Alexia
Me despedir de Adam foi ainda mais difícil do que eu imaginei. Precisei me conter para não chorar depois que ele me beijou em despedida. Não tínhamos firmado nenhum tipo de compromisso ou prometido nada um ao outro. E eu só queria que aquela incerteza quanto ao nosso futuro não me deixasse tão dilacerada.
A viagem pra casa foi mais curta do que eu acreditei que seria e apesar da tristeza que eu estava sentindo pela falta de Adam, por outro lado eu estava morrendo de saudades do barulho e da bagunça que permeava minha casa. Eu estava com saudades das constantes discussões entre Maurice e meu pai, pelas questões das empresas, da Amy e da Sophie constantemente disputando a atenção da minha mãe e sentia ainda mais a falta das minhas outras metades, porquê era assim que eu me sentia em relação a Ryan e Vallentine.
Para minha infelicidade quando cheguei em casa, as únicas pessoas da minha família presentes, eram o meu tio Sebastian e meu pai, que pela cara de poucos amigos não estava nada feliz e me fez reprisar na memória o que eu poderia ter feito nos últimos dez anos pra que ele estivesse tão sisudo.
- Eu não fiz nenhuma tatuagem. -me defendi antes mesmo de saber porque ele estava bravo.
- Isso é muito bom saber. - Papai estendeu o jornal para mim. - Afinal de contas está ou não namorando com este homem?
- Chris... - Titio o repreendeu na forma que falou comigo. - Ela é jovem...
- Filha minha não fica andando por aí com Afair... - Papai voltou a me encarar.
- Ah pai, por favor...Tudo bem, tio?
- Tudo bem, fez boa viagem.... Seu pai não pergunta, mas eu sim.
- Sim, a viagem foi ótima! A banda é incrível! - Meu pai estava ficando vermelho de raiva então, era melhor que eu esclarecesse logo as coisas-. Adam e eu não estamos namorando, pai! Estamos nos conhecendo, talvez vá a frente, talvez não!
- Obrigado pela informação. Só espero que não tenham feito uma besteira, você é nova demais para ele. Homens experientes tem a mania de usar e abusar e depois descartar. Sabe o que eu farei com ele se der algo errado, não sabe?
- Alexia! Vá descansar, seu pai apenas está destilando o ciúmes. - Tio Sebastian se levantou pegando em meus ombros me girou colocando na direção da escada. - Até mais tarde.
- Sebastian, me deixe conversar?
- Christopher! Não estamos na idade média. Por favor, se contenha.
- Vá e descanse. - Ele disse pra mim se sentindo resignado pelo corte que meu tio deu nele.
- Eu também amo você, papai! - Disse subindo as escadas. Achando graça do quanto meu pai era paranoico.
- Também amo você... Não se amarre nesse cara... Ele é velho demais. - Ele falou alto para que eu escutasse do corredor.
- Ele tem pouco mais idade que o Maurice. - Respondi do alto da escada. - Pai, por favor, relaxa!
- Alexia? - Sophie estava na porta do seu quarto, sorriso alvo. - Você voltou?
Ela correu pra mim se jogando no meu colo, me abraçando com as pernas e as mãos em volta do meu pescoço.
-. Também senti a sua falta. Você tem noção de que está grande demais pra caber no meu colo. - eu quase caí com ela. - Dá pra descer agora?
- Desculpa... - Ela riu me soltando. - Como foi em Los Angeles?
- Foi divertido, eu vou só tomar um banho e já te conto tudo.- Beijei o seu rosto e me afastei.
Segui para o quarto que eu dividia com a Vallentine e ela estava lá com o Ryan deitado em posição fetal com a cabeça em seu colo.
- O que esta rolando? Achei que vocês não estivessem em casa.
- Mamãe saiu com a Amy e tia Amber, eu ia com a duas mas, só pra variar seu irmão fez cagada e eu estou aqui esperando ele ter coragem de falar com o papai.
- O que você fez, Ryan? - Ele continuava calado, parecia temeroso.
- Você lembra da Lucy?
- Claro! Ela praticamente nos criou.
- Sabe a última vez em que ela nos visitou e trouxe a sobrinha de dezessete anos, a Natalie?
- Você mexeu com a menina, Ryan?
- Pior! Ele engravidou ela.
- Cara, o pai vai te matar.
Sophie levou as mãos a boca puxando o ar com força.
- O papai vai esfolar seu couro. - ela soltou baixo e se sentou na cama.
- Cala a Boca, Sophie. - Ele disse estupido, mantendo-se deitado no colo de Vallentine.
- Sophie! - Eu nem tinha visto que a pequena tinha me acompanhado. - O que vamos fazer agora? - Era incrível como entre nós, o problema de um era problema de todos. Ter cinco irmãos tinha suas vantagens e uma delas era a união.
- Eu não quero me casar... - Ele me olhou se sentando na cama. - Ela disse que não vai tirar... e que se eu não contar para o papai, ela mesma vem aqui e conta.
- E se contássemos primeiro para a mamãe... Ela sabe conversar com o papai. - Sophie se sentou na beirada da cama e nos olhou. - Acho que tirar não é a melhor solução, se ela quer o bebê.
- Ela quer é esfolar o meu couro. - ele disse choroso. - Eu não sei se a mamãe é o modo mais fácil... estou sem saída.
- Você devia sentir vergonha de sugerir que a garota tirasse o bebê.
- Eu acho que devíamos falar logo com o papai, agora de preferência que o tio Sebastian pode segurar ele. - Vallentine sugeriu.
Assim que Vallentine terminou a frase, Sophie se levantou engolindo em seco, Ryan ficou branco.
- Me diz que isso é apenas uma brincadeira, Ryan? - Papai disse atrás de mim, sua voz estrondou pelo quarto. - Ryan? Te fiz uma pergunta.
-Ah merda! -esbocei e Ryan se levantou se escondendo atrás de Sophie.
- Pai, vamos manter a calma! -Vallentine levantou-se engolindo em seco, ela sempre foi a mais corajosa e a mais racional de nós-. Foi um descuido!
- Descuido? - Ele a encarou sisudo. - Sabe qual é o tamanho do problema em fazer um filho sem antes ter estruturado uma carreira, uma vida profissional para dar estabilidade...
- Eu não vou me casar... - Soltou ele se impondo. - Não vou, não quero me casar.
- Há! Mas vai, ainda mais se tratando da sobrinha de Lucy que a cria com tanto cuidado, eu falei para você não mexer com ela, eu deixei claro quando percebi seu olhar para a menina.
- Me desculpe... Eu sei que errei, mas ela também me provocou.
- Saiam todas vocês. - Papai pediu indo até a porta e a segurou aberta, ele bufava nervoso. - Vão tomar café... Vão fazer alguma coisa, mas não quero vocês aqui.
Sophie foi a primeira a deixar o quarto depois de dar um beijo no rosto de Ryan.
- Vallentine e Alexia... Por favor! - Pediu ele mais uma vez.
- Pai! - Encarei meu irmão e depois meu pai já sofrendo por Ryan.
- Nós podemos resolver juntos! - Vallentine também não queria deixar o quarto. - Deixa a gente ajudar.
- Saiam... isso é uma conversa entre homens. - Ele disse desviando o olhar, deixando claro de que não adiantava pedir para ficar. - Se sua mãe chegar, mande-a subir.
- Vão! Eu resolvo. - Disse Ryan vendo que não teria saída, iria passar pelo crivo do Sr. Carpenter de alguma maneira.
- Tá! - Respondemos em uníssomo e deixamos o quarto.
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TODO MEU (COMPLETO)
RomanceAudrey e Caleb cresceram. Caleb entrou para o curso de medicina e Audrey é o futuro promissor do tio Zack. Inteligente e sagaz, Audrey luta para que seja enxergada pelo seu primo Caleb, que tenta manter a prima como sua parente, evitando demonstrar...