Afonso
Confesso que salvar Catarina de Constantino me fez sentir muito melhor. Eu tinha ficado arrasado com a morte de Amália, mas fazer esse gesto de coragem, me provar mais uma vez, me fez bem. E descobrir que Catarina é aquela garota que eu salvei fez com que eu pensasse em como nossas vidas se cruzaram até esse ponto, assim que ela fosse para Montemor iria conta-la. Sei que tal noticia iria alegra-la, mas também trazer lembranças tristes então tinha que ter cautela nesse assunto. Além disso com a morte do seu pai sinto que ela estava frágil algo que não costuma transparecia.
O funeral do rei Augusto foi uma bela cerimonia, todos os reis da Calia estavam presentes menos o rei de Vicenza, aquele a qual o reino Constantino pertencia, parece que ele havia tido alguns problemas e não poderia comparecer, mas em breve mandaria o seu filho Príncipe Eros para levar o prisioneiro de volta ao seu reino de origem, confesso que fiz bem em esmurrar aquele infeliz, como pode ser capaz de fazer tais atrocidades, se fosse minha a decisão ele já estaria na pedreira, é a punição mais que merecida para alguém assim, mas não sou o rei de Vicenza. A homenagem feita a Augusto durante o enterro foi comovente , fiquei o tempo que pude com Catarina, já que eu precisava voltar para Montemor e ela ficaria para resolver a coisas do reino antes de deixa-lo sobre cuidados de Demétrio e partir para o casamento em Montemor quando seriamos coroados e assim unindo os nossos reinos e administrando-os em conjunto, com Demétrio como representante em Artena.
Assim que pude, parti para Montemor, já que estava como representante de meu reino, minha avó não havia vindo e por causa da noticia ficou muito abalada com a morte de seu amigo, apesar de tal amizade ser turbulenta, ele ainda era muito querido para ela. Entrei na sala do trono, assim que cheguei no castelo.
- Então minha avó se sente melhor?
- Confesso que estou com um pesar no coração, mas sim, já estou bem. E como foi a cerimonia? – ela perguntou enquanto eu ia em sua direção para abraça-la.
- Foi muito bonita, exatamente como um rei merece ter. – falei me desvencilhando dela.
- E como esta Catarina?
- Abalada com tudo isso, confesso que se não tivesse que voltar teria ficado com ela lá, até que pudesse vir. – Minha avó sorriu para mim.
- Vejo que um sentimento por esta garota está começando a crescer em você.
- Não se apresse, vovó. Sinto meus sentimentos por ela crescem sim, mas não acho que seja uma paixão, e sim afeto.
- Meu neto, nem sempre uma história de amor começa com uma paixão repentina, sentimentos contraídos rápidos podem ir embora mais rápido ainda e um sentimento construído aos poucos sem entendimento do que você sente, pode ser a mais bela das histórias. – Confesso que o que ela falou me pegou de surpresa, será que o que eu sentia por Amália era algo assim, que logo iria passar se ela estivesse viva? Afastei tal pergunta da minha cabeça e apenas sorri para a minha avó. – Mas então já que esteve fora, vou repassar os acontecidos a respeito do reino. – E com essa deixa mudamos o assunto e dei continuidade as minhas atividades reais.
*
Uma semana e meia havia se passado e a carruagem de Catarina já estava a caminho do reino de Montemor, assim como a de vários outros reis, que compareceriam ao nosso casamento, os outros nobres só estariam aqui no dia da cerimônia. Assim que ela chegou, foi destinada ao quarto real, já que em breve seriamos coroados não iria coloca-la em um quarto de hóspedes. Cumprimentei os convidados que vinham chegando no castelo e ela se juntou a mim para recepciona-los também.
- É um prazer em rebelo, vossa majestade. – Nos reverenciamos ao rei de Lastride.
- O prazer é meu, esta no casamento de vocês.
- E então como esta Lastride Otavio? – perguntou Catarina.
- Prospero com nunca. Obrigada por perguntar, mas receio que alguns assuntos em relação ao minério terão que ser tratado depois.
- Tudo bem, em breve falaremos sobre isso, mas por enquanto a governanta mostrara aonde você está instalado, fique à vontade rei Otavio. – Terminei de dizer isso e ele se retirou de nossa presença. Depois de um jantar com os reis da Calia e de uma grande recepção, resolvi ir até o quarto de Catarina, já que todos haviam se recolhido, queria contar a ela e lhe devolver algo daquele dia. Segui pelos corredores a caminho de seu quarto e assim que avistei a porta bati apressado, Lucíola a abriu as portas e permitiu minha entrada e sem dizer nada se retirou para que ficássemos sozinhos. Catarina estava deitada num estofado perto da janela, lendo um livro.
- Quem era Luciola? – Ela se virou e se assustou quando me viu e não sua acompanhante. – Ah Afonso. O que faz aqui? – Assim que se levantou percebi que ela estava de camisola, mas não deixou se constranger por isso, Catarina com certeza sabia que era uma mulher bonita. E por isso quase me esqueço do que havia vindo fazer e um silencio se estendeu até eu acordar do transe com sua voz. – Afonso?
- Princesa, quero dizer Catarina desculpa a entrada no seu quarto assim, é que eu vim lhe contar algo que descobri recentemente.
- E sobre o que seria? – ela me olhou curiosa.
- Sobre aquele dia do seu afogamento. – Ela se aproximou de mim.
- E o que foi?
- Sei que falar disso traz péssimas recordações, mas preciso lhe dizer. A pessoa que tirou você do lago fui eu. Se lembra que na caverna eu disse que estive ali? – ela afirmou com a cabeça. – Então, eu estava brincando perto da região quando vi você se afogar, lembro que entrei no lago e a puxei para fora.
- O menino que me salvou, por isso achei você familiar. – Ela falava agora com um sorriso no rosto.
- Quando te tirei da água, fui até os guardas para que eles lhe ajudassem, mas quando voltei você não estava mais lá, apenas isso. – E ergui a pulseira que ela havia deixado cair naquele dia.
- A pulseira da minha mãe, seus olhos brilharam. – E ela me abraçou.
- Eu imaginei que talvez fosse algo especial, então o guardei todo esse tempo, até achar a dona.
- Muito obrigada – ela terminou de falar se desvencilhando. – De alguma forma ela vai estar comigo no nosso casamento. Obrigada Afonso. – e beijou minha face, sai do quarto feliz, sem saber que a presença do príncipe de Eros iria me infernizar no outro dia.
* Pessoal desculpa qualquer erro :) Esse eu fiz as pressas. Prova na faculdade, espero que gostem.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Destinos
FanfictionDe um acordo rompido, um elo surgirá entre os dois reinos. Mas para isso o jovem tem de se casar - disse a mandingueira.