Capítulo 13

1.7K 99 8
                                        

Afonso

Quando chegamos no acampamento, onde se encontrava o duque, ficamos em um local que não permitia  que ele nos visse. Traçamos todo um plano e sabíamos que Constantino não iria entregar Catarina assim que o dinheiro fosse entregue a ele, então enquanto o rei negociava com ele longe do acampamento, eu tiraria Catarina dali e a levaria para longe da batalha que provavelmente iria acontecer. Montamos o plano e colocamos ele em pratica, segui para o acampamento e procurei Catarina por varias tendas, tentando tomar muito cuidado é claro para não ser pego, e finalmente a achei ela estava com a cabeça baixa de costas para a entrada amarrada no mastro da tenda, tive a impressão de ouvir um respirar profundo e talvez um soluço, acho ela estava chorando. Me aproximei o mais devagar que pude e tapei sua boca, para que não gritasse com o susto da minha aparição. Ela me viu e seus olhos tristes pareceram mais felizes, tirei a mão de sua boca e a desamarrei, quando ela ficou em pé, foi quando percebi o seu estado. Suas roupas estavam rasgadas e seu rosto estava machucado. O que aquele maldito teria feito com ela? Me aproximei e retirei a minha capa dando a ela para se cobrir que aceitou de bom grado e depois disso toquei seu rosto.

- O que ele fez com você Catarina? – Ela permaneceu calada e seus olhos se encheram de lágrimas.

- Só me tire daqui, por favor. – Assim o fiz, segurei em sua mão e fomos com bastante cautela saindo do acampamento, até que alguns guardas apareceram. Saquei a minha espada e coloquei Catarina atrás de mim. O primeiro, golpeei de forma rápida, o que possibilitou Catarina pegar a sua arma e lutar junto a mim, assim que nos livramos deles, a olhei admirado.

- O que? Eu aprendo esgrima desde os nove anos. – E pela minha reação consegui faze-la sorri pelo menos por um instante. Queria poder encontrar Constantino, para faze-lo pagar pelo que fez. Saímos correndo dali e consegui chegar até um local secreto, onde apenas o rei, eu e Demétrio sabíamos. Eu ficaria ali até que a batalha com Constantino acabasse, uma pena, porque eu queria da uma surra naquele infeliz. Mas Augusto pediu para protege-la e disse também que o príncipe de Montemor precisava estar seguro também, nunca gostei de fugir de uma batalha, mas para que o plano desse certo eu precisava cumprir a minha parte.

A caverna a qual estávamos era revestida por cipós, não dava pra perceber que atrás deles tinha uma passagem. De quebra um local seguro o suficiente até a chegada do rei. Como já havíamos vistoriado o local antes, foi colocado tochas nas paredes, de forma improvisada para que possamos enxergar lá dentro. Além disso foi deixada um bolsa de couro com água e comida e alguns esparadrapos, para o caso de um de nós se ferir, no processo.

Catarina se sentou e encostou a cabeça na parede, só tinha falado naquele breve momento e permaneceu calada, provavelmente perdida em seus pensamentos. Me aproximei e sentei bem na sua frente.

- Ei, se vamos nos casar, você vai ter que aprender a dividir as coisas comigo. O que ele te fez? – não sei porque, mas essa questão estava atormentando os meus pensamentos e eu precisava da resposta.

- Ele apenas tentou, mas eu consegui fugir – quando se referiu a ele vi raiva emanar dos seus olhos e alivio com a conclusão da frase, depois lágrimas novamente. – Ah, desculpa não sou assim não deixo que ninguém me veja nesse estado. – disse baixando a cabeça.

- Não se sinta constrangida princesa. Qualquer pessoa ficaria abalada no seu lugar.

- Eu sei, mas não sou qualquer pessoa. Fui criada pra não fraquejar na frente de ninguém. Você é o primeiro que me ver assim.

- E é um lado que não me faz pensar que é fraca, mas que suportou muito, apenas. – Ela sorriu de minha resposta.

- Depois que consegui me livrar dele ele me esbofeteou e quando ameacei ele repetiu o gesto novamente.

- Aquele idiota, como ousou fazer isso? – perguntei tocando em seu rosto analisando o arroxeado, perto do seu olho esquerdo. Ele irá pagar por isto princesa.

- Tenho certeza que sim. Agora o que tem na bolsa? e porque estamos aqui e não no acampamento do meu pai?

- Bom, na bolsa água e comida. – Falei isso entregando a ela. – E estamos aqui porque foi onde seu pai disse para ficarmos, só ele e Demétrio conhece o lugar, confesso que já estive nessa região e só achei a caverna porque seu pai me mostrou. – Ela ficou atenta olhando, como se conhecesse o lugar. – Você já esteve aqui princ... quero dizer Catarina?

- Não me parece estranho, como se já tivesse brincado por aqui, ou estado escondida de algo, não tenho certeza. Mas você disse que já esteve por essa região?

- Sim, duas vezes apenas. Agora, para o seu resgate e uma vez a passeio com o meu pai e meu irmão. Resolvemos passar um tempo em família, pelo menos eu acho, mas ele também ia se encontrar com um rei, algo assim. Me lembro de brincar com Rodolfo no lago e também de brincar por perto, apenas com alguns soldados me vigiando, mas só. – E foi a partir de tal lembrança que me questionei se o fato de Catarina lembrar da caverna de alguma forma não estava ligada a garota que eu salvei no lago, essa pergunta havia fugido de minha cabeça, mas agora iria questiona-la. – Catarina você já... – Antes que pudesse continuar Demétrio entrou na caverna e disse que precisávamos partir urgentemente, a batalha havia sido ganha o inimigo capturado, porém algo que não havíamos previsto. O rei estava ferido.

*Desculpa qualquer erro :)

DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora