Capítulo 25

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Tom

Tenho que admitir que desde que fui a igreja com Linda e sua família, tenho sentido algo dentro de mim. Algo que a muito tempo não sinto... Paz.

Para falar a verdade quis fugir de dentro da igreja todas as vezes que a palavra do reverendo tocava meu coração.

Mas Linda segurou firme minha mão e não me deixou ir embora.

Parecia que cada palavra dita pelo reverendo servia para mim, parecia que ele conhecia meu interior e dizia exatamente como me sinto no dia a dia.

Tenho que admitir que fiquei chocado comigo mesmo. Me deu uma vontade louca de voltar a igreja novamente, e foi isso que fiz sem ninguém saber.

Como da primeira vez, o reverendo falava diretamente comigo, ele me encarava de vez em quando e sorria feliz.

Mas fico me perguntando como ele sabia como me sinto? Linda não contou, pois nem ela sabe o que se passa no meu interior.

Eu quis ir até ele e perguntar, mas no fim acabei desistindo e fui embora. Mas a vontade de voltar a igreja não sai de dentro de mim. Sinto meu corpo mais leve, uma paz interior.

Alguém bate na porta de meu escritório, e me tira de meus devaneios.

- Pode entrar. - Digo alto.

- Com licença senhor. - Pede Marta adentrando o ambiente. - Sobre a reserva de hoje a noite, está marcado para as 21:00 horas.

- Obrigada Marta. - A agradeço.

Ela arregala os olhos com meu agradecimento.

- Por nada senhor. - Sorri abertamente.

Logo em seguida caminha para fora de meu escritório.

Pego meu celular e ligo para Linda. Na terceira chamada ela atende.

- Oi amor. - Diz.

Meu coração se acelera ao ouvi-la me chamar de amor.

- Oi Linda. - Sorrio abertamente.

- Me desculpe por agora. - Pede. - Saiu sem querer. - Tenta se justificar.

- Está tudo bem. - Digo. - Não precisa se desculpar.

Para dizer a verdade me agradou muito Linda ter me chamar de amor.

Passei tanto tempo fugindo desse sentimento que acabei me fechando. Mas sinto que aos poucos Linda está conseguindo quebrar o gelo que envolve meu coração.

- Por que ligou? - Pergunta.

- Irei te levar para jantar hoje. - Digo.

- Sério? - Pergunta animada. - Para onde?

- Surpresa. - Digo.

- Tudo bem então seu chato. - Diz rindo. - Que horas?

- Te pego as 19:30. - Olho em meu relógio. - Não conseguirei sair do escritório mais cedo. Dê um beijo em Jhef por mim.

Me acostumei chegar mais cedo em casa para brincar com meu filho antes dele dormir. Mas hoje infelizmente não conseguirei, pois tenho muito trabalho a fazer.

- Dou sim. - Diz. - Ele irá sentir sua falta.

- Prometo compensa-lo no fim de semana. - Digo.

- Então te vejo mais tarde. - Diz Linda animada. - Não se atrase.

- Eu deveria dizer isso. - Sorrio.

Conversamos mais um pouco e nos despedimos.

Olho para a foto sobre minha mesa, tirada em nosso casamento. Linda sorri, mas seu sorriso não chega aos olhos. Ela foi uma excelente atriz em fingir felicidade para sua família.

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