.... Um ano depois ....
Nicole despetalou os lírios, colocando-os na pequena vasilha de madeira, misturando com algumas folhas de menta. O aroma ainda não tinha alcançado suas expectativas. Arqueou os ombros para frente, bufando. Será que esquecia algum ingrediente? Cogitou ligar para a avó, talvez não fosse uma boa ideia, seria melhor começar novamente.
— Fragrância nova? — Francine perguntou ao entrar no pequeno laboratório.
— Ainda não! — Nicole respondeu firme, voltando a acrescentar novas pétalas e amassando-as — O aroma está muito forte, quero que ele tenha uma leveza e ao mesmo tempo doçura — concluiu.
Francine riu da insistência de Nicole.
— Talvez devesse trocar de curso, daria uma ótima farmacêutica — brincou, colocando o cachecol, teria que se ausentar da butique por algumas horas devido à outra reunião na escola do filho — Se eu não voltar até as seis, podem fechar a loja.
A jovem assentiu, persistindo na tentativa de elaborar o novo perfume. Era tudo tão irracional para ela! Desde quando começara a se parecer com Brandon? O pai era apaixonado por esse fascinante mundo farmacêutico, embora fosse uma tarefa fácil, às vezes a mistura causava coceiras. Nicole riu, lembrando-se de quando fizera Kate durante as férias na Inglaterra usar um creme de rosas. A irmã havia parado no hospital com uma séria alergia.
Nicole finalmente conseguiu transformar o cheiro em algo mais suave. Contente, rasurou a folha aonde escrevera a receita, acrescentando os nomes de outros ingredientes e a quantidade ideal. Quando iniciara os processos de fabricação não imaginava que iria se apaixonar por essa tarefa. É claro, teve que suportar as implicâncias de Henry sobre ela futuramente tornar-se sua concorrente no mundo químico. Arrumou todas as vidrarias e após guardar a fórmula em um local arejado e de temperatura ideal, regressou para frente da butique.
— Poderia ter continuado lá, a tarde está calma, Nicole — Matheus disse, passando um pano em cima do balcão. Ele já tinha organizado os perfumes e conferido o catálogo, também acrescentara alguns folhetos e cartões da butique Aphrodite.
— Já estava cansada de misturar aquelas folhas e pétalas— ela retrucou, dando uma cotovelada nele — Então, como está Georgina?
Matheus deu de ombros, parecia amuado.
— Ela não poderá vir esse mês a cidade — ele respondeu, descansando os cotovelos em cima do balcão — Conversei com Francine estou pensando seriamente em ir visitá-la, meus pais estão orgulhosos por minha formatura em algumas semanas e até recebi uma proposta de emprego em meu país.
— Oh! Não é uma visita, certo? — Nicole fez um bico —Você irá nos abandonar em breve.
— Sabíamos desde o início que esse era um emprego temporário, nunca tive pretensão de morar a minha vida toda aqui em Nova Iorque.
Nicole concordou, arrumando os óculos.
— Eu entendo você, também vejo a hora de me formar e retornar para Lynchburg— ela suspirou, ainda faltavam três anos — Acho que por mais que tentemos fugir da nossa pequena cidade, sempre temos o desejo de regressar. As cidades grandes são atrativas, só não me vejo criando raízes aqui — ela confessou, impressionada com suas palavras. Nunca havia conversado com Henry sobre seus anseios mais íntimos, talvez por temer que ele não compartilhasse de suas ambições.
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Antecedentes das confusões da paixão
Novela JuvenilNicole é uma típica adolescente, que possui curvas que acredita serem extravagantes. Ela possui uma irmã e dois grandes amigos de infância. No entanto, esconde uma paixão por Henry, que tem um rosto comum e um lindo sorriso escondido nos livros. ...