Capítulo Seis

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N/A: Capítulo dedicado a vocês: Nanda e dayanesante

                   .. Meses depois...

A chave foi colocada devagar na fechadura. Henrique cumprimentou o vizinho, segurando com a mão esquerda a simples rosa vermelha. Ele tentou evitar o chacoalhar do molho e abriu a porta. Entrou e fechou-a rapidamente sem fazê-la ranger. Havia ligado mais cedo para Francine, que o avisara sobre a folga de Nicole. Assim, sua única alternativa era Cristine, mas a mesma tinha avisado que manter Nicole fora do apartamento era complicado, especialmente com a neve.

Quando deu alguns passos no hall de entrada, percebeu que Nicole estava sentada no sofá, os cabelos presos no alto, usando uma de suas camisas. Na televisão passava um filme antigo —Tarde Demais—, os olhos da jovem observavam cada cena atentamente.

Será que Catherine perdoaria Morris? Nicole se questionou, levando outra colherada de sorvete a boca.

Ao lado dela Rambo mantinha-se deitado, estava cansado após o passeio da tarde. Contudo, seus sentidos estavam apurados e mesmo com o cuidado de Henrique, o filhote em guarda, ergueu a cabeça e notou o dono, que insistia em pedir silêncio ao cachorro.

—Por que está entrando como um bandido? — Nicole juntou as sobrancelhas, deixando o pote de sorvete na mesa de centro, virando-se para o namorado.

Henrique engoliu em seco, pendurando o casaco e abandonando a mochila no chão. Escondeu rapidamente a rosa. Parecia que seu plano estava arruinado.

—Tudo bem — rendido, Henrique jogou-se sobre o sofá dando a notícia sem rodeios —Fui escolhido como orador da turma.

Nicole abriu a boca surpresa, abraçando-o em seguida. Não era de fato uma novidade, pois Henrique era um dos melhores alunos da turma.

—Meu Deus! Parabéns amor— ela o felicitou, distribuindo beijos em seu rosto.

—Queria fazer uma surpresa, só que você é muito observadora e Cristine não sabe mantê-la fora de casa por tempo suficiente— ele comentou amuado.

—Concordo, deveria culpar o tempo também. Está muito frio— ela disse, sentando no colo do namorado, de frente para ele. As mãos descansando nos ombros de Henrique — Minha mãe ligou e disse que Kate está muito empolgada com a exposição.

Henrique esperou que Nicole continuasse a falar, sabia que por trás daquela mera especulação existia um objetivo particular. Ela mordeu o lábio inferior, cogitando nas palavras certas. O natal se aproximava e sentia saudades de casa, era uma ocasião perfeita para voltarem à cidade de origem.

—Eu pensei que depois de Jacksonville, pudéssemos passar o natal com a nossa família— ela disse rápido —Sei que há as provas finais na universidade, mas não quero que passemos nosso primeiro natal como namorados sozinhos aqui.

—É difícil pensar com você assim... tão perto.

Nicole bateu no ombro de Henrique, tentando se desvencilhar dos braços dele que a mantinham em seu colo.

—Estou tentando manter nossa conversa civilizada, Henrique.

—Carlie, se você quer, nós vamos— ele disse simplesmente —Não temos motivos para ficarmos em Nova Iorque no feriado.

Ela sorriu aliviada, dando um selinho no namorado. Agora ela desejava descobrir o porquê de tanto mistério. Logo tinha percebido que Cristine estava nervosa, ela não conseguia mentir facilmente, o que representava um alívio. Nicole precisava estar rodeada de pessoas verdadeiras, pois os fantasmas do coquetel ainda a ameaçavam. Depois daquela apresentação formal, diversas vezes vira o senhor Cohen na universidade. Algo que ela não compreendia, já que uma figura como ele não passaria despercebida de sua visão. Isso rendera novos devaneios e preocupações.

Antecedentes das confusões da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora