' Capítulo 32

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Não se sabe dizer se foi por sorte ou não, mas Yuta já tinha vacilado aquela arma na cabeça de Changkyun fazia tempo. O garoto continuava lá, mas bem longe do gatilho, apenas para continuar a distração maluca que Kihyun tinha inventado. Depois de uns minutos da conversa, Changkyun não precisou de muito para perceber o que estava acontecendo.

Quando Yuta apertou aquele gatilho, a bala bateu no chão e ficou. Changkyun estava encostado na parede, e dessa mesma que tomou impulso para dar um soco na cara de Yuta.

Nunca mais chame meu namorado de vadia — Changkyun diz, dando mais outro soco certeiro próximo ao olho do japonês.

Em poucos minutos as viaturas haviam chegado, cercando a entrada do beco. Dos carros saíram seis policias armados e no meio deles o mais alto, o sétimo.

— Mãos para trás! — Ouviu um dos policiais gritando, enquanto apontava a arma para Yuta no tempo em que os outros corriam até ele.

— Foi muita sorte sua eu estar fazendo patrulha por Incheon. Não teria vindo tão rápido se eu não soubesse de quem se tratava. — O policial mais alto disse ao se aproximar de Kihyun, que agora soluçava livremente. — Hirai, tire todas as armas que encontrar nesse lixo e leve-o para a delegacia.

— Sim, chefe! Ouviram, não é? Wang, pode algemar!

Alguns paramédicos checaram a pressão e cuidaram dos arranhões de Changkyun. Os outros fizeram o mesmo com Kihyun, o dando uma bolsa de gelo para colocar no rosto levemente inchado do tapa que recebeu e remédios, porque ele não parava de tremer.

— Está tudo bem com você? — O mesmo policial de antes pergunta à Changkyun, que assente. Em seu distintivo lia-se "Capitão Son". — Ótimo. Ótimo mesmo. Um minuto... ei, Qian, pode enviar um relatório?

Changkyun olhou para Kihyun, que, de volta, olhou também. E foi como ligar uma torneira: seus olhos tão assustados derramaram muitas lágrimas e ele abraçou Kihyun com tanta força quanto fora retribuido.

— Eu tive tanto medo, tive tanto... — Changkyun soluçava no ombro do namorado, que passava as mãos pelos cabelos dele, pedindo que se acalmasse. — Você foi tão corajoso, estou tão orgulhoso, estou mesmo... eu te amo tanto, tanto...

— Eu te amo ainda mais. Está tudo bem, está sim. Ninguém mais vai nos incomodar agora. Já está acabando. Vamos ficar em paz, eu prometo. Me desculpa. — E Kihyun começou a chorar também.

Eles ficaram muito tempo abraçados, se consolando, confessando seus medos dos momentos e fazendo juras de amor um ao outro, até que, quando mais calmos, um outro policial apareceu à frente deles enquanto segurava uma prancheta.

— Lim Changkyun e Yoo Kihyun, certo? — Ele tinha uma expressão serena e voz tranquila, como se estivesse acostumado a ver aquele tipo de coisa o tempo todo. — Podem nos acompanhar até à delegacia?

~♡~

A 20° Delegacia de Polícia de Incheon era um prédio alto e branco e extremamente movimentado. No departamento onde estavam, então, ainda mais. A bola da vez era que enfim o assassino de aluguel mais procurado do continente, Nakamoto Yuta, havia sido capturado e haviam testemunhas vivas para contar com exatidão o que tinha acontecido. Era muito para um caso que estava em execução há mais de quatro anos.

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