Capítulo 18

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O dia seguinte permaneceu chuvoso. Eles estavam entrelaçados um no outro como filhotes siameses e Changkyun como sempre foi o primeiro a acordar, ouvindo o trepidar da janela conforme as gotas batiam nela. Ele olhou para Kihyun e as lembranças da noite passada o atingiram como uma flecha, tornando-se inevitável não sorrir.

Kihyun estava com os cabelos completamente bagunçados e pelo pescoço haviam várias marcas vermelhas que já estavam se esvaindo. O lábio inferior dele também estava machucado depois de tanto morder. Changkyun levou a destra até os fios dele e, de maneira cautelosa, passou a arrumá-los com carinho. Suas costas ardiam um pouco e ele supôs que no calor do momento não deve ter sentido os arranhões.

Mais alguns mágicos minutos depois, Kihyun começou a se mexer até abrir os olhos, com cara de sono. Changkyun achou fofo e supôs que deveria estar igual.

— Bom dia. — Murmurou Changkyun, agora caminhando os dedos até as costas nuas de Kihyun e traçando todas as pintinhas que ali haviam.

— Bom. — Kihyun se espreguiçou todo e sorriu ao sentir o toque, fechando os olhos e se aconchegando melhor. — Que horas...

— Estava pensando nisso. — Changkyun diz, desviando o olhar para o relógio digital ao lado da cama. Marcava dez. — Hm... já está um pouco tarde, mas... — ele voltou o olhar a Kihyun — eu não quero levantar. Ainda mais com essa chuva.

Kihyun soltou uma risadinha em concordância.

— Também não. Quero ficar aqui. — Eles aproveitaram o barulho da chuva para ficarem em silêncio. Changkyun continuava dedilhando as costas de Kihyun e este, assim sendo, desenhava formatos imaginários no peito dele com o dedo. Ele pigarreou para falar. — Eu... queria te dizer que gostei muito, da... do que aconteceu. — Ele disse, sem conseguir fazer contato visual.

— Eu também. Foi incrível. — Changkyun falou, puxando-o para cima para dar-lhe um carinhoso beijo na bochecha. — Deveríamos repetir, não acha?

— Sem dúvidas. — Kihyun disse. Eles se olharam de novo e não se contiveram em rir.

— Venha, vamos levantar. — Changkyun disse em tom risonho, ameaçando sair da cama, mas Kihyun foi mais rápido em agarrá-lo pela cintura. — Kihyun...

— Ah, Chang... está chovendo e eu estou dolorido, okay? Me dá um descanso. — Kihyun murmurou, agarrando-se mais à cintura dele.

— Vamos levantar, tomar um banho e aí eu vou te mimar bastante, tá bem? — Changkyun disse mas Kihyun não fez o menor esforço para tal; ele realmente era muito ruim para levantar da cama. Changkyun então conseguiu levantar e o pegar no colo, atravessando-o no ombro e o segurando pelas pernas.

— Changkyun! — Kihyun protestou em alto e bom som. — O que pensa que está fazendo?!

— Se não vai levantar por bem, eu mesmo faço isso.

— Eu vou morder a sua bunda se não me soltar! — Kihyun reclamou, beliscando as costas já arranhadas de Changkyun.

— E eu a sua se não parar de reclamar!

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Depois de uma boa sessão de drama, eles finalmente conseguiram realizar as higienes em paz e até lavaram o cabelo um do outro. Cozinharam um almoço simples com a chuva ainda caindo, e pela tarde quase repetiram a dose da noite anterior, mas Changkyun tinha trabalho pela noite e aquilo não daria certo. "Posso comprar um vinho na saída do trabalho para tomarmos", foi o que ele sugeriu e os dois concordaram.

No momento estavam os dois jogados no sofá, assistindo um programa de TV qualquer, até que a campainha tocou. E tocou mais, até perceberem que era alguém desesperado que não parava de apertar a bendita. Changkyun bufou e foi atender, Kihyun logo atrás dele.

— Hyungwon? — Surpreendeu-se quando abriu a porta.

— Chang! Eu sei que você já tem turno hoje, mas você precisa ir ao bar agora. Tem um doido lá que diz que não vai sair enquanto não falar com você. — Hyungwon foi direto ao ponto, e sorriu ao ver Kihyun logo atrás. — Oi Kihyun.

— Olá. — Respondeu ele.

— Quem é o doido? — Changkyun perguntou.

— Eu sei lá. Ele estava muito agressivo, provavelmente bebeu antes de ir lá porque você sabe que nós não abrimos antes das 20h.

— Como ele é? — Kihyun perguntou.

— Alto, cabelo preto aparado e roupa de linho. Não consegui ver o rosto pois ele não tira os óculos de sol. — Hyungwon cruzou os braços, parecendo apressado.

Changkyun e Kihyun se olharam e, juntos, suspiraram: já sabiam de quem se tratava.

— Vamos lá, vou resolver essa merda. — Changkyun pegou as chaves do carro em cima da mesa. — Você fica aí, Kihyun.

— Quê? Não! — Kihyun colocou um moletom de Changkyun jogado na cadeira. — Não vou ficar aqui enquanto você vai lá. Nós vamos juntos.

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