' Capítulo 27

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Quando tomaram distância, com Kihyun e Hyungwon uns pés na frente deles, Changkyun chegou em Minhyuk.

— O que você queria me dizer de tão sério?

— Youngho, Changkyun, ele...

— Eu não quero saber desse cara, Minhyuk. Já tivemos problemas demais com ele.

— É importante! — Minhyuk segurou Changkyun pelo pulso, visto que o mesmo já voltava a andar em direção à Kihyun e Hyungwon. — Eu também não gosto de falar dele, mas isso é importante.

— Pois bem, — suspirou — prossiga.

— Kihyun me disse que ele não aparece desde quando o encontraram no bar. Você não acha suspeito ele simplesmente sumir?

— Sim, acho. Até estava pensando nisso, porque um tempo atrás ouvi a conversa dele no telefone e ele disse algo sobre esperar eu e Kihyun nos afastarmos para agir.

Minhyuk empalideceu.

— Não está óbvio? Vocês precisam tomar cuidado e denunciá-lo logo. Ele é um doente e isso já é desde o início do namoro com Kihyun. Ele não vai cansar, Changkyun!

— Se acalme. — Changkyun colocou a mão esquerda no ombro de Minhyuk, sorrindo de leve. — Não vai acontecer nada, e se acontecer, resolveremos.

— Mas Changkyun...

— Vamos logo, por favor? Está frio e os meninos já estão esperando a gente no carro. — E assim, o assunto se encerrou com um Minhyuk extremamente preocupado e um Changkyun também, mas fingindo calmaria.

Changkyun passava a mão no cabelo e ora puxava os fios enquanto pensava. Havia perdido o sono por culpa da conversa com Minhyuk um dia atrás. Até tentou dormir de volta, mas não conseguiu, então foi para a sala, sentar no sofá e pensar. Lá fora estava chovendo com relâmpagos. A janela trepidava.

Changkyun não queria mais que Youngho fosse um incômodo. Não queria que ele nem existisse, de preferência. Mas Minhyuk estava certo, eles tinham sim que se preocupar. Saber de tudo que ele era capaz de fazer com outra pessoa e não sentir remorso algum era o suficiente para ficar alarmado. O suficiente para saber que ele não tinha desistido ainda porque, como o mesmo mencionara, achava que Kihyun era sua propriedade. E gente assim não mudava de opinião fácil — às vezes nem mudavam.

Ainda mais depois de ouvir e ver do que ele era capaz de fazer pela própria ambição. Sem dúvidas era um homem perigoso que precisava ser denunciado logo, mas como? Como arrumariam provas suficientes? Apenas um depoimento de Kihyun e um corpo de delito não seriam suficientes. Youngho era rico, poderia pagar a fiança facilmente, e aí estaria livre e com mais ódio para arruinar as vidas de quem se metesse em seu caminho.

Por que tinha que ser tudo tão complicado? Changkyun só queria ir embora e morar numa casa no litoral junto com Kihyun e dois cachorros e viver das músicas que compõe. Era coisa simples que estava exigindo o mundo e os farrapos.

— Na sala, sozinho e no escuro, no meio de uma noite chuvosa. — Changkyun se assustou ao ser tirado de seus pensamentos com a voz de Kihyun. — Presumo que tenha coisa aí, hum?

— Pior que sim. — Changkyun o olhou, ele estava com os cabelos bagunçados mas os olhos entregavam que não tinha dormido o suficiente. — Com você também?

— Me assustei com os relâmpagos, na verdade, aí acordei e não vi você então presumi que estivesse por aqui. — Kihyun calmamente sentou ao seu lado. — Quer conversar, amor?

— Gostaria. — Deram as mãos. — Estou preocupado.

— Com o quê?

— Com nós. — diz Changkyun, dando um suspiro e deitando a cabeça no ombro de Kihyun. — Com Youngho. Com o futuro.

— O futuro é uma caixinha de surpresas. Toda escolha tem uma consequência, então acho que devemos fazer do jeito certo. Acha que estamos?

— Não vi nada de ruim até agora quando penso em nós.

— Então acho que nosso relacionamento tem um grande futuro pela frente. — Sorriu Kihyun, dando um beijo quente em Changkyun. — Quanto a Youngho, uma vez você me disse que ele não era digno de ocupar meus pensamentos e eu acho que isso se aplica a você também.

— Mesmo? — Changkyun o olhou com os olhos inseguros. Kihyun o abraçou pelos ombros.

— Sem sombra de dúvidas, amor. Youngho é um problema, sim, um mosquito chato que fica zunindo no ouvido, mas tenho certeza que daremos um jeito. É só nos mantermos juntos, fortes, e com pessoas boas ao nosso redor.

Deram mais um beijo. Só havia o barulho da chuva lá no fundo e dos estalos baixos das bocas dos dois. Logo depois, Kihyun permaneceu fazendo cafuné nele.

— Eu tive uma conversa com Minhyuk sobre Youngho. — Changkyun falou bem baixo, não querendo interferir na atmosfera tranquila entre os dois. Kihyun deu à ele espaço para continuar. — Ele nos aconselhou a ir denunciá-lo logo, porque estava com medo de que acontecesse coisa pior.

— Eu pensei sobre isso. Mas como faríamos? Ele tem influência, contatos...

— Eu estava pensando justamente sobre isso. Mas... Kihyun, eu não quero te perder. Não quero que nos separem. Eu não... — O tom de voz dele começou a tremer. Kihyun o abraçou forte.

— Nem Seo Youngho vai ser capaz de nos separar, tá bom? — Susurrou ele no ouvido de Changkyun, que percebeu ter soltado algumas lágrimas. — Vai ficar tudo bem. Não precisa ter medo. Estamos juntos.

— Eu só... desculpa, é que não quero te perder.

— E nem vai. Vou continuar aqui e ai de você se não continuar também. — Changkyun riu de leve, enxugando as lágrimas. — Não dizem que o amor é a maior força? E olha o quanto nos amamos, Chang, o quanto eu te amo. Ainda há inseguranças que vamos um dia nos perder um do outro?

— Não. Não mais. — Changkyun sorriu.

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