Capítulo 20

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Youngho havia ido embora logo após as ameaças de Changkyun e eles, logo em seguida, também foram. O combinado tinha sido deixar Kihyun ficar em casa e Changkyun voltar para ajudar a arrumar o bar, até o primeiro citado começar a ter uma crise de choro e não haver como deixá-lo sozinho. Changkyun decidiu que deveriam dar uma volta de carro pela costa, mas quando perceberam já estavam indo para Seul. Evitando tocar no acontecimento, Changkyun achou que seria mais fácil levar Kihyun para se distrair e afastar-se dos arredores um pouco, até mesmo para evitar que Youngho os seguisse e descobrisse o endereço de onde moravam. Assim, dormiram por Seul depois de se aventurarem pela cidade e no outro dia voltaram. O decorrer das duas semanas após isso foi leve e sem perturbação. A falta de informações sobre o paradeiro de Youngho, no entanto, era algo que gerava muito suspense entre eles. Kihyun evitava pensar nisso custe o que custasse.

A chave virou na porta com um estalo e Changkyun se sentiu feliz ao finalmente, depois de um dia tão cansativo como tivera, poder ter o aconchego de sua casa de novo. Em suas mãos havia uma caixa de pizza, a mochila nas costas.

— Em casa, e com pizza! — Avisou ele enquanto tirava os sapatos e entrava na sala, colocando a pizza e as chaves na mesa. — Kihyun, você não sabe como meu dia foi estressante. Céus! Tinham uns caras brigando e eu quem tive de separar. Eles acham que aquilo é um ringue por acaso? Que falta de senso. E o casal que tentou me passar a perna dizendo que já haviam pago? Não, porque sinceramente... espera. Kiki?

Changkyun, ao se tocar que, diferente do costume, ainda não tinha sido acalorado por um abraço apertado de Kihyun e tampouco respondido de seu falatório, franziu as sobrancelhas. As luzes estavam todas apagadas do corredor para trás, então Kihyun deveria estar dormindo. Ele foi até o quarto para saber. Abriu a porta. Nada. Apenas os lençóis desarrumados e o escuro aconchegante.

Changkyun sentiu aquele desespero de quando se erra um degrau da escada. Se Kihyun não estava em casa, onde poderia estar? Porque o apartamento era pequeno o suficiente para saber que ele não estava em mais nenhum cômodo.

Pegou o celular rapidamente e discou o número de Hyungwon.

Changkyun? Já tá com saudade, praga? Não faz nem uma hora que nos vimos. — brincou Hyungwon ao atender.

— Kihyun por acaso foi ao bar? Ele está por aí?

Kihyun? Não, não. Eu estou apenas eu e Joohyun aqui, fechando caixa. — Ao fundo ouviu-se um "oi" dela. — Mas por quê?

Ele não tá em casa. Nenhum sinal dele.

É O QUÊ? — Changkyun afastou o celular na hora devido ao grito de Hyungwon. — COMO ASSIM ELE NÃO TÁ EM CASA?

Não está, Hyungwon! Eu cheguei aqui com pizza e apenas as luzes da sala estavam acesas. Pensei que talvez estivesse dormindo, então vim ao quarto, mas não há nem sinao dele. — Changkyun de repente se sentiu muito agitado, e seus dedos começaram a tremer. O corpo inteiro. — E se aconteceu algo? Algo ruim?

Não vamos pensar o pior, está bem? Ele não te avisou nada? De repente deixou um bilhete e você não viu...

— Não, nada. E se aquele cara veio aqui? E se fizeram algo de ruim com ele? Que é que eu vou fazer da minha vida? Nunca vou me perdoar!

Vamos perder tempo supondo o que aconteceu. Pegue seu carro e me busque aqui, então procuraremos por ele juntos. — E então Hyungwon desligou.

[...]

Changkyun dirigiu tão rápido indo quanto voltando. Havia muito em sua cabeça. O tráfego não passava de um borrão. O medo o engolia junto das suas paranoias: Youngho poderia muito bem colocar alguém para os espiar e descobrir onde moravam. Poderia sequestrar Kihyun a luz do dia, se quisesse. Será que ele estava sendo muito exagerado? Pensando maldade onde não tinha? Em uma situação daquelas, era impossível não cogitar o pior.

— Tá, primeiro: dirija devagar porque eu tenho muita vida pela frente. Segundo: me explica de novo o que aconteceu. — Hyungwon disse, tirando-o de seu devaneio.

Changkyun relaxou as mãos no volante e explicou toda a história para Hyungwon, menos exasperado.

— Então, basicamente ele não está em casa mas tudo dele ainda continua lá, né? — Changkyun concordou com um "é". — Menos mal! Ele não te abandonou — Changkyun socou Hyungwon no ombro. — Ai! Eu tô brincando.

— Isso lá é brincadeira, Hyungwon? Estou achando que Youngho descobriu meu endereço e fez alguma maldade com ele.

— Pois isso é impossível. Ele teria arrombado a porta e estava tudo em ordem, você mesmo disse.

— Ele pode muito bem ter obrigado Kihyun a abrir! Ou então aberto ele mesmo com um grampo!

— Não estamos em um filme de espionagem, Changkyun.

Fez-se silêncio então. Passaram de carro pelos quatro quarteirões antes do apartamento e agora estavam indo para os quatro depois.

— Acho que seu namorado foi dar uma volta por aí e você está se desesperando em vão. — Hyungwon se acomodou no banco do carro, depois de um tempo.

Changkyun nada disse, porque essa também era uma opção (e a mais lógica). Kihyun não podia ficar em casa o dia todo e já conhecia boa parte de Incheon, talvez ele tivesse ido dar uma caminhada noturna, ou então fora comprar chá — porque ele amava chá, e tinha autonomia total para fazer o que quisesse desde que com cuidado, apenas por enquanto que sabiam que Youngho estava por aí.

Hyungwon, agora olhando pela janela do carro, se levantou subitamente no banco e coçou os olhos. Ou era sua miopia, ou aquele era o próprio Kihyun, sentado em uma mesinha do Bubble Tea Coffee, junto com um garoto de cabelos loiros.

— Changkyun, acho que encontrei o seu homem. E ele está com outro homem.

— Perdão?? — Changkyun quase parou o carro no meio da rua.

— Ali na lojinha do Bubble Tea. — Hyungwon apontou.

Changkyun agradeceu por não ter problemas com a visão, porque pôde ver claramente o rosto sorridente de Kihyun enquanto conversava com o garoto loiro.

— Quem é aquele?

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