Catarina
Eu não conseguia acreditar que aquela incompetente tinha me molhado, minha vontade era de bate-la e dizer poucas e boas, mas estava na frente de meu futuro noivo e queria causa boa impressão, porém tenho certeza que minha cara de fúria foi notada. Depois daquilo não queria permanecer na sala de jantar, a retomada ao assunto do casamento pelo visto não agradou muito Afonso, seu elogio a mim foi só um disfarce do que realmente pensava, ele achava que eu não percebia a sua falta de entusiasmo, mas era tão perceptível, quando olhava em seus olhos, por isso preferi sair, não ia ficar em uma sala onde este homem me desprezava em seus pensamentos.
Caminhei pelos corredores e retornei ao meu quarto, Lucíola não estava por lá, o que era uma pena, queria um banho, para esquecer o inconveniente que fora esta noite, olhando pelo lado bom era apenas água que aquela incompetente havia derramado em mim, por isso apenas me troquei e deitei em minha cama. Infelizmente a única coisa que vinha a minha cabeça era Afonso, porque tão desanimado e entristecido, era tão horrível casar comigo? tenho certeza que se fosse qualquer outro estaria comemorando, mas ele, não. Devido a tais pensamentos sai andando pelos corredores decidida a falar com ele sobre isso, eu queria Montemor, mas o fato dele agir dessa forma em relação a mim estava me incomodando, não sei porque isso ficava atormentando minha cabeça. Enquanto andava a sua procura ouvi passos apressados no corredor e dei meia volta para saber quem estava tão apressado e quando dei por mim Afonso olhando para uma menina sentada no chão de forma muito cansada, ele se ajoelhou ao seu lado e ela levantou e foi então que eu percebi que era a ruiva que arrumava meu quarto hoje mais cedo, na conversa entre os dois notei que ele fazia uma declaração a ela, dizendo que estava apaixonado e pelo que eu percebi ela sentia o mesmo, não sei porque mais aquilo doeu um pouco, por mais que ele estivesse disfarçando seu entusiasmo com o casamento, me peguei querendo acreditar no que ele fazia e deixei por um breve instante minhas barreiras cair, neste único momento perceberiam a tristeza que tinha dentro de mim. Não só por causa disso, mas por coisas como o meu pai, minha mãe, o pouco afeto em minha família, a insegurança que mesmo não querendo aparentar, eu tinha e agora até isso, ser trocada por uma mera criada. Lagrimas desceram pelo meu rosto, mas não eram apenas de tristeza, mas raiva também, a defesa que havia caído se erguia mais forte ainda e isso não iria ficar assim.
Retornei ao meu quarto e pedi para que Lucíola entregasse um bilhete ao meu pai, queria que assim que ele acordasse viesse falar comigo. Além disso pedi para que tentasse descobrir sobre a jovem ruiva da minha idade que trabalhava no castelo algo nela não me agradava.
Enquanto ela aguardava pelo bilhete que escrevia ouvi batida leves na porta e pedi para que fosse ver quem era. E quando abriu apenas escutei a voz de Afonso em minha porta.
- Boa noite, a princesa está?
- A sim, alteza. Vou chama-la. – Assim que ela se virou em minha direção entreguei o bilhete e disse para que fosse deixa-lo e depois me dirigi a porta.
- O que deseja príncipe? – ele parou ao ouvir eu dizer príncipe, acho que já avia se acostumando em chama-lo por seu nome, mas eu estava com raiva e não queria.
- Queria perguntar uma coisa? – abri mais a porta e me aproximei.
- Diga. - Ele olhou curioso para o meu rosto.
- Você estava chorando? – estranhei a pergunta, ele provavelmente não tinha me visto no corredor, mas com certeza meu rosto estava vermelho e essa provavelmente não era a pergunta.
- A não, só estou com um pouco de dor de cabeça e... desculpa Afonso você se importa? – e fiz menção de sair.
- A claro que não, desculpa o incomodo.
- A não foi, está tudo bem. Mas qual era a pergunta?
- Em outro momento eu faria, descanse agora e tenha um boa noite. – Ele sorriu e eu retribui o gesto.
Depois daquilo resolvi me deitar, não queria ficar pensando em Afonso e sim no que meu pai faria a respeito a situação a qual presenciei.
Na manhã seguinte me acordei logo cedo e fiquei à espera de meu pai e assim que ele chegou com seu rosto sério, não pude deixar de pensar se estava fazendo o certo, mas o melhor seria contar a ele.
- E então Catarina, o que tinha de urgente para me falar?
- Afonso papai, não quer este casamento.
- Ah minha filha, que eles não desejam essa união afinco eu sei, se era isso que ia me dizer, é uma mera perda de tempo.
- Não papai não é isso, Afonso só pediu estes meses para que a mina se recupere e ele... ele está apaixonado por outra mulher e prometeu a ela que faria de tudo para que este casamento não acontecesse.
- Quem lhe contou isso minha filha?
- Eu mesma presencie essa cena dos infernos.
- Muito bem, então vamos deixar eles pensarem que conseguiram, vamos dá-los tempo suficiente. Quanto a mina eu já sei o que farei e a jovem que ele se encantou, príncipe tolo. Nos daremos um jeito nela. Em breve não passara de uma mera lembrança de Afonso. – Ao terminar tais palavras, sorri vitoriosa, pois sabia que meu pai faria o que fosse preciso para aquele casamento acontecer.
*desculpa qualquer erro

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Destinos
FanfictionDe um acordo rompido, um elo surgirá entre os dois reinos. Mas para isso o jovem tem de se casar - disse a mandingueira.