esfregava o meu corpo. - Me conta como foi o dia.

- Difícil... Mas promissor. - Afastei o cabelo de seu ombro. - Almocei com Samantha...

- Hum... - ela torceu o bico. - Legal! - Audrey continuou a me lavar.

- Ela está apaixonada por um dos médicos mais fodas e chatos do hospital.

- Isso é ótimo! - A empolgação de Audrey chegou a ser engraçada. - Espero que eles se casem e tenham vários filhinhos e todos nasçam de jaleco.

- Eu dei uma dica... Para ela começar pela filha de um ano dele... O cara perdeu a esposa no nascimento da Emanuelle. tem 1 ano... Eu acho!

- E o Doutor Fodão está aberto a possibilidade de uma relação? - Audrey apanhou o copo de leite na borda da banheira e me entregou - Tome o seu leite.

- Eu não faço ideia, não consegui uma cirurgia com ele... Não o conheço bem. - Tomei mais da metade do leite. - Rola no hospital que ele já dormiu com quase todas as enfermeiras... Eu não acredito... - Passei a mão nos cabelos. - Ele é mal humorado demais.

- Normalmente os homens tem fama de mulherengo quando são muito simpáticos, não quando são rabugentos. - Audrey riu - Você acha que há mesmo alguma chance do viúvo mal-humorado querer algo da sua amiga?

- Eu dei esse concelho porque todos vão direto na fonte, ninguém vai no rio. - Pisquei para ela. - Se Samantha pegar amizade com a menina, acho que tem grandes chances de arrebatar o coração do mal humorado Dr. Bonitão.

- Espero que ela tenha sorte com ele e acho maravilhoso que ela tenha esquecido você. - Audrey pôs a toalhinha de lado e tomou o copo da minha mão devolvendo a borda.

- Eu sabia que você iria gostar... - Apertei seu nariz. - Na verdade eu não sei se Samantha chegou a me amar... Eu acho que não, talvez uma paixão rápida e passageira. O que aconteceu dela vir aqui e dar o show... Talvez tenha sido um modo de tentar mascarar a realidade de por quem ela está apaixonada de verdade.

Audrey estreitou os olhos e me encarou.

- Se isso aliviou a sua consciência por ter usado a garota e cuspido fora feito chiclete mastigado - Audrey expremeu sabonete líquido nas mãos deslizando pelo meu peito até a minha virilha - Por outro lado você pode ter razão. Afinal ela não se afastou de você como é de esperar de uma mulher profundamente magoada e desiludida.

- Não é! - Rimos. - Eu acho que ganhei uma amiga que continua dividindo a torta de frango comigo... Isso é bom!

- Espero que só a torta de frango. - ela torceu o bico - Mas, é realmente muito bom ter amigos verdadeiros no trabalho. Suaviza o fardo - ela passou a esfregar mais baixo, roçando o meu pau, e parou apenas para colocar mais sabonete nas mãos. Voltando a atenção a ele e o lavando numa masturbação leve - Não se excite. Só estou completando a sua higienização. - ela soou séria.

- Eu não vou... Realmente estou exausto. Mas quando eu acordar, pode ter certeza que você não me escapa.

- É por isso que eu amo você! - ela sorriu e me ajudou a me enxaguar. - Vamos sair dessa água, Está começando a esfriar. Eu vou terminar o meu seminário e você vai dormir! - ela me beijou e levantou-se.

Saímos da água, me enxuguei e do jeito que vim ao mundo cai na cama, apenas senti Audrey acariciar meus cabelos, me dar um beijo no pescoço e depois disso não vi mais nada, apaguei por completo.

TODO MEU (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora