' Capítulo 33

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— Polícia. Abra a porta.

Se passaram uma semana desde o ocorrido com Yuta (este que já estava preso).
Muita coisa havia acontecido, Kihyun e Changkyun passaram boa parte dos dias na delegacia porque fizeram questão de ajudar no que fosse necessário. Eles finalmente conseguiram as provas suficientes depois que a secretária de Youngho, Kang Soyou, foi dar um testemunho anônimo, entregando um vídeo de segurança do escritório que mostrava a clara ligação dele ao caso.

Agora havia um mandato de prisão e quatro policiais na porta do apartamento, prontos para cumprirem o que já deveria ter sido feito. Kihyun e Changkyun acompnharam, mas ficaram na saída do prédio.

O barulho de passos e chaves é ouvido. O homem alto, de cabelos escuros aparados e expressão tranquila, porém fria, abriu a porta.

— Bom dia. — Disse Youngho. — No que posso ajudar?

— Seo Youngho, correto? — Pergunta o capitão Son, mostrando o distintivo. Youngho assentiu. A policial ao lado, então, o entrega um papel e Hyunwoo o estica bem nos olhos do CEO. — Você está preso por tentativa de assassinato, perseguição e ameaça. Nos acompanhe até a delegacia, por favor.

Youngho levou bons segundos até disfarçar os olhos arregalados em um sorriso frouxo e atordoado.

— Deve haver um engano, não é possível. — Youngho riu de nervoso. — É uma piada, não? Cadê as câmeras?

— A polícia não é um circo, Sr. Youngho. — Hyunwoo responde. — Nos acompanhe por favor, ou seremos obrigados a usar as algemas.

— Eu me recuso.

A policial Hirai, que estava ao lado, soltou uma risada cheia de incredulidade. Ela foi na direção de Youngho com um ar sério e autoritário e, mesmo sendo bem mais baixa que ele, o intimidou o suficiente. Ele relutou bastante, mas finalmente cedeu e se deixou algemar.

— Vocês não podem fazer isso! — Ele reclamava enquanto Hirai e Hyunwoo o levavam para fora e, os que ficaram, revistavam o apartamento. — Não podem! Quanto vocês querem? Eu pago!

— Suborno à autoridade é crime de mera conduta, quer acrescentar mais uns anos de prisão, Seo Youngho? — Hyunwoo pergunta, o olhando nos olhos. Youngho engole seco. — Foi o que eu pensei. Entre no carro.

Uma pequena multidão começava a se formar ao lado de fora.

— Espera! — Kihyun correu até ao carro, direcionando a Youngho um olhar tão cheio de nojo que fez com que este abaixasse a cabeça. — Posso fazer algo antes?

— O quê, especificamente? — Pergunta Hirai.

— O que eu deveria ter feito há tempo.

— Você deve estar adorando tudo isso, né? Conseguiu o que queria. — Youngho perguntou quando Hirai deixou que Kihyun se aproximasse.

— Na verdade, não. Fico triste por você não poder presenciar meu casamento com Changkyun, mas pode ficar tranquilo, eu te envio as fotos — Kihyun sorri. — E além do mais — ele se ergue, olhando para Youngho. — Eu tenho nojo de você — e cospe em seu rosto.

Hirai controla a risada, e fecha a porta do carro forçando Youngho para dentro, deixando-o estático demais para responder.


𝒄𝒊𝒏𝒄𝒐 𝒎𝒆𝒔𝒆𝒔 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔...

— Seu primeiro dia! — Changkyun correu até Kihyun, que dormia todo torto com saliva escorrendo pelo canto da boca, os cabelos recém-tingidos de cinza desordenados. — Acorda, preguiçoso!

— Ah, Chang... me deixa dormir... — Kihyun nem mesmo entendeu o que falou, porque estava com tanto sono que mal conseguia falar. Ele escondeu o rosto no travesseiro, mas Changkyun se jogou por cima dele e o fez se virar de novo.

— Vai se atrasar, amor! Anda, anda, deixei seu café prontinho!

Toda a euforia tinha um nome. Se tratava de um estágio que Kihyun conseguiu arranjar na galeria de artes que fora com Changkyun no dia quente de verão, e hoje era seu primeiro dia. Depois de tudo que aconteceu, eles concordaram em nunca mais tocar no assunto Y de novo, que se alongou por tempo suficiente e não merecia mais perturbar ninguém.

— Ok, tudo pronto. — Kihyun disse ao sair do banheiro todo cheiroso e bem vestido. — Estou bonito, hum? — Deu uma voltinha.

— Sempre está. — Changkyun o beijou, arrancando-o um sorriso.

— Bobo, não me envergonhe essa hora da manhã.  — Kihyun dá uma golada no café e enfia uma torrada na boca. — Vamos!

— Não era você que estava com preguiça? — Changkyun pega as chaves e tranca o apartamento, seguindo Kihyun, que saltitava pelos corredores do prédio até o elevador.

— Fiquei animado!

Os dois descem no elevador, conversando sobre assuntos banais e entraram no carro rapidamente. Ao chegarem na galeria, Kihyun hesitou a mão na maçaneta, respirando fundo, intercalando o olhar com o grande e moderno prédio lá fora.

— Será que vão gostar de mim, Chang? — Pergunta ele, inseguro.

— Claro que vão! Você é o melhor no que faz, amor. — Changkyun vira o rosto de Kihyun para de frente com o seu, acariciando-o. — Vai ser perfeito, ok? E se qualquer coisa der errado, pode me ligar.

— Ok. — Kihyun sorriu, parecendo mais calmo. Beijo pra dar sorte? — Changkyun ri e junta seus lábios, dessa vez, lentamente. Separaram-se com sorrisinhos e Kihyun saiu do carro. — Eu amo você, tá? Estou indo, não sinta minha falta!

— Não vou. — Brinca Changkyun. — Não esqueça de me avisar quando sair!

— Pode deixar! — Kihyun diz, já na calçada. — Estou bonito mesmo?

— Está maravilhoso, amor! Anda, ou vai se atrasar.

— Blá-blá-blá. — Kihyun brinca, dizendo um silencioso "amo você". Changkyun repete o ato, e então Kihyun dá as costas e entra na galeria.

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