2. Bônus - Um novo romance: Olívia e Benjamin

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— Vovó, tem que me ajudar! — A garota loira disse um vinco se formando na testa.

Olívia fitou-a com ar duvidoso, embora Hope fosse muito parecida fisicamente com Kate, havia herdado a teimosia de Jason. Continuou recolhendo as azaleias, enquanto a adolescente expunha as implicâncias do pai. A avó sorriu, quantas vezes ouvira o filho reclamar dos encontros em segredo com Kate?

— E como eu ajudaria? — Perguntou a neta assim que entraram na sala. Retirou o chapéu, passando as mãos sobre os fios que, agora, se tornavam brancos.

— Oh, vozinha, diz para o papai que devo ir à festa da Mia — ela pediu, abraçando e encostando a cabeça sobre o ombro de Olívia — Diga que sou jovem e tenho que curtir o momento, beijar muito na boca.

Olívia balançou a cabeça, segurando a mão da neta.

— Se eu usar essas palavras é capaz de ser mandada para um convento e com toda razão — ela riu da expressão desolada sobre as faces da neta — Conte o motivo para a proibição, Hope, e nem tente me enrolar.

A adolescente bufou, abandonando a avó de pé para se acomodar na poltrona.

— Vovó, eu não fiz nada! Papai acha que todos os garotos que se aproximam de mim querem me desvirtuar. Ele esquece que já teve a minha idade e o pior é que arruma encrenca até com os rapazes do time de basquete.

— E você é a inocente — Olívia argumentou, sentando-se e apoiou o braço sobre o encosto do móvel — Quando será a festa?

— Sábado que vem — ela respondeu — Fala com seu filho, quem sabe ele se torne aquele rei de antes.

— E o que ele é agora, menina?

— Um ditador! Eu sei que ele e a mamãe sofreram para me ter, mas papai precisa entender que estou crescendo e mais cedo ou tarde vou também me apaixonar. Já tenho quinze anos e metade das minhas amigas teve namorado e vejo que os rapazes me notam. Só quero me divertir.

Olívia desejava ajudar a neta, também reconhecia as preocupações de Jason. Ela havia sido a primeira filha do casal depois de muitos tratamentos, considerada um milagre pela equipe médica.

— Tudo bem, conversarei com seu pai — disse, fazendo a jovem se empolgar — Você tem que me prometer diminuir essas discussões bobas e não chamar seu pai de ditador. Sabe perfeitamente que Jason faz tudo por vocês.

Hope beijou a face da avó, abraçando-a apertado.

— Eu te amo, vozinha.

***

Voltar para casa não era algo confortante, Olívia observara as mudanças no imóvel, demorando-se na antiga carpintaria de John. Caso dependesse somente de sua opinião, jamais desmancharia, eram lembranças de momentos importantes da vida de casados.

Riu, apoiando o rosto da mão, no dedo anular só havia a marca da aliança. Parecia ouvir suas reclamações enquanto as duas crianças corriam naquele ambiente recheado de equipamentos perigosos.

"Eu sou responsável, minha vida" John vivia repetindo.

Uma batida no portão entreaberto da garagem despertou-a. Respirou profundamente, abandonando as lembranças. As visitas dos netos eram suas ocasiões preferidas, utilizava a cozinha e se alegrava pelas conversas embaralhadas das crianças.

— Olá, posso ajudá-lo? — Ela perguntou, desconfiada com o homem que analisava a caminhonete.

O estranho sorriu, com as mãos escondidas no bolso da bermuda.

Antecedentes das confusões da paixãoOnde histórias criam vida. Descubra agora