Capítulo 4

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3 anos depois.

- Jhef, não vá para longe da mamãe.

- Tá mamãe. - Diz sorrindo.

Quando vi meu filho, foi amor a primeira vista, ele chorou tão forte que achei que ele estava sentindo alguma dor. Jhef é uma criança maravilhosa, é claro que é arteiro, mas qual criança não é?

Meu pequeno é um presente de Deus para minha vida. Claro que foi concedido por uma fraqueza de minha parte, mas ele é tudo para mim, meu grande milagre.

Minha grávides não foi nada fácil. Tive muitos enjoos, e dores. Pensei que não iria conseguir ver meu bebê, mas Deus entrou com providência, e me ajudou como sempre.

Tive que fazer uma cesariana de emergência, pois o cordão umbilical estava o asfixiando. Fiquei tão deseperada, com tanto medo de perde-lo. Mas quando Deus está ao nosso lado, tudo sai perfeito.

Meu filho é saudável, e forte. Ainda me pergunto de onde sai tanta energia em uma criaturinha tão pequena.

Está com 2 aninhos, e cada dia que passa se parece ainda mais com o pai. Olhos azuis, cabelos castanhos, e o mesmo formato do rosto. Não se parece fisicamente comigo, apenas o jeito de ser. É carinhoso com todos, sempre alegre, e sorrindo.

Não contei a Tom sobre ele, e ainda não sei se fiz a escolha certa. Jhef chama meu pai de papai.
E isso ao mesmo tempo que me deixa feliz, corta meu coração, logo ele irá entender que é seu vovô.

Uns dois meses atrás estava decidida a contar a ele, mas no caminho de seu apartamento, vi ele e uma morena bonita estampados em uma capa de revista. Estavam divulgando seu noivado.

Não sei o porque, mas no fundo de meu coração eu senti uma dor que não existia ali.

É claro que desisti no mesmo instante e voltei para casa. Por mais que ele foi um monstro comigo, eu não tinha o direito de acabar com sua vida jogando essa bomba em cima dele.

Mas ainda tenho aquela sensação que não estou livre de Tom, sinto que a qualquer momento ele irá aparecer e querer tomar meu filho de mim. Isso não irei permitir nunca, mesmo que eu morra tentando. Farei qualquer coisa a meu alcance para proteger meu filho.

- Ele está tão grande. - Diz Fran. - Parece ter sido ontem, que ele ainda era um bebezinho pequenino.

- Está mesmo. - Digo sorrindo orgulhosa.

Jhef está correndo atrás dos pássaros. Todos os finais de semana trago ele para brincar um pouco, pois passo a semana toda trabalhando, então uso os finais de semana para que possamos ficar mais unidos.

Consegui um emprego de recepcionista em uma loja de jóias. Quando não pude mais esconder minha barriga, fui demitida do restaurante, pois para eles uma mulher grávida sem ser casada não é de confiança.

Graças a Deus tinha minha família ao meu lado, pois estaria perdida se não tivesse. Tivemos que economizar ao máximo, pois um bebê gera muitas despesas, mas logo que desmamei Jhef consegui o emprego e estou lá até hoje.

Minha chefe é uma mulher incrível. Acho que ela sabe pelo que passei, pois também é mãe solteira. Mas nem as dificuldades e as pessoas julgando conseguiram fazê-la desistir de seus objetivos. Sua loja é uma das mais prestigiadas de Nova York.

Eu não tinha muito a oferecer, a não ser meu trabalho, e falar de Jesus para ela. Margot se entregou aos pés do Pai, congrega na mesma igreja que minha família e eu congregamos.

Devo muito a ela por haver me ajudado tanto, quando todos fecharam as portas para mim.

No início foi meio difícil, pois as outras garotas ficaram enciumadas, pois achavam que eu tinha prioridades, conforme o tempo foi passando perceberam que eu era tratada da mesma forma que elas, com respeito.

Tudo se encaixou perfeitamente bem. Tenho um bom emprego, um filho gentil, uma família que amo. Mas lá no fundo sinto que falta algo, não sei o que é, mas falta algo.

- Você ainda tem medo de Tom aparecer? - Pergunta Fran me tirando de meus devaneios.

- Todos os dias de minha vida. - Digo suspirando.

Jhef cai no chão e começa a chorar.
Fran e eu corremos até ele. Me agacho perto dele.

- Dodói mamãe. - Diz chorando.

- Foi só um arranhão meu amor. - Passo minha mão em seu joelho.

- A tia vai dar um beijinho para sarar. - Fran beija sua perninha, avermelhada pelo ralado.

- Sarou? - Pergunto enxugando suas lágrimas.

- Salou. - Diz sorrindo.

- Agradeça a titia agora. - Digo.

- Bligada titia.

- Por nada meu docinho.

Fran o pega no colo, e beija todo seu rosto o fazendo gargalhar.

Fico igual uma boba observando a felicidade de meu pequeno. Tão pouco o faz feliz.

- Acho que já está na hora de irmos embora. - Digo.

- Você precisa de um banho rapazinho. - Diz Fran fazendo careta. - Está todo suado.

- Banho banho! - Grita Jhef jogando as mãos para cima.

- Quando chegar em casa Jhef.

Pego minha bolsa que deixei em cima do banco, e jogo em meu ombro.

Decidimos ir embora andando mesmo, pois o parque é perto de casa.

Meu coração se acelera, quando um carro preto passa por nós, freia bruscamente, e começa a andar de ré até nós.

- O que foi Linda? - Pergunta Fran.

- Ou estou muito paranoica, ou aquele carro está nos seguindo.

Fran olha para trás, e logo diz:

- Acho que você está certa.

Pego Jhef em meu colo, e começo a andar mais rápido.

Escuto a porta do carro se fechar.

- Linda? - Grita alguém pelo meu nome.

Não viro para trás para saber de quem é a voz, e continuo a andar depressa.

Alguém coloca a mão em meu ombro, nesse momento sinto os mesmos calafrios, que senti quando Tom me tocou.

Respiro fundo, e me viro lentamente para ter certeza se estou certa.

Lá está ele parado em minha frente me encarando. Seus olhos gélidos percorrem meu rosto, e logo em seguida encara Jhef.

Aperto Jhef ainda mais contra meu , como se isso podesse nos defender do que virá a seguir.

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Bom dia amores.

Tudo bem com vocês?

Espero que gostem do capítulo novo.
Até o próximo. 🌹❤😍

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