Audrey conta aos pais sobre a mudança

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Audrey.

Foi estranho voltar pra casa a noite, depois de sair da Carpenter corporate. Não que eu não gostasse de me reunir a minha família, mas estava tão habituada a voltar para o apartamento de Caleb, que eu sentia um certo vazio em estar longe dele.

Eu temia que não iria aproveitar aquela viagem porque iria passar a maior parte do tempo morrendo de saudades de Caleb.

- Olha só quem resolveu nos dar a honra da sua presença - meu pai debochou.

- Para, pai! - eu ri.

- Brigou com o Príncipe encantado de olhos azuis penetrantes.

- Você anda lendo muito romance, pai!

- Acho que estou viciando seu pai em leituras impróprias! - Mamãe riu esticando o balde de pipoca para mim.

- Então, o que aconteceu pra você estar em casa?

- Senti saudades dos meus pais.

- Sei! - Matthew debochou - Aposto que o Caleb trocou ela por uma enfermeira gostosa.

- Matt!? - Mamãe o advertiu. - Não é assim que se fala com sua irmã.

- Deixa ele, mãe! - Me sentei no sofá e tomei o balde das mãos de mamãe, colocando entre as minhas pernas - O Matt vai morrer virgem.

- Não vou não! - Matt me mostrou a lingua fechando a cara.

Papai me encarou sisudo.

- O que eu fiz pra merecer esses filhos, Jasmine? Será que dá tempo de devolver?

- Bem!... Eu acho que já é tarde demais para devolvermos os dois! - Mamãe riu deitando a cabeça no ombro dele, apanhou minha mão e a segurou. - Vocês brigaram? Quer conversar meu bem!?

- Não brigamos, mãe! Eu viajo na sexta a noite, esqueceu? Quero passar essas noites em casa.

- Muito bem! - Mamãe acariciou meus cabelos. - Esses plantões de Caleb são bem dificeis de lidar? - Ela perguntou preocupada.

- Nem tanto! Normalmente ele passa uma noite no hospital e uma em casa.

- Há! - Mamãe olhou para o papai e ficou em silêncio.

- Que cara foi essa, mãe? Que eu saiba o papai as vezes viaja por dias.

- As vezes por semanas - Matt ressaltou.

- Estar casado é bem diferente de se estar namorando. - Ela pegou em minha mão. - Vocês são adultos e sabem o que fazem da vida, só não quero ver você sofrer, Audrey.

- Não estou sofrendo, mãe! E... - levei a mão a boca nervosa - Nós vamos morar juntos.

- O quê? - Mamãe quase derrubou o balde de pipoca quando o pegou do meu colo.

- Por quê o espanto, Jasmine? - papai soou desdenhoso - Não me surpreende.Eu só acho que vocês deviam esperar mais.

A reação do meu pai me surpreendeu. Eu esperava um ataque de nervos e alguma chantagem emocional.

- Eu estou certa disso, pai!

- Audrey! Você só tem 19 anos... Porque se amarrar tão rapido assim? Porque não aproveitar a vida, sua juventude, você passou a sua vida inteira em função de Caleb. - Mamãe se sentou mais ereta. - Eu não estou preparada para ver você se mudar assim.

- Eu esperava essa reação do papai!

- Estou tentando manter o equilíbrio. Por mim te trancaria no quarto e diria ao Caleb que você mudou pra Tóquio quando ele viesse a sua procura.

- Audrey! Pense bem meu anjo. Você vai realmente se juntar a ele? - Mamãe tinha os olhos marejados.

- Vou! - respondi resoluta.

- Ela não vai mudar de idéia, Jess! Eles são adultos.

Jovens, imaturos, mas adultos

- Está bem! - Jess se recostou em papai. - A nossa casa sempre estará aberta pra você, minha menina. - Mamãe acariciou meu rosto e me puxou para deitar em seu colo.

- Nós viremos sempre, mãe!

- E em homenagem a isso, sua mãe irá pra cozinha todas as vezes.

- É assim que você me ama? - Mamãe deu um soco em seus braço. - Traga comida, seu pai já deixou claro que não vai cozinhar para seu marido e nem pra você... Eu só posso oferecer bolo.

- Mãe, Caleb e eu não casamos.

- Eu não deixei nada claro- papai defendeu-se - Sempre vai haver comida sobrando pra minha filha, mas achei que você gostaria de agradar o seu genro.

- Você quer é que saia correndo! - Ela riu.

- O quê? - papai levou a mão ao peito fingindo indignação. - Eu tenho as melhores intenções.

- Simmmm... Percebi imediatamente, Dr. Advogado!

- Assim você me magoa, Patricinha!- meus pais se beijaram e aproveitei para levantar e segui para o meu quarto

Mal entrei e o celular começou a tocar, abri a bolsa d tirei o aparelho reconhendo o rosto do meu namorado no visor.

- Eu acabei de sair e você já está com saudades.

- Eu preciso de você... - Ele falou manhoso. - Não consigo estudar e meu pau não abaixa de maneira nenhuma e você prometeu me dar aquela chupada que me deixaria louco, então estava pensando em ir até aí na calada da noite, enquanto todos dormem e eu entrar como um namorado secreto.

- Caleb, você não consegue passar uma noite sem mim?

- Nãoooooooooooooo... Estou morrendo! - Ele foi dramatico no telefone que me fez rir. - Eu sou como a fera da Bela e a fera, eu vou morrer se não voltar para mim, tem apenas 24 horas para me salvar. - Caleb riu. - Cara! Eu tive que assistir esse desenho mais de mil vezes por causa das minhas irmãs.

- Sua mãe teve de ler O Pequeno Príncipe pra você 400 vezes, não reclame.

- Quando eu falo que você é chata...Eu não estou errado... Qual o problema com o pequeno principe!? ele só era um garoto que precisava compreender o mundo.

- Tudo bem! Por que você não banca o herói romântico aventureiro como seu pai era e vem bater a minha janela.

- Era o que eu queria ouvir, mas da sua janela ao chão é uma altura um pouco elevada demais para mim... Tenho medo de autura, então se puder abrir a porta quando eu chegar... agradeço!

- Me ligue quando estiver no portão.

- Está bem. Estou indo. - Caleb nem deu tchau, desligou parecendo afobado.

TODO MEU (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora