- Por que está me encarando? - Pergunto a Tom.
- Você fica linda quando acorda. - Sorri abertamente.
- Meus cabelos deve estar um desastre, meu rosto deve estar marcado e além de tudo estou com bafo. - Sorrio. - Isso não é nada lindo.
- Pois para mim está. - Tom beijo meus lábios de leve.
Me espreguiço e tento me levantar, mas Tom me puxa de novo para seus braços.
- Cadê Jhef? - Pergunto assustada.
- Está brincando com Helena. - Diz. - Logo que ele acordou fui preparar sua mamadeira.
- Por que não me acordou?
- Estava dormindo tão tranquilamente, fiquei com pena de te acordar. - Beija meu rosto. - Eu sou capaz de preparar uma mamadeira.
- Bom saber. - Sorrio. - Será incumbido desse serviço de agora em diante.
Tom rola por cima de mim é beija meu pescoço.
- Pois não vejo problema nenhum. - Sorri.
- Você não tem que trabalhar? - Pergunto, e tento empurra-lo.
- Sou o chefe. - Diz convencido. - Posso chegar a hora que eu quiser.
- Metido. - Sorrio abertamente. - Você acha que o que fizemos foi certo? - Pergunto.
- Você é minha esposa. - Diz Tom. - Então não fizemos nada de errado.
- Mas...
- Nada de mas Linda. - Tom me cala com um beijo. - Somos casados, e marido e mulher compartilham a mesma cama.
O encaro por um longo tempo, tentando adivinhar o que se passa em sua cabeça.
- Você só está me usando Tom? - Pergunto.
- Por que acha isso? - Me encara confuso.
- Eu não sei. - Suspiro frustrada. - Uma hora você é rude, me maltrata. Logo sem seguida muda completamente de personalidade. - Digo. - Está me vendo apenas como um desafio a levar para sua cama?
- É claro que não Melinda. - Diz Tom. - Eu sei que não sou o marido ideal para você, e que já fiz coisas imperdoáveis e mesmo assim você me perdoou. Mas não te vejo como um desafio. - Sorri abertamente. - Te vejo como uma mulher linda, forte, capaz de me tirar do sério como ninguém nunca fez, e não abaixa a cabeça para mim como os outros.
- Por que diz que não é um marido ideal para mim? - Pergunto com dor no coração.
- Porque você merece mais do que sou capaz de lhe oferecer. - Sorri fraco. - Você merece ser amada.
- Você também Tom. - Digo com lágrimas nos olhos. - Você precisa assumir a si mesmo que também merece ser amado.
Tom me encara com um olhar triste, coisa que nunca vi estampando em seus olhos.
- Você nunca saberá o que é crescer sem carinho e afeto de seus pais. - Sorri triste. - A única família que me adotou me via apenas como um saco de pancadas.
- O que fizeram com você? - Pergunto, mas com medo da reposta.
- Meu "Pai" adotivo quebrou meu braço, só porque pintei um desenho da parede. - Sorri sombriamente. - Maria sua esposa me batia todos os dias, pois não queria um filho burro que não sabia escrever.
- Quantos anos você tinha?
- Estava com 8 anos. - Tom gargalha de uma forma nada agradável.
- Por que não fugiu? - Pergunto.
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Caminhos que se cruzam
Spiritual▪ 1° Lugar no concurso - WLB 2018 ▪ 3° Lugar na segunda etapa do concurso - Um mar de rosas 2018. ▪ 2° Lugar no concurso - Projeto literário 2018 ▪Menção honrosa no concurso - Borboletas de ouro 2018 ▪ Menção honrosa no concurso - Amarelo de alegria...