Capítulo 6

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Catarina

Essa viaje para Montemor foi organizada de forma muito rápida pelo meu pai, pensei que iriamos daqui a uma semana, mas ele queria confirmar esse acordo o quanto antes. Entendo o porquê, não se pode perder uma oportunidade dessas, de se ter um reino tão forte como esse como um aliado concreto. Porem não queria chegar dessa forma, parecia que éramos nos que precisávamos deles e essa não era a questão. Viajes de negócios e acordos meu pai não costumava me levar, ele deixava o controle de Artena nas mãos de Demétrio e permitia que eu auxiliasse e ajudasse, fazia isso dizendo que estava me protegendo, do que, eu realmente não sei, mas papai não permitia que eu governasse, mesmo sabendo que um dia seria rainha, aos poucos estou tentando convencer ele do contrario e acho que com essa oportunidade de Montemor, ele deixara essa ideia tola de proteção de lado.

Ao longo do caminho que se estendia e parecia não chegar, me peguei um pouco sonolenta e adormeci mesmo com o chacoalhar da carruagem e os sonhos de afogamento tornaram a me perseguir novamente e mais uma vez uma mão me puxava e eu emergia, dessa vez não acordei quando retornei à superfície e por isso tentei identificar quem me puxava, sempre achei que fosse um homem, mas a mão de quem eu vi era de um menino, porém não sabia de quem, e quando tentei ver o seu rosto despertei com meu pai me chamando dizendo que estávamos quase chegando. Esse sonho sempre me perseguia queria que pelo menos uma vez ele saísse da minha cabeça.

Enfim chegamos, nos aproximávamos do castelo rapidamente e percebi que uma comissão se organizava para nós receber, provavelmente alguém avistara a carruagem e avisou a rainha e ao príncipe. Guardas e nobres do lado de fora do portão, a rainha e meu futuro noivo creio eu ao seu lado, mas do ângulo em que ele se encontrava não conseguia vê-lo direito. Me apressei em me endireitar e assim que a porta da carruagem se abriu o nome do meu pai foi anunciado e ele saiu, dando espaço para eu descer e ouvir meu nome ser anunciado. Assim que olhei para frente vi Afonso bem próximo, creio eu que seja ele, já que seu irmão pelas condições do acidente ao qual ficamos sabendo encontrava-se indisposto.

- Sejam bem-vindos. – Ele falou isso e se curvou fizemos o mesmo. – Por favor vamos entrar.

Enquanto entrava pelo castelo e via toda a sua arquitetura rustica, percebia também as cores do reino presente nos panos, cortinas e tapetes, cores vibrantes em vermelho e amarelo. Afonso caminhava ao meu lado, ele era muito bonito e parecia ser o mais gentil dos homens, mas não falamos nada até que nos apresentássemos formalmente. Assim que chegamos na sala do trono, meu pai e a rainha se abraçaram e se cumprimentaram e assim que terminaram, ele se distanciou e falou:

- Permita me apresentar a minha filha, sua futura noiva Afonso. Catarina de Lurton. – Engraçado eu olhava para ele e percebia que não o vira em nenhuma festa como havia pensado ainda quando era mais nova, mas seu rosto parecia muito familiar, percebi também que ele me olhava com uma cara curiosa e ao mesmo tempo admirada. - É um prazer em conhece-la vossa alteza- ele falou isso e sorriu de forma gentil. Retribui o gesto.

- O prazer é meu, alteza. Mas prefiro que nos chamemos pelos nossos nomes, já que em breve seremos casados. – Ele deixou vacilar a sua postura de uma forma que poucos perceberiam, porem eu consegui ver, creio que ele não estava contente com tal decisão, também não queria me casar dessa forma, mas por este reino eu faria tudo. - tudo bem pra você?

- Claro. Catarina. – Terminou de proferir tais palavras e o silencio se estendeu um pouco e rei e a rainha conversavam sobre o acordo, enquanto eu e Afonso ficávamos calados, perdidos em nossos pensamentos, nossa queria sair desse desconforto, que estava sentido. Mas antes que pudesse dizer algo.

- Você gostaria de conhecer o jardim? princ... desculpa Catarina. – Sorri com aquilo, parecia que ele tinha acabado de ler meus pensamentos.

- Claro, adoro flores.

- A então vai gostar das espécies presentes aqui em Montemor, são belas flores. – Chegamos ao jardim e realmente ele estava certo as flores eram lindíssimas, ele recolheu uma apenas, mas vi que era a mais bonita das que estavam ali, peguei gentilmente e a segurei agradecendo.

Percorremos o jardim e os corredores do palácio, conversamos sobre arte, musica e até mesmo política, tínhamos formas de pensar um pouco diferente, mas concordávamos na maioria das coisas. A conversa foi boa, mas logo voltamos para a sala do trono, não sei o que foi, mas Afonso quis mudar o caminho, para não passarmos por algum lugar, confesso que fiquei curiosa para saber o motivo disso, mas deixei para lá, em breve poderia passear por onde quisesse nesse castelo.

Chegamos novamente na sala do trono e o meu pai fez um pronunciamento sobre o acordo, as testemunhas ali presente, Afonso e para mim.

- O acordo entre Artena e Montemor agora se tornará uma união, assinaremos esses papeis como forma de confirmar este acordo. Em breve o casamento acontecera, mas a rainha pede para que haja uma espera de dois meses, para que seu neto mais novo se recupere da expedição fatídica que fez. Será tempo suficiente para organizar os preparativos aqui em Montemor.

- Que bom que concordou meu querido amigo, Rodolfo é muito importante para nós e queríamos que ele estivesse presente na cerimônia, para ver o casamento do seu irmão.

- Porque não concordaria Clarissa? – Perguntou isso e sorriu para ela, meu pai sabia disfarçar bem o incomodo que sentia com esses dois meses, mas era obrigado aceitar, para conseguir o que queria.

Depois de toda a reunião e o almoço real, fui designada aos meus aposentos, onde vi uma moça da minha idade e cabelos ruivos arrumando a minha cama e se retirando de imediato assim que percebeu minha presença, passou por mim se curvou dizendo alteza, não deixei nem que falasse e mandei ela sair, queria ficar sozinha e descansar um pouco, ficar naquela carruagem por horas me desgastou. Lucíola que havia vindo também, já esperava em meu quarto, pedi para que preparasse um banho e assim que terminei de toma- ló deitei para descansar, ordenando a ela que me acordasse quando estivesse próximo da ceia, mal eu sabia que algo seria revelado a mim no fim daquele jantar.

*Desculpa qualquer erro pessoal :)

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