' Capítulo 29

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Youngho desfere um soco na mesa de madeira escura com tamanha força que a taça de vinho se desequilibra; Taeyong, que estava de pé de frente para ele, se apressou em segurar.

— Eu odeio esse garoto! — ele grita, arrancando uma faca do faqueiro e dilapidando a mesa diversas vezes. — Eu vou matá-lo! Vou arrancar aquele sorrisinho enjoado do rosto dele!

Youngho era pura ira e gana. Ele estava passando de todos os limites, até Taeyong havia percebido. Ele estava obcecado, adoecido pelo simples fato de ter perdido Kihyun para alguém melhor e por saber disso, mas não conseguir lidar. Estava assustador se manter perto dele; no fundo, muitos pensavam que ele poderia surtar real e matar todos a sua volta num surto de raiva.

Mas se Taeyong um dia sonhasse em dizer a ele que estava passando dos limites e que precisava aprender a conviver, não seria a mesa que a faca ia dilapidar.

— Ligue para o Yuta nesse caralho, agora.

— O quê?! O Nakamoto? Você tem certeza disso?

— Acha que sou inconsequente, Taeyong? É óbvio que sei o que estou fazendo, porra! Ligue para ele agora, estou mandando.

~♡~

Youngho batucava as unhas curtas e quadradas na mesa enquanto esperava por Yuta. Taeyong já havia feito a ligação, e o japonês disse que logo estaria por lá, só precisava tomar café antes. No entanto, quando menos esperou, ele já saiu entrando pela porta do escritório, sem modos ou cerimônias, típico.

— Seo Youngho, quanto tempo! Posso te chamar de Johnny ainda, ou prefere algo mais formal? — Ele já foi se sentando, colocando os pés por cima da mesa.

— Tanto faz, Yuta. — Youngho suspira. — Seja educado, crápula. Quer beber algo?

— Aceito o que tiver de melhor aí.

— Soyou, traga duas taças do Chardonnay 1993, por favor. — Taeyong pede pelo telefone ligado direto na recepção.

— Mas então, Johnny, por que me chamou aqui? Sabe, tenho compromisso ainda hoje, então se puder ser rápido...

— Quero que você faça um trabalho pra mim. — Tranquilamente ele diz. Soyou entra no escritório com batidinhas na porta e entrega as taças, mas logo se retira.

— Ah, claro. Imaginei que sim. — Yuta deu um sorriso estranhamente malicioso. Bebeu da taça. — Mas saiba que meu preço aumentou.

— Ainda mais? Daqui a pouco você começa a pedir o que, oitenta milhões? Está sendo muito convencido.

— Estou sendo justo pelo ótimo serviço que presto. Há outros bons, mas sou o melhor. — Yuta rebate, um pouco ofendido, mas sem mudar o tom de voz. — Não era esse o preço, não, mas agora que falou, é o que vou pedir a você.

— Nem pensar! Oitenta milhões pra matar um moleque?

— Meu preço é mais caro conforme quem manda, Seo. Sei que você é cheio da grana e isso lhe são apenas uns trocados, então, não reclame, a menos que seja capaz de ir lá e matar o garoto você mesmo, o que sei que não é.

Youngho deu um gole amargo em sua taça e juntou as sobrancelhas. Não gostava de ser desafiado.

— Capaz eu sou, mas se tenho dinheiro para pagar gente por mim, que assim seja. — Ele largou o Chardonnay de lado. — Sabe que não gosto de sujar minhas mãos como você.

— Entendo. Bom, como nos conhecemos há um certo tempo, pode me pagar quarenta agora e quarenta depois, se achar melhor. — Yuta coloca os braços para trás da cabeça, bem relaxado.

Youngho pareceu hesitar muito até soltar um longo suspiro: — Eu pago.

Yuta soltou uma risada lenta e doente: — Parece que está mesmo desesperado, Johnny. Peixe pequeno desses perturbando você, huh? Não é do seu feitio.

— Apenas faça seu trabalho direito, e posso até pensar em te dar uma boa gorjeta depois.

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