— Já o encontrou?
— Procurando, procurando. — Yuta respondeu impaciente, ajeitando os cabelos para ocultar a Escuta que usava. — Não achei que ia ser tão rápido.
— E não ia, mas ocorreram-me ideias que precisam ser postas em prática logo, então quanto mais rápido me livrar ele, melhor.
— Que seja, então. Tem certeza que quer que eu corte a garganta? — Youngho já ia reclamar, mas Yuta adiantou-se: — Digo, não há problema, eu gosto de vê-los morrendo devagar, mas uma bala na cabeça seria mais prático e menos arriscado.
— Você já fez coisa pior, Nakamoto. — Youngho disse calma e friamente. — Me ligue quando acabar. Faça direito, está sendo bem pago pra isso.
E a ligação foi cortada. Yuta deu um longo, irritado e entediado suspiro. Ajeitou a máscara no rosto e observou Changkyun por um certo tempo; ele conversava com o rapaz da loja de vinhos alegremente. Saiu de lá por volta de dez minutos depois. Yuta se endireitou e andou devagar na direção dele, num ato rápido, forçou o cotovelo contra a nuca de Changkyun em tempo que o tapava a boca com um pano, o forçando para dentro de um beco agourento.
𝒂𝒍𝒈𝒖𝒎𝒂𝒔 𝒉𝒐𝒓𝒂𝒔 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔...
Estavam limpando as mesas. O aroma florido do produto que Hyungwon usava perfumava todo o bar, que estava com as cadeiras arrumadas, o balcão lustrado e organizado e boa parte das mesas como tal. O chão tinha sido esfregado também. Os banheiros, porém, ninguém ainda teve coragem de entrar.
— Um mês hoje, hein? — Depois de um tempinho limpando em silêncio, Hyungwon comenta à Changkyun, que retirava as luvas amarelas de borracha. — Não dá nem pra acreditar. Estou tão feliz por vocês!
— Se você está feliz, imagine eu. — Com um sorriso, Changkyun responde. — Estou nas nuvens!
Hoje era o aniversário de um mês de namoro de Changkyun com Kihyun. Ele estava radiante, sorria pro vento e até mesmo riu das piadas horríveis de Joohyun. Tinha em mente o preparo de uma noite muito especial, ia fazer uma surpresa, por mais que não fosse muito bom em prepará-las e tampouco em guardar segredo. Implorou a Hyungwon por ideias, mas não contava que este, em troca de seus "serviços", obrigasse Changkyun a ajudá-lo a limpar o bar pela manhã justamente em sua folga.
— Eu poderia estar transando agora, arrrgh... — Changkyun reclamou, com a voz arrastada. Hyungwon revirou os olhos.
— Pare de graça, ok? Está ficando dramático que nem Kihyun. — Riram-se. — Você já até acabou de limpar! — Reclamou Hyungwon, em sua razão. Changkyun já estava ajeitando os cabelos no espelho que havia em uma das paredes largas.
— Eu estou aqui por livre e espontânea pressão e você sabe disso.
— Vai logo comprar o vinho, se manda daqui, xô. — Hyungwon enrola uma das flanelas que usava para limpar a última mesa e bate em Changkyun com ela, que exclamou. — Opa! não é que isso funciona mesmo?
— Sai de perto de mim com esse treco. — Changkyun saiu correndo a catar sua carteira e chaves antes que levasse mais uma flanelada de Hyungwon. — Tchau, Won!
— Boa sorte! Vê se testa aquele negócio que eu indiquei, tá? E...
Changkyun saiu do bar correndo com um Hyungwon gritando sobre táticas sexuais que ele poderia experimentar com Kihyun — às vezes ele sentia que precisava passar por essas vergonhas para vencer seu sedentarismo.
Depois de uns minutinhos, Changkyun estacionou na esquina da loja que Hyungwon lhe indicou para comprar o vinho. Conversou com o rapaz que cuidava da loja por um bom tempo enquanto decidia qual deles comprar — era sempre uma tarefa difícil. Muitas opções, muitas datas e muitos tipos.
Quando finalmente conseguiu decidir, teve que ir até o impossível para cortar o assunto com o rapaz — que ele descobriu chamar-se Donghyun — e ir embora. Àquela altura, já estava escurecendo. Apressou um pouco o passo a procura de evitar topar com certos tipos de pessoas.
Certos tipos incluiam, é claro e principalmente, a que o imobilizou com uma cotovelada na nuca e tapou sua boca, o jogando contra a parede úmida do beco o qual se encontrava agora, confuso e desorientado, um pouco ofegante.
— Trouxe vinho para a festa? Que gentil da sua parte. — A garrafa foi tomada de suas mãos antes que pudesse pensar.
Changkyun tossiu, se perguntando como aquilo havia acontecido em tão pouco tempo. Ele sequer teve tempo de piscar e já estava de frente para um cara de vestes escuras e voz abafada pela máscara que não apresentava de forma alguma ter boas intenções.
— Quem é você?
— Nakamoto Yuta, prazer. — Changkyun sentiu arrepios com o nome. A maioria dos casos de assassinato de pessoas importantes na Ásia tinham-no como autor. O cara já tinha matado mais do que podia se contar, e não eram como Changkyun, apenas um civil (por mais que algumas vezes, sim), eram pessoas realmente importantes: presidentes e ministros, por exemplo.
— O que você quer? — Mesmo com medo, porém, Changkyun não se permitiu demonstrar.
— Você sabe o que eu quero, Changkyun. — Yuta abaixou a máscara que cobria o rosto. Dava um sorriso frio. — Não estaria aqui perdendo meu tempo com você se não fosse por outra coisa além de matá-lo. — E sacou uma faca Baioneta do bolso do sobretudo que usava.
— Por quê? Quem... mandou? — Changkyun engoliu a seco ao sentir a lâmina afiada e gelada encostar em sua garganta.
Yuta continuava sorrindo de maneira despreocupada, o que o tornava ainda mais assustador. Brincava naturalmente de tirar e colocar a ponta da lâmina na pele de Changkyun, como se fizesse isso todo dia — e talvez fizesse mesmo.
— Youngho — Yuta diz, tirando a lâmina da garganta de Changkyun, que solta o ar.
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SOJU
Fanfiction[𝐂𝐇𝐀𝐍𝐆𝐊𝐈] A vida de Changkyun nunca mais foi a mesma desde que viu Kihyun, bêbado, chorando no bar em que trabalhava. LONG FIC | PT-BR 1° BETAGEM - novembro/2019 2° BETAGEM - EM ANDAMENTO Capítulos ainda não revisionados sinalizados com ( '...