Destinos

Capítulo 25

Afonso

Eu estava à procura de Cássio desesperadamente. Ele já havia retornado de sua expedição e Romero tinha voltado ao seu cargo de origem, pois ele assumiu o lugar de Cássio durante sua ausência. Precisava falar com ele, somente Cássio ia descobrir o real bandido dessa história, não podia deixar Catarina ser levada para Vicenza, o que aconteceria com ela lá? A cada dia sinto que estou mais ligado a ela e não vou perde-la dessa forma, eu precisava acreditar que havia outra pessoa ali fazendo esses crimes. Apesar dos argumentos de Lorenzo serem bem convincentes. Assim que Cássio chegasse no castelo, pediria para que um dos criados o avisasse que eu o esperava na sala de reuniões, precisava falar com ele o mais depressa possível Catarina não podia ficar nessa masmorra por muito tempo, principalmente depois do que ela havia passado. Cássio não demorou a chegar na sala e me encontrou sentado a mesa com uma taça de vinho.

- Porque tal urgência meu amigo?

- Minha esposa Cássio, aconteceu tantas coisas nesses dias que você esteve fora. – Ele me olhou preocupado.

- O que aconteceu com a rainha Catarina?

- Ela engravidou. – Ele sorriu

- E porque essa tristeza homem, era para estarmos comemorando, não vai me dizer que é porque você ainda pensa em Amália. – Ouvir o nome dela ser pronunciado, foi como perceber que ela existiu e não foi um amor inventado de minha cabeça, mas ao mesmo tempo ouvi-lo foi perceber o quão repentino foi essa paixão e o quão ela era apenas uma lembrança boa agora, a qual eu sentia falta, mas melhor ainda foi saber que sentiria mais falta de Catarina, se partisse.

- Não é isso. É que alguns assassinatos estavam acontecendo na floresta, dizem que é o Amaldiçoado, um homem que matou uma bruxa no passado e agora tem uma sede de sangue e pratica tais atos horríveis.

- Sim eu sei conheço as histórias.

- Pois é, mas algo aconteceu aqui em Montemor, esse homem está no castelo.

- Calma Afonso, me explique isso direito.

- Catarina esta presa e perdeu o bebe. – Ele me olhou espantado, esperando que eu continuasse. – Tudo porque um homem entrou no castelo e matou o príncipe Eros, ela viu a cena e foi atacada por ele, ela está bem Cássio antes que me pergunte. Porem tem um problema, o homem que Catarina diz que viu parece o assassino de sua mãe e esse homem que matou Eros deixou rituais nas paredes, como se quem tivesse matado essas pessoas, não tivesse sido ele, mas sim uma bruxa.

- Pelo que eu pude investigar das mortes realizadas por este homem o amaldiçoado, na época que ele apareceu. Nuca chegou a realizar tais atos em Montemor e principalmente, as mortes não tinham rituais, apenas mutilações horrendas.

- Então Cássio, se este homem for o Amaldiçoado, ele está querendo incriminar alguém.

- E esse alguém é Catarina, porque ela é a única que sabe o seu rosto. – Eu o olhei assustado, ela poderia estar correndo sério perigo na masmorra, precisava tirar ela de lá. – E se ele for o assassino da mãe dela e se ela estiver realmente vendo ele?

- Eu não sei Cassio, mas essa história está muito confusa ainda pra mim. Mas eu preciso acreditar pelo menos que tem um homem aqui dentro querendo fazer mal a ela.

- Agora me esclareça algo que você esqueceu. Porque ela está presa?

- Ah esse é outro detalhe complicado. Meu tio alega que a mãe de Catarina era uma bruxa. – Ele me olhou confuso. – O que no caso Catarina seria uma bruxa também. O investigador escutou meu tio dizendo tais alegações e concluiu que ele estava certo, já que Catarina não tinha testemunha, tinha motivos para matar Eros e o melhor pro fim, era uma bruxa.

- Me lembre de não sair tão cedo de Montemor para outra expedição. Minha nossa muita coisa Afonso, porque o ele não matou Catarina?

- Essa pergunta me ronda também, acho que só a queria longe, talvez.

- Ela é a única que sabe o seu rosto, era pra ele ter matado ela. A não ser... – Ele me olhou e eu entendi o que ele quis dizer.

- É o assassino da mãe dela. Ela deve ter traços que lembrem a ele seu antigo amor e por isso não a matou, só quis afasta-la para que não contasse a ninguém como ele era. Ela sendo acusada do crime, um homem nunca havia estado ali, ela poderia inventar o rosto que quisesse não iam procurar, já que ela era a assassina.

- Tem mais Afonso, se a mãe de Catarina for mesmo uma bruxa e isso faz de nosso assassino realmente o homem amaldiçoado.

- Já que ele matou a mãe dela, pegou tal maldição. Ver o mal em todos e a sede de sangue. Como eu não pude perceber isso antes Cássio?

- Eu tive uma ideia, para você ajudar Catarina e tenho uma suspeita de quem está por trás disso, mas não vou dizer preciso ter certeza antes. Está disposto a fazer o que vou lhe pedir amigo?

- Não importa o que seja, desde que eu possa tira-la de lá. – Ele sorriu pra mim e percebi que sempre confiaria nele.

*Desculpa qualquer erro, espero que gostem :)