Catarina
Já fazia algumas horas que eu estava naquela sela horrível, como pode um misero investigador fazer isso com uma rainha. Como vou sair daqui? Porque Afonso ainda não veio me ver? Estou me sentindo tão fraca, não me alimentei direito esta manhã. Tento me levantar, mas as coisas ficam embaçadas, então permaneço sentada no canto com varias perguntas em minha cabeça, esperando uma solução para este problema. O que vou fazer? Será que partirei amanhã mesmo? Acho que falou isso só para assustar e pra que não percamos tempo tentando achar provas. Ele precisa comunicar ao rei antes a respeito de tudo isso. O que irão fazer comigo quando chegar lá? Será que não verei mais Afonso? Meus questionamentos foram interrompidos quando ouvi alguém se aproximar.
Ele, o homem que eu começara a nutrir mais ódio do que medo a essa altura, o homem que matou Eros.
- O que faz aqui? Me deixe em paz.
- Só queria ver como a rainha estava? Se estava bem acomodada. – O olhei atencioso ele estava estranho não parecia a mesma pessoa da noite anterior, algo estava diferente. Mas não sabia o que era.
– Você é o verdadeiro bandido. Guardas, guardas. – Eu que tinha me levantado com muita luta e me aproximado do portão, gritava cada vez mais alto. Mas o homem encapuzado me puxou e colocou uma faca em meu pescoço, fazendo com que eu parasse.
- Eu vou infernizar a sua vida, pelo que fez comigo. Todos vão pensar que é louca. – Não entendi a ameaça. O que eu havia feito?
- Mas o que fiz pra você? - Ele me empurrou e eu cai para traz e quando olhei não havia ninguém mais. E os guardas chegaram perto do portão.
- O que foi majestade?
- Um homem alto passou por vocês pedindo para me ver ou algo do tipo?
- Não majestade, não vimos ninguém entrar aqui. A única pessoa que vi se aproximar da masmorra foi uma jovem, mas ela nem se quer entrou.
- Podem ir. – Que estranho, como ninguém tinha visto? E como sua força diminuiu tanto, certo eu cai quando me empurrou, mas só porque estava fraca. Algo ainda permanecia estranho naquela história e porque me ameaçar, eu nunca o fiz mal, pelo contrário ele que me fez. Não consigo entender. Enquanto permanecia sentada pensando no que havia acabado de acontecer, outra pessoa se aproximou da cela e quase não reconheço Afonso trajado de roupas diferentes com uma parte do cabelo preso.
- Podem abrir a cela. – Eu o olhei feliz.
- Você conseguiu, vai me tirar daqui? – ele apenas me olhou ainda sério.
- Vou meu amor, vamos você está livre. – Ele me ajudou a levantar, mas desequilibrei de exaustão, então ele me pôs nos braços e me levou até o quarto. Fui em silencio até chegarmos, não conseguia acreditar nesse momento de vitória. Assim que me colocou na cama perguntei.
- Como conseguiu? O que você fez? – ele ainda estava sério. – O que aconteceu?
- Não podia deixar você presa Catarina, então fiz algo que talvez não goste. – O olhei preocupada.
- O que aconteceu? O que você fez?
- Eu disse para Lorenzo que eu cometi os crimes, porque detestava a forma como Eros lhe olhava e lhe atormentava, fiz as imagens na parede para não levar a culpa. Você só não disse quem era porque eu sou seu marido. Mas que era inocente. – Eu o olhei com os olhos marejados.
- Eu não posso te perder também Afonso, porque fez isso?
- Porque eu te amo, mas também tenho um plano e espero que acredite em mim, estou pedindo o que eu não fui capaz de fazer por você quando me pediu. – ele me olhou fixamente - Lorenzo já está aqui a minha espera, ele só me deu tempo para me despedir de você. – Eu não estava acreditando no que estava acontecendo e comecei a chorar.
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Destinos
FanfictionDe um acordo rompido, um elo surgirá entre os dois reinos. Mas para isso o jovem tem de se casar - disse a mandingueira.