Às vezes os empecilhos aumentam e aprisionado nos medos, somos sufocados, mas existem aqueles que creem e esperam. Naquele singular momento, o rapaz estacionou o carro em frente ao museu Moca (Museu da arte contemporânea), tinha um sorriso presunçoso, imaginando a surpresa da esposa.
—Por que tenho que manter meus olhos fechados? Eu estou atrasada, Jason, tenho que ir para o trabalho— a loira indagou, enquanto era conduzida pelo marido.
Ela tentava reconhecer o lugar pelo tato, Jason fazia questão de que ela não se encostasse a nenhuma parede. O lugar estava quieto e o perfume no ar não trazia nenhuma lembrança. Se visse um resquício qualquer.
—Continue com os olhos bem fechados— Jason disse enquanto guiava Kate.
Todos na galeria estavam em silêncio, e as paredes jaziam prontas para a exposição. A loira ria sem saber o porquê de tanto mistério. No início ficara irritada com as constantes ligações para Jason, mas após conversar com Nicole e ouvir que nada ruim acontecia, preferiu esquecer todas as preocupações e se concentrar no trabalho até agora.
O desenho havia sido sua válvula de escape, a maneira de expor suas opiniões. É claro que a diversão durante a adolescência passou a ser o sonho de profissão. Contudo, Jason havia começado a observar suas obras e demonstrar um senso crítico que até o momento era inexistente. E agora resolvia atrapalhar o horário de seu emprego!
—Posso abrir os olhos agora? — Ela pediu com as mãos sobre as do marido.
—Não, Kate— ele respondeu, levando-a para o centro da galeria.
—E agora? — Ela perguntou novamente, sentia frio na barriga. Esse suspense estava acabando com sua paciência. Kate gostava de surpresas quando tinha conhecimento delas sem os demais compreenderem; fizera isso em seu aniversário de quinze anos e no pedido de casamento. Controlar a situação era uma necessidade vigente na vida dela.
—Não— Jason contentou em negar, ainda sorrindo diante da impaciência da esposa. Pela primeira vez, Kate não dominava a circunstância e ele tinha a oportunidade de dar-lhe um presente que ela merecia.
—Por favor, carinho—disse nervosa, a pulsação acelerada.
Jason parou e só então afastou as mãos do rosto da esposa.
—Agora pode abrir os olhos— ele proferiu.
Ela piscou várias vezes, franzindo o cenho ao enxergar tudo escuro. Quando Jason disse que tinha preparado uma surpresa ela acreditou que fosse algo importante. Mas estar em um lugar sem qualquer iluminação era desnecessário. Por que tanto mistério? Furiosa, Kate virou-se para o marido. Assim que girou pelos calcanhares, as luzes foram acesas e muitas vozes gritaram:
—Surpresa!
Ela entreabriu a boca, os olhos vagando pelo imenso salão. Sentiu as mãos de Jason segurando-lhe o rosto, fazendo-a fitá-lo.
—Lembra quando fizemos planos e você falou que gostaria de expor seus quadros aqui?
Ela sorriu, os olhos lacrimejantes ameaçavam destruir sua maquiagem. Tudo parecia um sonho! Kate pensou, controlando a respiração para não chorar de alegria. É claro que ela se lembrava das conversas sobre o futuro.
—Como conseguiu isso? — Ela se viu perguntando, ainda deslumbrada com a novidade.
—Deveria apenas agradecer, Kate— ele disse fingindo estar ofendido.
—Eu amo você— ela declarou, maravilhada com o que o marido fizera.
—Realizamos o nosso sonho, pelo menos um deles— Jason disse em êxtase. Ele reconhecia as dificuldades de Kate em se lançar no mercado de Artes, em nenhum momento duvidou do talento da mulher. Por isso, não se intimidou e procurou todas as galerias da cidade para que pudesse presentar Kate com uma exposição.
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Antecedentes das confusões da paixão
Teen FictionNicole é uma típica adolescente, que possui curvas que acredita serem extravagantes. Ela possui uma irmã e dois grandes amigos de infância. No entanto, esconde uma paixão por Henry, que tem um rosto comum e um lindo sorriso escondido nos livros. ...