Capítulo 7

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Afonso

Assim que a vi descendo da carruagem, não pude deixar de ficar encantado com tamanha beleza da princesa, ela era um verdadeiro deleite aos olhos, ao mesmo tempo quando nos aproximamos e conversávamos, percebia que a conhecia de algum lugar seu rosto era muito familiar, mas não conseguia lembrar de onde já havia visto, porém tinha certeza que não foi em nenhuma festividade da Calia. Ficamos em um silencio constrangedor, mas falar das flores e do jardim ajudou a desenvolver uma conversa e quando saímos da sala e demos continuidade pelo passeio, fiz questão de pegar a rosa mais bonita que vi, pois era o que pensava a respeito dela naquele pequeno momento, até Amália voltar aos meus pensamentos novamente. Tentei afastar isso da minha cabeça, mas me atormentava assim como o fato de achar que já conhecia a princesa. Falar de politica com Catarina me fez admira-la, ela era muito inteligente e eu não deveria ficar surpreso, ela foi criada para ser rainha.

Enquanto caminhávamos pelo castelo avistei Amália falando com alguma outra colega de trabalho e preferi mudar o caminho, não queria que ela me visse com Catarina, acho que mesmo sem ter me declarado para ela, não queria que Amália pensasse que eu estava interessada em outra mulher. Pensamento tolo esse meu. Tentei dedicar total atenção a princesa enquanto conversávamos, mas acho que ela percebera que eu havia mudado de caminho por algum motivo, sua cara era de curiosa, mas ao mesmo tempo de quem não se importava com uma mera bobagem. O almoço foi caloroso, mas confesso que ansiava pela noite, queria falar com Amália, como havíamos combinado, seria mais prudente se a princesa não estivesse aqui, mas o destino fez questão de traze-la justo hoje.

No decorrer do resto do dia, realizei minhas atividades reais e procurei por Catarina no castelo, ela parecia ter desaparecido, mas creio que estava cansada da viajem e deva ter se recolhido, para estar mais disposta no jantar. Com o tempo livre que me restou aproveitei para falar com Rodolfo e fui visita-lo em seu quarto.

- E então irmãozinho como está? – perguntei com um sorriso no rosto.

- Bem melhor, ainda mais aqui no meu quarto, posso dizer que estrou preparado para outra.

- Que isso Rodolfo, mal se recuperou e já quer volta para as aventuras que você nos conta.

- Todos acham que são mentiras, mas aqui jaz uma provar, das minhas histórias. – Ri daquilo, Rodolfo adorava inventar histórias sobre as expedições que realizava, e Lucrécia era a única capaz de acreditar em tais sandices, mas se esse era o jeito dele de se recupera e pensar de forma leve, eu não iria reclamar.

- Está bem irmão.

- E então me conte, não esconda nada, como é sua futura noiva? Ouvi dizer que a princesa de Artena é a mais bonita de toda a Calia.

- Sim, sim, ela é linda como todos comentam, mas... – ele me olhou preocupado.

- Mas o que Afonso?

- Eu estou interessado em outra pessoa.

- Oh, meu irmão. Sabes que vai ter que se casar com Catarina, mesmo assim.

- Sim eu sei Rodolfo. – Respondi um pouco chateado - mas pedi a nossa avó tempo e acho que consegui, talvez não precisemos desse casamento.

- Ficou louco Afonso? Pelo que me informarão o acordo está praticamente concretizado, não vai querer arrumar briga com um reino tão grande e cheios de recursos como Artena. Além do mais precisamos deles mais do que nunca.

- É eu sei.

- Mas como conseguiu esse tempo?

- Nossa avó disse que sua presença era importante na cerimônia e com isso ganhamos dois meses para a mina se recuperar.

- Arriscado.

- É.

- Então, só posso desejar boa sorte, para todos nos e que essa sua sandice não destrua nosso reino, mas mudando de assunto, quem é a garota? – Sorri daquela pergunta, Rodolfo podia estar falando sério, mas depois seu jeito amigável e compreensível sempre aparecia, porém não respondi disse adeus e aos risos sai do quarto.

*

A noite caiu mais rápida do que o habitual, a ceia já estava posta na mesa. E todos já se encontravam em seus devidos lugares. Foi muito bom ter mais pessoas no castelo durante a refeição, a conversa era agradável e a musica maravilhosa. Rimos, contamos piadas, parecíamos amigos, mas assim que o assunto do casamento surgiu a realidade voltou a minha cabeça.

- E então Afonso, está animado para o casamento? – o rei perguntou. Sorri amarelo para ele.

- Mas é claro. Vou me casar com a mulher mais bonita da Calia, como não estaria? – proferi tais palavras e apenas um terço delas eram verdade, sim Catarina era belíssima, mas n estava animado e nem queria tal casamento. Percebi que ela ficou feliz com o elogio e sorriu para mim.

- Muito obrigada Afonso. – Assim que terminou de proferir tais palavras uma criada que estava passando, muito atrapalhada tropeçou na barra do vestido e acabou derramando água em cima de Catarina, enquanto a criada pedia desculpas vi o olhar de raiva se estender por todo o rosto de Catarina, mas as palavras que saíram de sua boca, foram outras.

- Tudo bem, acidentes acontecem. Mas creio que o jantar acabou para mim, irei me recolher. Obrigada rainha, Afonso e meu pai, tenham um boa noite. – E foi vendo ela deixar a sala de jantar com os cabelos molhados que tive um vislumbre de onde havia visto a princesa, mas será que era ela...? não, não podia ser. Não, não podia, ela aquela garota do riacho? Quem eu consegui salvar, quando pequeno? Mas como? Uma princesa não ficaria sozinha perto do rio, eu que estava lá, não estava só. Não, não era ela. Tentei tirar tal ideia da minha cabeça, mas parecia que ela insistia em continuar, lá presa, me atormentando. Por causa disse quase não conseguia prestar atenção no resto do jantar e assim que tive a oportunidade de me retirar da mesa sai e fui atrás de Catarina, precisava perguntar a ela sobre isso, mas algo me interrompeu no caminho, Amália de frente ao quarto de Rodolfo me esperando, como pude esquecer de algo tão importante? corri pelos corredores do castelo e cheguei ofegante, já que estava indo ao quarto de Catarina e o de Rodolfo era na outra ala. Assim que a vi fiquei triste, ela estava sentada com os braços e cabeça em cima dos joelhos, a fiz esperar muito, coitada, me ajoelhei ao seu lado e a chamei:

- Amália. – Ela levantou a cabeça e me olhou nos olhos, estávamos tão próximos, mas ela se afastou ficando em pé e me levante também.

- Vossa alteza disse que queria falar comigo? – seu tom era de raiva e ao mesmo tempo tristeza. A raiva eu entendia a fiz esperar, mas porque triste?

- Desculpe a demora, estava no jantar com o rei de Artena.

- É. E com sua futura noiva. Compreendo ter demorado. – Ela não estava com raiva da demora e sim, enciumada e triste por ter descoberto que iria me casar, eu sabia que não estava sentindo aquilo sozinho. Sorri e ela me olhou com mais raiva.

- Porque está rindo? Sou uma tola em vir aqui. – E quando estava saindo a puxei.

- Não, não es uma tola. – Ela puxou o braço com força, mas não a soltei. O que tinha de dizer disse antes que perdesse a coragem. – Eu estou apaixonado por você Amália, e estou rindo de ti, porque acabei de perceber que sente algo por mim também, ou não estaria dessa forma. – Ela abaixou a cabeça e percebi que estava vermelha, puxou o braço novamente e a soltei dessa vez. – Não vai me dizer nada?

- E o que posso dizer Afonso? Você está noivo de outra mulher. – Ela estava certa com tal afirmação.

- Eu sei, mas farei de tudo para que esse casamento não aconteça, até mais tempo eu já consegui. É você que eu quero ao meu lado Amália acredite em mim. – Ela ainda estava seria, mas depois sorriu e me abraçou e se afastou dizendo:

- Está bem irei confiar. - Beijou minha bochecha e foi embora sorrindo pra mim. Fique tão feliz por ter um sentimento correspondido, que não percebi que havia alguém mais naquele corredor que acabará escutando a nossa conversa.

*Desculpa qualquer erro

*Estou amando os comentários, Obrigada :) 

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