Capítulo 5

1.8K 104 16
                                        

Afonso

Estava deitado em meus aposentos, o sol já havia nascido lá fora e eu me encontrava indisposto para levantar, não havia conseguido dormir noite passada, pensando que em breve a princesa Catarina Iria vir ao castelo para tornar o acordo de casamento mais concreto e depois só teríamos que organizar os preparativos para oficializar o casamento. Eu não queria este casamento não desse jeito, não dessa forma. Infelizmente estava me apegando a Amália. Com o novo trabalho aqui no castelo, ela estava encarregada de ficar à disposição de Rodolfo, ajudando e servindo enquanto ele se recuperava, acabava encontrando-a sempre que ia visita-lo na ala medica, me pegava distraído admirando-a e pensando nela.

- DROGA! – estava virando um tolo apaixonado. Só conseguia pensar que a havia conhecido fazia umas duas semanas. Não deveria estar dessa forma, mas conversávamos tanto. Eu não podia estar sentindo isso sozinho.

Levantei decidido a falar com ela sobre os meus sentimentos, mas lembrar novamente do casamento,  me fez hesitar, eu precisava de tempo. Me arrumei e fui até a sala do trono decidido a pedir um favor a minha avó.

- Bom dia querido neto, vejo que levantou mais tarde do que o habitual.

- Desculpa minha avó, mas estava meio indisposto agora mais cedo.

- Aposto que é por causa do bilhete a respeito do casamento. Não é isso que queres meu neto?

- Minha avó sabes que preferia casar com alguém que eu ame, mas devido as circunstancias entendo o motivo, porém sei que a senhora não quer esta união. Então proponho, quando o rei e a princesa chegarem para verificar o acordo de nossa união, peço que ganhe tempo até as minas se recuperarem. Estipule um prazo de dois meses, o tempo para que Rodolfo esteja no casamento.

- Sua ideia é corajosa meu querido, mas não acho que Augusto seja tolo de acreditar que é por causa de Rodolfo.

- Mas ele não ousara dizer isso, ele irá aceitar, já que ele quer essa união.

-Muito bem, acatarei vosso pedido meu neto e espero que esteja certo. Mas me atrevo a perguntar, está interessado em alguém Afonso? Para vir de forma tão direta. – Minha postura vacilou, mas recuperei ela rápido antes que minha avó percebesse.

- Não minha avó, é só que não quero um casamento assim.

- Espero que seja só isso.

*

Fui até a ala medica visitar Rodolfo, mas ele não estava lá, o procurei por outros cantos da ala, nada dele, até que Amália veio até mim.

- Ele já foi liberado para ficar sendo atendido no quarto, vossa alteza. - falou isso e se curvou, segurei em seus baços e disse que não precisava daquilo e nem me chamar de alteza. – Desculpe é que ainda é difícil chamar o senhor apenas de Afonso. – Sorri daquela afirmativa.

- Você poderia me encontrar amanhã à noite? gostaria de falar algo para você Amália.

- Mas é claro, assim que terminar os serviços o encontro, mas aonde?

- Em frente ao quarto de Rodolfo. – Ela confirmou com a cabeça sorrindo e depois seu sorriso se foi. – O que foi?

- Não nada. – Vendo como estava insisti em pergunta.

- Por favor me diga, ficarei feliz em ajudar. – Ela hesitou e permaneceu calada por um tempo, mas então falou.

- É que eu não queria pedir por aquela recompensa, mas uma amiga minha que veio de Artena está precisando de ajuda e aah... eu não quero pedir isso, me desculpa, esqueça o que eu falei. - disse isso com menção de sair e a segurei pelo braço.

- Pedir ajuda não é errado Amália, ficarei grato em fazer isto. – Ela sorriu envergonhada e me abraçou de surpresa, fiquei feliz com gesto e retribui o abraço.

Depois dos meus afazeres reais, voltei aos meus aposentos e adormeci rapidamente, pensando no dia de amanhã. Eu encontraria Amália e revelaria o que sinto por ela. Só não sabia que minha futura noiva estava chegando no castelo neste mesmo dia.

DestinosOnde histórias criam vida. Descubra agora