Capítulo Onze

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Nicole e Kate vestiam a camisa do time. Os rostos  pintados com linhas roxas e laranjas, e os cabelos escondidos no boné. Acenaram para os pais da arquibancada, ao lado John e Olívia conversavam empolgados com a estreia de Jason. Quem diria que aquele moleque travesso afinal realizava sua aspiração.

— E onde está Henry? — Stefany perguntou, abraçando as filhas.

— Foi comprar algumas guloseimas para mim— Nicole respondeu, rindo da expressão de alívio da mãe.

Dias antes da viagem surgira um problema na loja e Henry quase não conseguiu suas merecidas folgas. Porém, a noiva não aceitara viajar sozinha, sobretudo pelo momento que ele perderia do irmão. Nicole aguardou a saída de Henry para ir até o emprego dele, conversou cuidadosamente com o gerente, que no início desprezou qualquer negociação. Mas, a jovem foi determinada e especificou as regras, jurando que o namorado se demitiria caso não recebesse o descanso no final de semana.

— Nicole teria batido em Rafh — ele disse ao cumprimentar os sogros.

Brandon juntou as sobrancelhas, fitando a filha em admiração.

— O que fizeram com meu amendoim?

A jovem deu de ombros, mordendo o cachorro-quente. O que tinha demais em agir com determinação? Com certeza, Henry ficaria triste por não ver o irmão jogar, assim como Jason se chatearia. Ela enxergava com nitidez que a amizade deles não se restringia ao elo sanguíneo.

Os jogadores entraram em quadra, Kate ao ver o marido gritou comovida, assobiando como John. Na face tinha um largo sorriso e nos olhos  lágrimas de felicidade. O coração parecia a ponto de explodir de orgulho, seu grandão se encontrava no lugar que sempre desejou.

— Controle-se, Kate, daqui a pouco passará mal — a mãe disse delicadamente.

— Impossível— ela respondeu — Meu grandão está entre os ídolos. Ah! Mãe, eu posso sentir o quanto esse momento significa para ele.

Nicole trocou de lugar com Stefany, acomodando-se ao lado do namorado. Empurrou de leve o corpo de Henry, enquanto esperava o início da partida, no centro da quadra o juiz dava as últimas instruções.

— Você também pretende gritar quando eu pegar meu diploma no início do semestre?

Ela arqueou a sobrancelha, rindo do tom de voz de Henry. Era cômico vê-lo ansioso com o passar dos dias. Só de pensar no quanto o casamento estava próximo. Nicole fez uma careta, olhando chateada para ele.

— É claro! — Ela respondeu, completando em seguida — Nunca na minha vida faria isso. Você sabe que odeio chamar a atenção das pessoas, principalmente considerando que todos estarão em silêncio durante a formatura. Aplaudir tudo bem, mas gritar? — Nicole perguntou descrente.

— Qual a dificuldade? — Ele revidou, passando o braço em volta da cintura dela — Pode ao menos avaliar— tentou mais uma vez, ganhando uma negativa — Que noiva difícil  fui arrumar— sorriu maroto.

— Contrate uma torcida.

— Mas, irá gritar quando Jason marcar!

Nicole riu, meneando a cabeça. Beijou a mandíbula de Henry, divertida com a expressão atrevida dele.

— Está com ciúmes disso? — Sua voz era duvidosa.

O juiz apitou, iniciando a partida. Ambas as torcidas cantavam e gritavam a cada passe. Num instante assistiram o armador dar um passe picado, a bola chegou às mãos do pivô e então às mãos de Jason — ala — que driblou e arremessou em bandeja marcando. Kate gritou, pulando junto à arquibancada. Contudo, o time adversário revidou tornando os próximos minutos de jogo complicados, devido às marcações acirradas.

Antecedentes das confusões da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora