' Capítulo 34

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Foi num fim de tarde que Changkyun pediu demissão do emprego. Depois de muito conversar com Kihyun e muito pensar, concordaram, os dois, que já estava na hora de ele seguir os verdadeiros sonhos. Viver a vida, sem medo do que os esperava. E então, ele fez.

— Vou sentir sua falta! — Hyungwon o abraçava dramaticamente. — Não vai ser a mesma coisa sem você.

— Eu sei que não. — Convencido, Changkyun responde, mas também abraçava Hyungwon já sentindo saudades. O conhecera ali, e depois de tanto tempo trabalhando juntos, seria difícil se acostumar.

— E o que vai fazer agora, Lim? — Joohyun perguntou.

— Procurar um emprego longe daqui. — Ele responde, com um sorriso. — Tome cuidado com os homens, viu, Joohyun? Qualquer coisa, chute as bolas, sempre dá certo. — a garota ri. — Eu vou sentir muita falta de vocês.

Changkyun é acompanhado por Joohyun e Hyungwon até o carro. Ele ficou bons minutos parado contemplando a faixada do bar, pensando nos momentos difíceis e nos sentimentos nem mais tão ruins assim que nutria por ali — afinal, aquele lugar contribuiu para coisas boas em sua vida, especialmente uma:

"— Mais uma dose, por favor.

— Não acha que já deu de beber por hoje?"

É, no final até que não foi tão ruim assim permanecer trabalhando ali.

— Vou me lembrar de vocês quando me tornar um compositor famoso. — Brinca, recebendo um abraço coletivo dos dois.

— Boa sorte! — Gritaram eles, quando Changkyun já estava indo embora, sem intenção de voltar.

~♡~

Ele esperava Kihyun sair do último dia de estágio da semana. Enquanto aguardava, pensava no que faria. Podia aceitar a proposta de Sophia enquanto não conseguia arrumar nada, ou então fazer bicos por aí.

Porém, o que Changkyun queria mesmo era música. Nem que fosse para escrever e vender para empresas, sem necessariamente ser contratado.

Kihyun já tinha entrado no carro e estalava os dedos na frente do rosto de Changkyun para acordá-lo de seus pensamentos.

— Sim? Ah, anjo, não te vi entrando. — Eles deram um selinho.

— O que houve, hum? Estava mordendo o dedo encarando o além. Pensativo?

— Eu... pedi demissão. — Responde ele, num suspiro.

— E agora eu imagino que você esteja pensando o que vai fazer da vida. — Changkyun fez que sim, aproveitando o espaço lhe concebido para deitar a cabeça no ombro de Kihyun e receber cafuné.

— Eu estava pensando em vender minhas músicas prontas. — Changkyun responde. — Sabe, para empresas, e tudo mais. Quem sabe até junto dos arranjos...

— Mas seu nome não vai estar lá. Não era justamente isso que lhe deixava de pé atrás?

— É, eu sei disso. — Suspira. — Mas acho que só assim posso conquistar a confiança deles e quem sabe ser chamado para trabalhar futuramente.

— Vamos arriscar. — Changkyun o olhou, surpreso.— Você mesmo que diz para corrermos riscos, Chang.

— Mas não conseguiremos pagar as contas e aluguel e tudo junto, você ainda não foi pago no estágio e eu, agora, não tenho salário. — Changkyun coloca a mão no queixo, pensativo. — Posso conversar com Sophia... quem sabe trabalhar com ela por enquanto...

— O que quer que você queira fazer, vou te apoiar, está bem? — Kihyun o olhou no fundo dos olhos ao falar e isso, pensou Changkyun, valeu mais do que qualquer outra coisa.




𝒎𝒂𝒊𝒔 𝒖𝒎 𝒄𝒆𝒓𝒕𝒐 𝒕𝒆𝒎𝒑𝒐 𝒅𝒆𝒑𝒐𝒊𝒔...



Changkyun tinha, afinal, decidido ir trabalhar com Sophia. Não é preciso nem comentar o quanto a garota tinha gritado de felicidade pelo irmão finalmente aceitar sua proposta. Kihyun tinha conseguido ser aceito no estágio e agora trabalhava lá como guia.

No entanto, um grande desejo havia se realizado. Com o salário de Kihyun e o de Changkyun juntos, conseguiram comprar uma casa em Busan para morarem. E junto da comemoração, um pedido de casamento que fez Kihyun chorar bastante.

Eles iam casar. Casar mesmo! Com aliança e tudo! Logo Kihyun, um romântico nato, não se aguentou só de pensar em como seria lindo casar-se com Changkyun e adotar três cachorros.

O casamento foi feito na praia de Incheon onde tomaram banho de mar juntos pela primeira vez, no fim da tarde. Kihyun estava maravilhoso de terno branco, e Changkyun, que optou pelo preto, não estava diferente. Foi uma cerimônia simples e reservada, nada de chamativo porque não queriam atrair olhares mal-vindos.

Hyungwon e Minhyuk choraram mais do que os próprios noivos. Sophia tinha licença para casá-los, então realizou a cerimônia.

E enfim, depois de todo o blá-blá-blá de até a morte os separe e afins, Changkyun e Kihyun estavam oficialmente noivos. Juntos muito mais do que por uma aliança, juntos em alma e coração.

~♡~

Um telefone tocando nunca foi tão desesperador para Changkyun quanto naquela hora. Depois de tanto tempo tentando, finalmente uma empresa havia aceitado ler sua composição, e agora ele esperava o resultado, aprovando ou não.

— Alô? — Atendeu, com o coração à mil.

Kihyun o observava atento enquanto acariciava o pelo macio do filhotinho de corgi que haviam adotado. O sorriso rasgando as bochechas de Changkyun deixavam sua curiosidade quase gritante. Ele demorou certo tempo em silêncio no telefone.

— Okay, eu realmente agradeço, apareço por aí amanhã no horário combinado sem falta. Obrigado, de novo! — E então ele desliga, olhando para Kihyun, que o olhava curiosíssimo.

— O que eles disseram? — Kihyun perguntou logo, tirando o filhote do colo e se levantando.

— Eles aceitaram! — os dois gritaram e se abraçaram. — Disseram pra eu ir lá amanhã e conversar com eles direito, acho que vão me contratar!

— Amor, meu Deus, é ótimo! — Kihyun estava quase chorando de tão feliz. — Eu estou tão orgulhoso!

— Vamos comemorar! — Changkyun saiu correndo para buscar uma garrafa de soju na cozinha e dois copos.

— Agora quem vai ter que te impedir de beber sou eu, é? — Kihyun ri, despejando a bebida nos copinhos.

— À nós — Changkyun estende o copinho para brindar.

— À nós. Sempre.

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