Caleb Heigths

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Segui para o meu quarto para conversar com Samantha, abri a porta parando abruptamente.

- O que você está fazendo? - Ela estava com a mala aberta sobre a cama, colocando suas roupas dentro, chorava baixo.

- O que acha que eu estou fazendo? Eu vou embora!

- Ficou maluca, mal chegamos e você quer ir embora! - Me aproximei e tentei abraça-la, mas fui repelido. - Sam!? Não acredito que acreditou na minha prima!

- Na garotinha mimada que adoraria o meu lugar. Claro que sim, ela mentiu, Caleb? O estoque de camisinhas que você tem é só pra mim? Eu já conhecia a sua fama de mulherengo antes de aceitar esse namoro, mas achei que você poderia mudar, sei lá! - ela deu de ombros- Sabe o que é pior? Pelo menos a garota não esconde os próprios sentimentos. Está claro que ela quer eliminar a concorrência.

- Para com isso... ela é minha prima e não significa nada pra mim... Sam, por favor! - Tentei pegar sua mala, mas em vão, ela bateu com ela em mim, quase acertando o parque de diversões, cheguei a por a mão. - Me deixa te levar até o aeroporto ou até um hotel!

- Não precisa, Caleb Heights! Não significa nada pra você. Você pode até mentir pra mim. Mas, será que pode acreditar na própria mentira? Porque, sinceramente, acho que agora eu entendo porque me convidou pra essa viagem,mesmo a nossa relação não sendo tão séria. Foi pra provocar ciúmes nela!

- De onde tirou isso? Ah, quer saber, foi bom quanto durou... Adeus! - Sacudi a mão e saí deixando Samantha para trás.

- Divirta-se com a sua priminha! -ela desceu arrastando a mala e deteve-se na porta do quarto de Audrey ao vê-la parada- Pode ficar, todinho seu! Mas, não vale grande coisa.

Escutei me espreitando no corredor atrás de uma pilastra grossa de sustentação, fechei os olhos pesadamente, desde o começo achei que fosse realmente loucura tentar manter um relacionamento com Audrey por perto, mas era impossível. Me mantive parado a espreita para caso precisasse agir.

- Eu não lembro de ter te pedido nada. - ouvi minha prima mal-criada retrucar. - Eu poderia dizer que foi um prazer recebê -la mas, eu estaria sendo hipócrita. - Samantha a encarou com expressão indignada. - O que está esperando pra ir? É falta de adeus? Tchau! - ouvi a porta de Audrey se fechar e Samantha seguir.

- San... - Parei a sua frente. - Vai mesmo dar ouvidos a essa pirralha?

- Foi um prazer, Caleb! Nos vemos no Campus.

- Sam... Por favor! - A segurei impedindo sua descida na escada. - Olha!...você quer que eu vá com você?... Me diz e eu vou!

- Isso é um adeus, Caleb! Vá trocar as fraldas da sua prima.

A soltei deixando os ombros caírem, completamente chateado.

- Me desculpa... Não fui correto. - Me encostei na parede dando passagem. - Depois reembolso sua passagem, não se preocupe. - Enfiei as mãos nos bolsos e não olhei mais para Sam, eu estava triste, desolado e ferrado.

San desceu a escada batendo a mala nos degraus e não olhou para trás, suspirei longamente, olhei em direção ao quarto de Audrey, devia ir lá e dizer poucas e boas, mas não conseguiria, ela sempre me olhava com aqueles olhos marejados me quebrando em mil pedaços, então desci a escada, peguei na alça da mala de San e a ajudei a por no carro.

- Pablo, leve a Sta. Samantha para o aeroporto. Obrigado. - Pedi ao empregado do castelo. - Adeus, Sam. Obrigado por ter vindo.

- Podemos continuar a ser amigos quando você quiser e eu não quiser mais matá-lo- ela sorriu- Sabe, Caleb! Não foi o que ela disse, mas como você reagiu. Se permite o conselho de uma ex-namorada. Admite pra si mesmo o que você sente. Apesar de tudo, foi legal.

- Eu não sei de onde tirou essa viagem... Mas beleza, vou pensar no que me disse, valeu! - Abri a porta do carro e esperei que entrasse. - Me ligue quando chegar em Nova York.

Aquela garota devia se sentir lisonjeada por estar no castelos dos Heigths, estar comigo, mas entendia Sam, ela também tinha berço e brio, não iria ser um cara como eu que iria se abalar e achar que poderia ganhar vantagem. Sam entrou no carro, fechei a porta e lhe dei um celo em sua boca.

- Até semana que vem!

- Tchau, Caleb.

Me afastei do carro, sorri chateado e vi o carro se distanciar, passar pelo portão e deixar a propriedade.

Meus pais estavam na porta, me olhavam como se sentissem pena de mim, dei as costas, não queria falar com ninguém, tomei o caminho para o trilho do trem, sumindo entre as arvores.


TODO MEU (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora