Capítulo 21

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Afonso

Estava no pátio do castelo a espera de Catarina, onde ela havia se metido? os guardas disseram que ela havia entrado em uma carruagem e saído. Estava começando a ficar preocupado e ansioso a conversa com meu tio mais cedo não me ajudou em nada, ele jogou várias histórias na minha cara como se eu devesse acreditar, não sei porque, mas acho que alguma coisa estava incerta, meu pai, não tinha como ser ele. Não parava de andar de um lado para o outro até que então Rodolfo chegou ao meu lado e segurou meu ombro.

- Paciência caro irmão.

- Ela não pode sair assim Rodolfo – comentei apenas sobre Catarina, não queria atormenta-lo com o que Sebastian havia me dito. - Ela é a Rainha de Artena, ela deveria está escoltada por uma guarda.

- Eu sei, mas todos nos precisamos de um tempo para espairecer, você sabe melhor do que ninguém disso. Além do mais vim até aqui pra avisar que eu e Lucrécia viajaremos para Alcaluz o pai dela está passando por dificuldades financeiras e quero ver se posso ajuda-lo com esse problema.

- Fazer uma pequena doação a eles irmão?

- Também farei isso, mas quero ajuda-lo realmente. Lucrécia me relatou que a economia do reino anda péssima e que o povo começou a se revoltar com o rei, acho que vou precisar de bastante tempo para poder resolver tudo isso em Alcaluz.

- Claro. Mas volte a tempo para minha coroação com Catarina.

- Não perderia por nada irmão. – Terminamos a conversa com sorrisos no rosto e nos abraçamos e antes de Rodolfo deixar o pátio questionei. – Sabe se Cássio voltou da expedição com os guardas?

- Ele enviou um recado, através de um mensageiro dizendo que ia demorar mais do que o previsto, mas em breve estaria aqui.

- Pelo visto os acordos com os carregadores de água de Artena, será um pouco trabalhoso. Mas não impossível e isso é o que importa.

- Concordo irmão. - E adentrou no castelo. Permaneci a espera de Catarina e por um bom tempo esperei, até avistar os portões sendo abertos para uma carruagem que retornava. Quando chegaram até o pátio esperei que ela descesse, mas foi Eros quem desceu primeiro, aquilo me incomodou bastante, mas tentei esconder. Mesmo sabendo que ela ia perceber.

- Bom dia Afonso, deveria dar uma volta nesta manhã, está maravilhosa. – Eros queria me irritar, mas não ia adentrar em um discussão com ele.

- Bom dia Eros. E então Catarina, como foi o passeio? – Peguei em sua mão e a afastei para longe daquele idiota.

- Bom. – Ela não olhou em meus olhos, o que era estranho. – Aconteceu alguma coisa?

- Não, eu estou bem, só preciso descansar um pouco.

- Aquele idiota tentou fazer alguma coisa com você? – me virei em direção ao Eros que já estava um pouco distante e fui até ele. – Ei, o que foi que você fez? – segurei-o pela roupa.

- Me largue Afonso. Eu não fiz nada. – Catarina me alcançou e segurou meus braços.

- Afonso ele não fez nada, eu juro. – Soltei o infeliz e segurei a mão de Catarina e a acompanhei até o quarto. Assim que entramos voltei a questiona-la.

- Você sempre olha diretamente nos olhos das pessoas, quando estão falando com você. É uma forma de mostrar que elas não têm poder sobre você. Mas quando perguntei se estava tudo bem você nem sequer olhou. O que aconteceu?

- Nada Afonso, só indisposição. – Percebi que ela não queria falar, então sai do quarto, deixando transparecer um pouco da minha raiva.

*

Depois de lidar com os assuntos do conselho encontrei meu tio pelo jardim lendo, parecia estar em seu estado mais pacifico naquele momento.

- Sebastian. – O chamei.

- Afonso, meu sobrinho sente aqui. Lhe restou algum tempo livre? Com tanta coisa, reinos e casamento. - Ri daquilo.

- Sim tio, mas só por um tempinho. Logo terei que ver os papeis da obra que está sendo feita na cidade. – Ele me olhou com uma cara de cansado só de pensar.

- Nossa que empolgante. Nunca tive essa vontade Afonso.

- De que?

- De governar, sempre gostei do fato de minha família ser nobre, apenas cuidar de terras, fazer transações ... mas não precisar governar é uma bênção.

- Apesar de não está no controle total, ainda posso dizer que é  trabalhoso, mas é tudo em prol do bem maior e isso é bom de alguma forma. Mas o que você está lendo?

- Ah, uma história trágica. Coisas de sempre assassinato, amor, brigas políticas ... – e fez um sinal com a mão de continua.

- Não sabia que gostava de livros assim. – fiquei um pouco surpreso confesso, como ele era aventureiro, achei que preferia ler sobre os outros reinos distantes, a representação deles. Mas o tema me fez lembrar da conversa que tive com ele e decidi revelar algo.

- Tenho um fascínio.

- Tio, aquilo que me disse mais cedo. – Eu hesitei antes de falar. –Não tem como ser verdade, essa história.

- Porque acha isso Afonso?

- Porque Catarina viu o rosto de quem matou sua mãe, ela saberia se fosse o meu pai. Ela o já viu em pinturas – Ele ficou surpreso e sem perceber demonstrou demais. - Fora todas as outras coisas. E me desculpa por me exaltar também.

- Deve ter sido um choque, ver a própria mãe.

- É, com certeza. Mas com um tempo ela vai conseguir lidar com essa situação difícil. Mas o que eu estou tentando dizer é ... – ele me interrompeu antes que eu terminasse.

- Se me der licença Afonso, preciso preparar algumas coisas em meus aposentos, te vejo depois. – Assenti e ele entrou no castelo.

*

Assim que minhas obrigações terminaram e minha avó me liberou, fui ver como Catarina estava, mas não se encontrava em seu quarto. Procurei-a pelo castelo e a achei nas salas de pinturas, olhando para os reis e rainhas ali pintados e expostos eu seus quadros. Ela não percebeu minha aproximação, parecia que estava pensado alguma coisa muito importante e sua concentração era precisa.

- Catariana? - ela me olhou.

- Afonso.

- Gostando de ver as pinturas?

- Eu já tinha visto algumas, mas não todas elas. São lindas.

- Logo será a nossa. – Ela sorriu, não sei o que Catarina tinha, mas olha-la me tirava a concentração. Eu a queria de novo. Incrível como ela me fez afastar as memórias de uma antiga garota ruiva. Sem perceber rapidamente Catarina se aproximou.

- Obrigada pela rosa. – Me aproximei ainda mais e a puxei para perto.

- Não a de que, minha rainha. – E a beijei ardentemente. – Não vai me dizer o que a incomodava hoje mais cedo?

- Já disse que não foi nada – ela olhou um pouco irritada e eu sorri - apenas um questionamento tolo. Você está começando a gostar de me irritar, não é?

- Você não imagina o quanto. – E a levantei fazendo suas pernas se entrelaçarem em mim. A beijei novamente ardentemente e a coloquei em cima da mesa que estava na sala e ali entre as pinturas, provamos mais uma vez da noite passada.

*Desculpa qualquer erro, espero que gostem :)

*Desculpa a demora pessoal, por causa da faculdade, final de semestre.

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