Catarina
Minha lista de afazeres era imensa, por causa do casamento. A começar pela prova de meu vestido. Assim que acordei e fiz meu desjejum a costureira foi até meus aposentos e começamos a prova, reconheço que o vestido estava ficando maravilhoso, com as cores do meu reino puxado pro azul e pedras com tons que lembravam as cores de Montemor. Por causa da distância entre os reinos ficava meio difícil fazer as escolhas para o casamento, mas estava dando certo, a única coisa que me estava dando raiva era que já fazia três dias que não tinha noticia a respeito do plano que papai havia mandado executar. Eu precisava saber se tinha dando certo. Deixei tudo que pude a respeito do casamento sendo cuidados com Lucíola que sabia bem o meu gosto e fui tomar notas a respeito do reino, que era algo muito mais importante. Ao entrar na sala do trono assim que avistei meu pai fui direto ao seu encontro, ele sabia sobre o que eu queria me informar e pediu para que eu esperasse, para conversássemos em particular.
Assim que todos os seus conselheiros e administradores do reino saíram eu perguntei:
- E então papai? O senhor não me dá notícia faz três dias eu preciso saber.
- O plano foi bem executado.
- A criadinha morreu?
- Essa é a questão, deixei bem claro que se não morressem no incêndio se certificassem pelo menos de manda-los para o mais longe. – O olhei preocupado.
- Mas papai, seria mais garantia se estivessem mortos.
- Eu sei Catarina, mas o que precisamos é que Afonso pense que ela esta morta, o que provavelmente é verdade. Confio em meus soldados e quanto a retornarem, se isso ocorrer você tem uma carta na manga. Além de já esta casada com Afonso e ser rainha de dois reinos ainda saberá do segredo da criadinha. Deveria parabenizar sua acompanhante por ter descoberto tal confissão, se o Afonso soubesse ficaria decepcionado com essa plebeia. Confesso que seria divertido ver a cara dele. – finalizou tal frase rindo. – A príncipe tolo.
- Muito bem, então não temos com quer nos preocuparmos, muito bom papai. – Sorri e sai da sala do trono retornando as minhas atividades reais.
*
Mas uma vez submersa nesse lago, dos meus sonhos e mais uma vez uma nova imagem sendo revelada para mim. Quando o garoto me puxa para fora da água ainda estou consciente, consigo velo, porém a imagem é turva, levanto as mãos e passo em meus olhos de tal forma que quando as tiros percebo que a posseira que pertencia a minha mãe não está mais em meu pulso, deve ter caído, abaixo os braços e quando tento me virar para levantar fico tonta a falta de ar me deixou de uma certa forma embriagada, sonolenta, caio de costas no chão e o garoto olha para mim, mas não consigo reconhece-lo e então desmaio e desperto do meu sonho.
- Mas um pesadelo vossa alteza?
- Eu não sei dizer Lucíola, as vezes acho que esse sonho é uma lembrança, mas de que momento eu me pergunto. Ah antes que eu me esqueça, muito obrigada pela descoberta sobre a criadinha nojenta, ela merecia morrer pelo que fez.
- Se me permiti senhora, não foi nada, confesso que um pouco de suborno foi necessário, afinal todos tem um preço.
- É verdade Lucíola. Cancele meus compromissos de hoje, diga que meu tempo de hoje será dedicado aos meus estudos.
- Mas não a aulas hoje alteza.
- Eu sei, mas quero aproveitar esse dia para ficar no jardim e ler um pouco.
- Se assim deseja alteza, comunicarei. – Terminou de proferir tais palavras e me ajudou a me trocar, trouxe meu desjejum e depois se retirou.
Fui para o jardim e aproveitei o dia que estava lá fora, me sentei perto da fonte de água e permaneci lá lendo por um bom tempo até que uma sombra ficou em meu caminho. Quando olhei para cima Constantino estava bem na minha frente olhando para mim, pegou em minha mão e a beijou.
- Porque vossa alteza esta aqui fora?
- Não posso mais sair do castelo por acaso? – eu me levantei para dizer aquilo e ele foi me afastando até o muro de folhas e quando minhas costas encostaram ali ele disse:
- Porque não está auxiliando nos preparativos do vosso casamento? – eu olhei assustada, então ele descobriu. – Quando ia me contar? Você disse que ficaríamos juntos. Antes que eu pudesse responder ele tapou minha boca e nesse momento eu fiquei assustada. – Vim até aqui pedir um favor a seu pai, para me doar umas quantias em moedas, para fins nobres creio eu, mas já que ele se recusou e a filha dele me deu esta surpresa de manhã tão cedo, acho que já sei o que farei para me vingar da filha e conseguir o dinheiro de vosso pai. – Ao proferir tais palavras ele apertou sua mão em volta do meu rosto tampando meu nariz e boca, fazendo com que eu desacordasse.
*Desculpa qualquer erro :)

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Destinos
FanfictionDe um acordo rompido, um elo surgirá entre os dois reinos. Mas para isso o jovem tem de se casar - disse a mandingueira.