TODO MEU (COMPLETO)

Caleb finge em dormir

Depois de um banho quente, me troquei e me joguei na minha cama com meus livros de medicina, tentei fixar meus pensamentos na matéria de fisiologia e foi em vão, o desejo de ter beijado aquela boca me consumia, a voz de San dizendo para eu abrir os olhos e escutar o meu coração era outra coisa que vinha a minha mente.

Admitir para mim que amava Audrey desde a adolescência era infinitamente difícil. Ele era nova demais.

Peguei meu iPhone liguei na minha coletânea de músicas do imagine dragons e enfiei os fones nos ouvidos, coloquei o livro aberto sobre o meu peito para fingir que cai no sono enquanto estudava, assim ninguém me perturbaria caso fosse até meu quarto.

Fechei os olhos e voltei um pouco ao passado, relembrando tio John a todo o tempo dizendo que Audrey era pequena demais para namorar, eu era velho demais para namorar Audrey, muitas vezes o questionei se tia Jasmine tinha a mesma idade que ele, e risos eram distribuídos. Sempre soube que tia Jess era bem mais nova que ele, e nunca escutava de que não podiam estar juntos e casados.

Então conforme fui crescendo, descobri que ser independente e dono o próprio nariz tinha suas vantagens.

Agora com 23 anos, estava implorando para que meu pai me presenteasse com um apartamento mais próximo a universidade, assim teria o meu espaço e poderia levar quem eu quisesse, mas minha mãe era a relutância em pessoa, impedindo a compra do apartamento, com isso eu tinha que ver minhas namoradas ou ficantes irem embora por causa da boca grande de Audrey.

Muitas vezes me peguei imaginando levá-la para meu apartamento, a levando para a minha cama, isso era um risco tremendo que iria que correr, Audrey não sabe nada da vida é talvez eu revelasse o quanto a amo. Por outro lado tinha pavor em me declarar e quando chegasse os dias de residência em hospital, dobrando 24h de estágio, Audrey se cansaria de mim, por não ser presente e não poder ir a sua formatura ou datas importantes ou até mesmo aquelas festas que meus pais costumam ir e que Audrey adora estar presente por ser paparicada, fotografada e galanteada pelos rapazes.

Assim como ela melava meus encontros, eu melava os dela, fazendo jogos de sedução e a trazendo para o meu lado, e assim eu ia mantendo esse nosso amor platônico criado desde a infância.

Relembrando alguns pontos desta façanha que é infância, como somos ingênuos e tudo não passa de uma simples brincadeira, mas que logo se torna uma emoção incrível de se viver. A primeira vez que viemos a este lugar, no castelo de Ciéviène e apresentei cada canto deste castelo, Audrey e eu fingíamos que eramos rei e rainha, e nossos súditos eram todos que estavam trabalhando pelo local, como foi bom aquele tempo que não volta mais, era tão bom aquela inocência e que acabou tão rápido, crescemos e agora temos responsabilidades.

Meus olhos mesmo fechados começaram a pesar, a vontade de dormir veio com tudo, puxei o livro para o meu rosto e soltei o ar dos pulmões. Estava quase dormindo quando escutei a porta sendo aberta, fiquei imóvel e mantive a minha respiração como se estivesse dormindo exaustivo, impossível de acordar.

Senti que alguém se sentou ao meu lado, o perfume que senti era inconfundível, o livro foi tirado com cuidado do meu rosto, fiz um esforço enorme para não abrir os olhos, então os lábio de Audrey tocaram os meus, 

- Você é tão lindo, eu amo você.

Sua mão acariciou meu rosto e de repente ela saiu correndo do quarto, nem viu quando me sentei na cama completamente embasbacado sem reação para pedir a ela que ficasse. Fiquei com a mão estendida do ar, como se ainda pudesse chama-la com um gesto, olhei para baixo me dando conta que não estava apenas surpreso por aquela revelação, mas estava extremamente excitado e de pau duro. 

- Há, fala sério! - Me joguei na cama tapando o rosto com as mãos. - Haaaaaaaaaaaaaa... Droga!... odeio você, Audrey. - Choraminguei sentindo meu pau ficar dolorido, eu teria que resolver isso, não acreditava que meu fim de semana tinha se tornado algo tão primitivo tendo que voltar ao tempo da adolescência e me fazer gozar.