- O que foi Linda? - Pergunta minha irmã. - Está tão calada.
- Só estou pensando. - Digo. - Você não acha que Tom está muito quieto? Não voltou aqui em casa, não deu sinal de vida.
- Acho que ele está digerindo a informação.
- Não sei não. - Suspiro. - Estou sentindo que ele está tramando algo.
Tom não iria descobrir que tem um filho e sumir. Mesmo ele sendo mal caráter, acho que ele não é o tipo de homem que abandonaria um filho.
- Não sei o que posso te dizer sobre isso. - Diz. - Mas se ele fizer algo para te ferir novamente, não esconda de mim. Dessa vez eu quebro a cara dele.
Sorrio para Fran abertamente.
Minha irmã é minha melhor amiga. Ela é três anos mais velha que eu, e totalmente diferente. Sou loira dos olhos claros. Francine já tem os cabelos castanhos e olhos castanhos, puxou a papai.
Sempre protegemos uma a outra com unhas e dentes desde pequenas. Crescemos mas nada mudou.
- Linda. - Diz mamãe. - Seu celular está tocando faz tempo. - Me entrega o aparelho.
- Não escutei. - Digo pegando o celular.
Olho para a tela do celular e é um número desconhecido.
- Alô. - Atendo a ligação.
- Quando eu ligar atenda da primeira vez. - Diz Tom irritado.
- Com quem eu falo? - Pergunto só para não dar o braço a torcer.
- Não teste minha paciência Melinda.
- O que você quer? - Pergunto. - Onde conseguiu meu número?
- Consigo tudo que quero. - Diz prepotente. - Você deveria saber disso Linda.
Me irrita profundamente quando ele me chama de Linda. Só minha família e meus amigos me chamam assim.
- O que deseja senhor Morris? - Pergunto fingindo simpatia.
- Virá jantar em meu apartamento hoje. - Diz. - Meu motorista irá te pegar em sua casa as 21:00 horas.
- Tenho escolha? - Pergunto revirando os olhos.
- Não. - Balbucia. - Temos muito que conversar.
- Sim senhor. - Digo sarcástica. - Até mais tarde.
Desligo o telefone em sua cara.
Tom deve estar muito irritado comigo nesse momento. Mas estou pouco me importando. Ele que não pense que será fácil, pois não serei a bobinha de antes, que ele se aproveitou e descartou.
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- Nunca, em hipótese alguma... - Diz Tom segurando meu braço. - Desligue uma ligação em minha cara. Me ouviu bem?
- Você não manda em mim. - Digo tentando me soltar de seu aperto.
Tom me encara com fúria. Seu olhar está me dando medo, mas não irei baixar minha cabeça para ele.
- Fará o que eu mandar Linda. - Sorri sombriamente.
- Não me chame assim. - Digo irritada.
- Chamarei você do que eu quiser. - Retruca arrogante.
Começo a observar o ambiente.
Tem três poltronas espalhadas pelo ambiente, de cor marrom. Dois sofas enorme com uma mesinha de vidro bem no centro da sala, que dá de frente para uma lareira que está acesa.
Meu olhar se prende em vários quadros na parede, que não faço idéia de quem seja os artistas, mas tenho certeza que são caros.
- Já terminou? - Pergunta.
- O que?
- De observar meu apartamento. - Diz sorrindo. - Esqueceu que tenho bom gosto?
- Esqueci de muitas coisas. - Digo irritada. - Inclusive você.
Tom joga a cabeça para trás e gargalha.
- Não acredito em você. - Diz se aproximando de mim.
O encaro de cabeça erguida, e não saio de meu lugar.
- Pois deveria. - Retruco.
Tom está a centímetros de mim. Levanta a mão e passa pelo meu rosto. Me estremeço com seu toque. Ele percebe e sorri com malícia.
- Você ainda sente atração por mim Melinda. - Diz. - Você diz uma coisa, mas seu corpo diz outra coisa totalmente diferente.
- Você me subestima senhor Morris. - Digo sorrindo. - A única coisa que sinto por você é pena.
Sua feição muda completamente. Seu olhar antes ardente agora está frio como gelo.
Tom me puxa para junto de si, e me beija com brutalidade.
Não retribuo ao beijo, e me afasto dele. Limpo meus lábios com as costas de minha mão, enquanto o fusilo com o olhar.
- Nunca mais faça isso! - Grito exasperada. - Não sei como fui burra em aceitar vir aqui.
Pego minha bolsa que deixei em cima do sofá, e coloco sobre meu ombro.
- Vamos jantar Melinda. - Diz Tom.
- Perdi o apetite. - Balbucio.
- Terei que te levar arrastada? - Pergunta.
- Você não seria capaz. - Digo incrédula.
- Você sabe que sou capaz de tudo. - Retruca. - Então não me desobedeça.
Acabo cedendo e indo com ele rumo a sala de jantar.
- Só vim porque eu quis. - Digo. - Não porque você mandou.
- Pense da forma que quiser. - Diz sentando-se a mesa.
Me sento bem longe de Tom. Quero manter distância, antes que ele tente algo de novo.
- Eu não mordo Linda. - Sorri com malícia. - A não ser que você peça. Pode se sentar mas perto.
- Estou bem aqui. - Digo.
Alguns segundo depois entra duas mulheres na sala de jantar.
Uma morena de cabelos grisalhos, coloca em minha frente uma bandeja.
- Obrigada. - Agradeço sorrindo.
- Por nada querida. - Retribui o sorriso.
- Podem se retirar agora. - Diz Tom.
A comida está com um cheiro delicioso, mas quando olho no prato fico triste.
- Não posso comer. - Digo.
- Por que Melinda? - Pergunta irritado. - A comida não está boa o suficiente para você?
- Sou alérgica a camarão seu idiota. - Digo.
Tom suspira irritado.
- Vou pedir para Carmen preparar algo para você comer. - Diz, já se levantando.
- Não precisa. - Reviro os olhos. - Apenas me diga logo o que você quer.
Tom se senta novamente. Me encara por um longo tempo, de repente diz:
- Iremos nos casar em uma semana. - Diz sério.
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Bom dia amores.
Espero que gostem do capítulo novo, até o próximo. 🌹😍❤
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Caminhos que se cruzam
Spiritual▪ 1° Lugar no concurso - WLB 2018 ▪ 3° Lugar na segunda etapa do concurso - Um mar de rosas 2018. ▪ 2° Lugar no concurso - Projeto literário 2018 ▪Menção honrosa no concurso - Borboletas de ouro 2018 ▪ Menção honrosa no concurso - Amarelo de alegria...